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O sincretismo resultava da necessidade de robustecer uma divindade com os predicados de outra, conciliando assim a unidade do divino com a pluralidade das suas formas, sem que ocorresse verdadeiramente uma fusão. Assim, a divindade sincrética chamada Amon-Rá, numa clara tentativa de solarizar o deus tebano (Amon), não fez desaparecer outra divindade chamada Amon, que continuou a ter o seu papel autônomo de "rei dos deuses". De forma semelhante, Rá prosseguiu o seu curso celestial (ainda que ele possa ser visto como Khepri na alvorada e como Atum no crepúsculo). O sincretismo ainda podia unir três deuses, como Ptah-Sokar-Osíris, reunindo um deus ligado à criação (Ptah), outro ligado à morte (Sokar) e, finalmente, um ligado à ressurreição (Osíris), formando o ciclo completo.
Bibliografia consultada: ARAÚJO, Luís Manuel de. O Egito Faraônico - uma civilização com três mil anos. Revisão de Raul Henriques. Lisboa: Arranha-céus, 2015, p. 136.
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