“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Invasão da Polônia pela Alemanha

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Bombardeio de Varsóvia, em 1939.

A ofensiva alemã na Polônia em 1º de setembro de 1939 baseou-se na Blitzkrieg - guerra-relâmpago. O objetivo de Hitler ao invadir o país vizinho não era apenas recuperar os territórios perdidos em 1918, mas sujeitar o país ao jugo alemão. Assim, logo no início da invasão, aldeias polonesas inteiras foram incendiadas e reduzidas a pó. 

Em 3 de setembro, a Grã-Bretanha e a França declararam guerra à Alemanha. No dia seguinte, aviões britânicos lançaram o primeiro bombardeamento contra a Alemanha. Os pilotos britânicos foram ordenados a não pôr em risco a vida das populações civis alemãs. Os comandantes alemães, por sua vez, não deram ordens semelhantes. 

Além disso, outra guerra começara no mar, cujo desdobramento seria tumultuoso e não respeitaria quaisquer limites. No dia 5 de setembro, os submarinos alemães afundaram quatro navios mercantes desarmados da Grã-Bretanha e um da França. A resposta britânica foi rápida: o HMS Ajax, em ação nesse mesmo dia, afundou dois navios mercantes alemães que não tinham parado quando intimados pelos britânicos a fazê-lo. 

Para os judeus, os horrores mais extremos os aguardavam. Seis dias de guerra haviam mostrado que o massacre dessa minoria seria parte integrante da conquista alemã. 

A Grã-Bretanha e a França não encontraram grandes oportunidades para levar a cabo ações militares que se traduzissem em auxílio significativo à Polônia. O esforço de guerra britânico teria um cunho essencialmente defensivo. Em 7 de setembro, várias unidades militares francesas atravessaram a fronteira alemã em três pontos, mas não houve confrontos sérios. Assim, na Polônia a ofensiva alemã seguia livre e velozmente, encurralando militares e civis. No setor de Poznan, dezenove divisões polonesas foram cercadas; na batalha que se seguiu, junto ao rio Bzura, 170 mil soldados poloneses foram aprisionados. Em 9 de setembro, o coronel Eduard Wagner escreveu em seu diário que a intenção do Führer era "destruir e exterminar a nação polonesas." 

O foco dos combates deslocava-se para Varsóvia. Em 14 de setembro, os bombardeios foram particularmente intensos. Nesse dia, as forças alemãs entravam em Przemysl, no sul da Polônia, onde um terço dos habitantes eram judeus. Imediatamente, seguiram atrocidades contra essa população. 

O exército polonês, em fuga, esperava reagrupar-se na região oriental do país, nas imediações de Lvov. Contudo, uma cláusula secreta do Pacto de Não Agressão Germano-Soviético (assinado a 23 de agosto de 1939) traçava uma linha, no território polonês, a partir da qual o controle estava a cargo dos soviéticos. Assim, as tropas soviéticas receberam a ordem de ocupar o leste da Polônia, para desespero dos militares poloneses em fuga. 

Em Varsóvia, os defensores poloneses não esmoreciam, mesmo após mais de dez dias sob fogo cerrado da artilharia alemã. No dia 25 de setembro, embora o bombardeamento seguisse implacável, os poloneses ainda se recusavam a aceitar a derrota. Entretanto, dois dias depois, a resistência chegou ao fim. Às 14h de 27 de setembro, Varsóvia rendeu-se. 

O saldo da invasão alemã à Polônia foi de mais de 60 mil soldados poloneses mortos em combate; 694 mil soldados poloneses capturados pelos alemães e 217 mil presos pelos russos e 25 mil civis poloneses mortos. Do lado alemão, 14 mil soldados morreram. 

Adaptado de: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 8-24 e 28.  

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