“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Ofensiva Alemã no Ocidente (1940)

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Bandeira nazista tremula sobre Bruxelas após a invasão alemã (maio de 1940).

No dia 10 de maio de 1940, 136 divisões alemãs entraram na Bélgica e na Holanda. Os Aliados possuíam metade desse número de divisões. Nada menos que 2500 aviões alemães atacaram os aeródromos da Bélgica, Holanda, França e Luxemburgo.

Face à rapidez do avanço alemão, o governo britânico autorizou a Operação XD, a destruição das instalações portuárias holandesas e belgas na embocadura do Escalda, caso os alemães ali chegassem. Como o Partido Trabalhista recusou formar um governo de coligação encabeçado por Neville Chamberlain, este demitiu-se da função de primeiro-ministro. Sucedeu-lhe Winston Churchill. No seu primeiro dia na chefia do governo, forças britânicas ocuparam a Islândia dinamarquesa, uma importante posição que não deveria cair nas mãos dos alemães, agora senhores da Dinamarca.

Enquanto isso, nos Países Baixos o avanço alemão seguia fulminante. A rainha Wilhemina, sem outra opção, fez contato com o rei George VI e, a seguir, refugiou-se na Grã-Bretanha.

No dia 14 de maio, por ordens de Hitler, a ponte do Reno em Roterdam foi bombardeada. Buscava-se esmagar a resistência dos holandeses, mais enérgica do que se esperava. Muitas bombas erraram o alvo e atingiram o centro da cidade, apavorando ainda mais os belgas e os franceses, ainda que estes ainda não haviam sido vítimas dos bombardeamentos.

Os bombardeiros britânicos mostraram-se incapazes de deter a ofensiva alemã em Sedan assim como as tropas francesas mostraram-se incapazes de manterem suas posições. O cerco pela retaguarda logo começou e em menos de um mês a capital francesa estaria vulnerável a um avanço rápido.

Ainda em 14 de maio, britânicos e franceses precisaram terminar sua retirada da Noruega. No dia seguinte, o primeiro-ministro francês Paul Reynaud admitia o fracasso do contra-ataque francês às forças alemãs que haviam rompido sua linhas em Sedan. Os franceses começavam a entrar em pânico. Naquele mesmo dia, os Países Baixos capitularam.

No dia 15 de maio, a Legião Estrangeira francesa ocupou Bjerkik, Noruega. Churchill recusava-se a abandoná-la. No dia seguinte, a ofensiva alemã prosseguiu. Churchill ordenou que se iniciasse a Operação XD.

17 de maio. Os tanques Panzer de Guderian chegou ao rio Oise, não muito longe de St. Quentin. O coronel De Gaulle tentou, com os tanques da 4ª Divisão Blindada, detê-los. Embora não tenha sido bem-sucedido, foi promovido a general devido a sua bravura em combate. Nesse mesmo dia, tropas do 6º exército do general Von Reichenau entraram em Bruxelas, a quinta capital a capitular para os alemães em cinco meses.

18 de maio. Rommel chegou a Cambrai e St. Quentin foi ocupada por Guderian. Nesse mesmo dia, o porto de Antuérpia, o principal da Bélgica, caiu em mãos alemãs. Enquanto a batalha da França prosseguia, o moral dos ingleses se elevava, graças à convicção de que os bombardeamentos da região do Ruhr haviam sido bem-sucedidos.

19 de maio. À noite, colunas de blindados alemães, passando por Amiens, avançaram até Abbeville, isolando a Força Expedicionária Britânica em relação à maior parte do exército francês e de suas próprias bases e fonte de abastecimento na França ocidental.

21 de maio. Tropas alemães atingiram Le Crotoy, povoação na foz do rio Somme, cortando as forças aliadas no norte da França e abrindo caminho para que os alemães pressionassem os britânicos em direção às costas do Mar do Norte e ali os destruíssem. Foi então que 58 tanques britânicos iniciaram uma contraofensiva que forçou os Panzers e as tropas alemãs a recuarem. Enquanto isso, no Leste, 1500 doentes mentais foram eliminados pelos alemães.

22 de maio. Os britânicos decifram a chave Enigma, utilizada pela força aérea alemã, Tal decifração forneceu aos comandantes militares britânicos um panorama valioso das atividades e das intenções da força aérea alemã. Mas o volume de informações era imenso e existiam muitas outras dificuldades impediram os Aliados de extraírem maiores vantagens da decifração. As informações teriam um valor incalculável se o exército britânico não estivesse numa retirada precipitada.

24 de maio. Apesar da liberdade concedida por Hitler, o general Rundestedt decidiu não atacar Dunquerque. Enquanto o exército alemão parava, iniciou-se a evacuação britânica em Boulogne. O ataque aéreo autorizado por Hitler teve então início. O governo britânico começou então a planejar a evacuação das tropas britânicas em Dunquerque.

25 de maio. A força aérea alemã atacou com força total as instalações portuárias de Zeebrugge, Blankenberge, Ostende, Nieuport e Dunquerque. Ignorando que esta última seria o porto principal de embarque de tropas, os mais severos bombardeamentos tiveram Ostende como alvo.

Adaptado de: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 84-102.  

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