domingo, 20 de maio de 2018
Execução de Frei Caneca, obra de Vicente Murillo La Greca (1899-1985).
Frei Caneca (Joaquim da Silva Rabelo)
Recife, 1779 - 1825.
De família humilde, Joaquim da Silva Rabelo era filho de Domingos da Silva Rabelo e de dona Francisca Maria Alexandrina de Siqueira. Sua alcunha relaciona-se à profissão do pai, um funileiro. Noviço do Convento de Nossa Senhora do Carmo e foi ordenado em 1801, antes da idade mínima exigida. Adotou o nome de frei Joaquim do Amor Divino e tornou-se secretário do visitador da Ordem.
Graças aos seus estudos no Seminário de Olinda e às suas visitas frequentes a bibliotecas, tornou-se um erudito. Lecionou retórica, geometria e, posteriormente, moral e filosofia racional.
Participando de centros de estudos políticos liberais, atuou na Revolução Pernambucana. Detido em 1817, foi levado a Salvador. Foi libertado em 1821, e retornou a Pernambuco e às atividades políticas. Fundou o jornal Typhlis pernambucana, destacando-se por sua erudição e vigorosa polêmica. Frei Caneca tomou parte na Confederação do Equador, movimento que pregava o sistema republicano e negava ao imperador D. Pedro I o direito de outorgar a Constituição sem a participação de representantes do povo. Tropas sob o comando do general Francisco de Lima e Silva esmagaram esse movimento, em 1824.
Indiciado como um dos chefes da rebelião, Frei Caneca foi sentenciado à morte por enforcamento no dia 10 de janeiro de 1825. Apesar dos pedidos de clemência, o imperador não mudou a decisão judicial. O frei sofreu então a degradação das ordens sacerdotais, sendo despido dos poderes e privilégios consagrados. No patíbulo, três carrascos se recusaram a executar a sentença; assim, Frei Caneca foi atado à coluna da forca e alvejado por tiros de arcabuz.
Após a execução, o corpo do religioso foi colocado junto a uma das portas do templo carmelita no centro de Recife. A seguir, foi recolhido e enterrado em local até hoje não identificado.
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Fonte: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, p. 512.
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