domingo, 10 de março de 2019
Desde o início da partida, disputada no a 10 de setembro, a invencibilidade estadunidense parecia estar indo por água abaixo: no primeiro tempo, os soviéticos venceram por 26 a 21. No segundo tempo, a diferença de cinco pontos foi ampliada para dez. Foi apenas nos últimos 6 minutos de jogo que a partida tornou-se dramática, com a seleção americana reduzindo a diferença de pontos. Faltando apenas 10 segundos para o fim, os soviéticos estavam apenas com um ponto à frente - 49 a 48 - mas com a posse de bola.
Após uma disputa pela bola, o jogador americano Doug Collins sofreu uma falta. Faltavam apenas três segundos para o fim e ele precisava converter um lance livre para o empate e o outro para colocar os Estados Unidos à frente. Ele encestou os dois.
Os soviéticos colocaram a bola em jogo rapidamente, buscando um atacante. Dois segundos mais se passaram, e então o árbitro brasileiro Renato Righetto interrompeu a partida por um pedido do banco soviético. A comissão técnica do país socialista exigia a devolução do tempo extra de 3 segundos. O juiz brasileiro deu apenas um.
O jogo foi novamente interrompido. William Jones, o secretário britânico da Fiba, interveio e ordenou que o relógio fosse recuado para restar 3 segundos. Até hoje os norte-americanos sustentam que Jones não tinha autoridade para tomar essa decisão.
O jogo foi retomado, e os soviéticos falharam ao tentar um longo passe. Novamente, os atletas norte-americanos comemoravam o ouro, acreditando que tinham vencido o sétimo título olímpico seguido. No entanto, o relógio do ginásio ainda estava sendo ajustado quando o relógio foi retomado. Após intensas reclamações dos soviéticos, os 3 segundos foram restabelecidos novamente.
O desconforto era geral, após tanta confusão. Os norte-americanos, nervosos e com receio de conceder uma falta técnica, não fizeram uma marcação cerrada sobre Ivan Edeshko, no fundo da quadra soviética. O passe longo desse atleta encontrou no garrafão do outro lado da quadra o jogador Alexander Belov, que evitou Jim Forbes e Kevin Joyce e subiu para encestar. A seguir, correu loucamente em direção aos seus companheiros. 51 a 50 em favor da União Soviética.
O protesto norte-americano foi imediato. Os dirigentes entraram com uma apelação contra o resultado que, depois de horas de análise dos juízes, foi negada. A União Soviética era a campeã olímpica, uma catástrofe nacional para os americanos.
A indignação dos norte-americanos foi tamanha que eles se recusaram a aceitar a medalha de prata. Pela primeira vez na história olímpica, o segundo lugar no pódio ficou vazio e o conjunto de medalhas de prata não pôde ser entregue. "O time americano ficou irritado, mas sem razão. Era a Guerra Fria. Os americanos, à parte seu natural orgulho e amor pela pátria, não queriam perder, sequer admitiam perder. Não queriam perder em qualquer esporte, muito menos no basquetebol", declarou Ivan Edeshko, autor do passe para a vitória dos soviéticos.
Alexander Belov, o autor da cesta da vitória soviética, morreu seis anos após a Olimpíada, aos 26 anos. Sergei Belov, reconhecido mais tarde como o melhor jogador europeu de basquete de todos os tempos, foi o primeiro jogador internacional a ser eleito para o Hall da fama desse esporte. Ele faleceu em 2013.
Com informações de Opera Mundi.
1 comentários:
Adorei!!!
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