sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
Quarto de Lutero no castelo de Wartburg, em Eisenach.
"Um reformador? Houve quem negasse esse título ao pai da Reforma, não sem certo fundamento. Um condutor de homens? Ele atendia, sem dúvida, ao chamado de seu Deus. No entanto, o que ele pedia, no íntimo, não era para conduzir, mas para ser conduzido, para ser guiado por Deus aonde Deus quisesse levá-lo, com a cega confiança da criança que caminha de mãos dadas com seu pai e vai sem vã curiosidade. Organizar? Legislar? Edificar? Para quê? Por que dar tanta importância a essas obras vãs? A Igreja, essa comunhão puramente espiritual, a Igreja invisível está presente onde quer que os verdadeiros crentes se encontrem, onde quer que manifestem sua fé. É isso que importa. O resto, recrutamento de ministros, constituição de grupos: questões destituídas de interesse. Por que defini-las para todo o sempre? Regulamentos provisórios são suficientes."
FEBVRE, Lucien. Martinho Lutero, Um Destino. Tradução de Dorothée de Bruchard. São Paulo: Três Estrelas, 2012, p. 192.
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