“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Mito do Judeu Errante

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

O Judeu Errante, 1896, imagem de Épinal.

Em 1602, em Leyde (atual Alemanha), foi publicado o Breve Relato e Descrição de um Judeu de Nome Ahasverus. Nesse mesmo ano, a obra teve oito edições alemãs. Rapidamente, foi traduzido em todas as línguas europeias. Graças a esse sucesso editorial, o mito do judeu errante foi propagado.

Quem seria essa figura, o "judeu errante"? Ele seria testemunha da crucificação e teria sido condenado por Jesus a vagar sem descanso até sua segunda vinda (isto é, até o Juízo Final); mito tão conforme às concepções tradicionais da Igreja, mas também ao destino instável e vagamundo que sob o domínio destas concepções a cristandade condenava nos judeus. Conhece-se a fortuna literária deste tema grandioso, retomado em todos os registros e sob todas luzes por tantos autores ilustres, por um Goethe e por um Schlegel, por um Shelley e por um Andersen, por Edgar Quinet e por Eugène Sue, e que constitui tão intensamente para difundir em todos os países e em todos os meios a noção do destino misterioso e da missão providencial dos judeus. 

Adaptado de POLIAKOV, Léon. De Cristo aos Judeus de Corte. Tradução de Jair Korn e J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva: 1979, p. 206.

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