“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Famílias das Divindades Egípcias

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Estatueta de ouro e lápis-lazúli de Hórus, Osíris e Ísis. Artefato produzido entre 874 e 850 a.C. (período da 22ª dinastia) e atualmente disponível no Museu do Louvre.

Como em outras civilizações politeístas pré-clássicas, no antigo Egito os sacerdotes procuraram organizar de forma compreensível a perturbante multidão de divindades que se iam acumulando. Assim, eles sincretizaram e fundiram, e foram organizando famílias divinas com pai, mãe e filho (por vezes uma filha), num esforço de sistematização simples espontânea. A própria Enéade, saída do sêmen de Atum, teve uma organização familiar e geracional: o casal Chu e Tefnut (irmãos e esposos) gerou um novo casal (Geb e Nut), do qual nasceram quatro filhos: Osíris, Ísis, Set e Néftis. Destes rebentos surgiu o mais famoso casal divino, Osíris e Ísis. Seu filho Hórus, era o protetor da realeza, ou melhor, a própria realeza, uma vez que o faraó no trono era um Hórus vivo reinando sobre a terra (e quando morria se tornava Osíris no outro mundo). 

A propensão para originar famílias era tal que, com exceção do caso excepcional de Aton, até os deuses demiurgos, que estavam sozinhos por ocasião da criação, receberam paredras e filhos.  

Bibliografia consultada: ARAÚJO, Luís Manuel de. O Egito Faraônico - uma civilização com três mil anos. Revisão de Raul Henriques. Lisboa: Arranha-céus, 2015, p. 135.

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