terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Menina polonesa chora sobre o corpo da irmã, executada a tiros pelos alemães enquanto colhia batatas, em 1939.
A invasão da Polônia pelos alemães e pelos soviéticos, em setembro de 1939, espalhou o horror por todas as partes. Para se ter uma ideia da dimensão do pânico provocado pela barbárie desses dois exércitos, basta ver o desespero do deslocamento de civis. Os judeus que viviam em Chelu, Pultusk e Ostrów, decidiram fugir da Polônia ocupada pelos alemães para a zona soviética, atravessando o rio Bug. Ali, para seu grande espanto, encontraram judeus poloneses em fuga para o Ocidente, ansiosos por escaparem aos perigos do jugo comunista na esperança de que, como ocorrera na Primeira Guerra Mundial, o jugo alemão fosse menos pesado.
As execuções em massa tornaram-se, em 1940, o método para dominar a população polonesa e, ao mesmo tempo, exterminar os alemães considerados indignos para sobreviver. Em 9 de janeiro, o Dr. Hildebrandt, comandante das SS e da Polícia de Danzingue e Prússia Ocidental, informou Himmler de que as unidades de choque sob seu comando haviam eliminado "cerca de quatro mil doentes incuráveis dos hospitais psiquiátricos poloneses", assim como mais de dois mil doentes mentais alemães de um hospital da Pomerânia.
No dia 18 de janeiro, a Gestapo prendeu 255 judeus ao acaso em Varsóvia e os fuzilou nos arredores da cidade. Quatro dias depois, quando se estimava que 15 mil civis poloneses haviam sido mortos desde o início da guerra, o papa condenou "o horror e os excessos imperdoáveis cometidos contra um povo indefeso".
No mesmo dia do discurso do papa, o general Friedrich Mieth, comandante do 1º exército alemão, disse aos seus oficiais reunidos: "A SS realizou execuções em massa sem os devidos julgamentos" - execuções que "manchavam", acrescentou, a honra do exército alemão.
Assim que soube do discurso de Mieth, Hitler demitiu-o.
Extraído de: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 35 e 57-58.
0 comentários:
Enviar um comentário