“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Perfil do Papa Júlio II

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Retrato do Papa Júlio II (1511), por Rafael Sanzio (1483-1520). 

"Júlio II, o criador da Santa Liga [formada por Veneza, pelo imperador Maximiliano e pelos reis Fernando e Henrique VIII, da Espanha e da Inglaterra, respectivamente], foi provavelmente o mais hábil dos papas mundanos do Renascimento. Tivesse ele aplicado os seus talentos a matérias puramente espirituais e poderia ter sido um segundo Hildebrando. Mas, adoptando as palavras de Dante, foi ele 'che fece il gran rifiuto', tomando como principal objectivo a expansão do seu poder temporal. Alguns têm querido ver nele um elementar patriotismo italiano, mas a sua aversão às intervenções estrangeiras era puramente egoísta. Foi, de diversas maneiras, esplendidamente bem sucedido, pois expulsou os Franceses de Milão, convenceu o imperador a aceitar os seus projectos para Milão e Florença, consolidou o domínio papal sobre a Romagna, submeteu os Venezianos e manteve boas relações com os Espanhóis. Ajudou a glorificar Roma, patrocinou a cultura, mas desprezou os ensinamentos de Cristo. O rosto que nos olha do magnífico retrato que dele pintou Rafael carece de fogo interior; é um rosto calculista, astuto e decidido."

GREEN, V. H. H. Renascimento e Reforma - a Europa entre 1450 e 1660. Tradução de Cardigos dos Reis. Lisboa: Dom Quixote, 1991, p. 109.

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