“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Ciro, o Grande (555-529 a.C.)

sábado, 12 de março de 2016


Os medos e persas são indo-europeus. Como se instalaram na Ásia no início do II milênio a.C., ocupando o planalto do Irã, ficaram conhecidos como arianos. Estiveram submetidos aos assírios por um longo período. No séc. VII a.C., quando os impérios entraram em declínio, eles constituíram os seus reinos: os medos ao norte, e os persas ao sul. Enquanto isso, a religião de Zoroastro dava ao seu espírito guerreiro uma força moral e uma coesão sem precedentes. 

O reino dos medos foi o mais poderoso durante cerca de um século. Seu soberano Ciaxares II (625-584 a.C) contribuiu para a ruína da Assíria e avançou até o Halis. Ele foi sucedido por Astíages, que terminou deposto por Ciro, o fundador do Império Persa. Através de uma série de conquistas, que o colocam em pé de igualdade com o brilhantismo de Alexandre Magno, Ciro controlou não só a Babilônia, a Assíria e Urartu, como também a Alta Mesopotâmia e a Lídia, a oeste, e as províncias do Irã e do Afeganistão, a leste (ver o mapa acima). Os persas entraram em contato então com as civilizações do Indo. [Nota: em Daniel 7:5 está a profecia sobre a ascensão dos medos, e a posterior preponderância dos persas] 

Explicam tais conquistas o valor pessoal do herói lendário, a sua moderação e mesmo a sua real generosidade para com os vencidos. Além disso, a dominação possuía um traço superficial e inicialmente pouco incômodo. 

É interessante frisar que o nascimento Ciro foi antecipado em 150 anos na Bíblia: 

"Que digo de Ciro: é o meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: tu serás edificada; e ao Templo: tu serás fundado" (Isaías 44:28). 

No mesmo livro, lemos: 

"Assim diz o Senhor ao seu ungido: a Ciro, cuja mão direita seguro com firmeza para subjugar as nações diante dele e arrancar a armadura de seus reis, para abrir portas diante dele, de modo que as portas não estejam trancadas" (45:1, NVI).

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Bibliografia consultada:
PETIT, P. O Mundo Antigo. Lisboa: Edições Ática, 1976, p. 99-100.  

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