sábado, 2 de junho de 2018
O friso com os "gansos de Meidum", datados da IV dinastia (2613-2495 a.C.), originalmente estavam no túmulo de Nefermaet e de sua esposa Itet. Essa obra praticamente preserva as cores originais e atualmente se encontra exposto no Museu Egípcio do Cairo.
A fim de tornar prática e objetiva esta brevíssima introdução à arte egípcia, destacarei sete pontos:
1. A arte egípcia não se confunde com as produções artísticas de outros povos, assentando-se sobre a geografia e a paisagem, a religião e a ideologia política, submetendo-se a duas forças basilares e firmemente interligadas: a religião e a realeza.
2. Os antigos egípcios jamais criaram em sua gramática uma palavra que definisse "arte". Isso não significa que eles não fruíssem, admirassem e apreciassem a arte.
3. No Egito faraônico também não havia a noção de arte pela arte. Tampouco existia o artista como hoje o entendemos (e como já os gregos o entendiam).
4. A representação do corpo humano nos relevos esculpidos nas paredes de templos e de túmulos privilegiava a aspectividade, isto é, a decomposição da figura em duas dimensões, com o rosto de perfil, o olho e o peito de frente, com uma torção corporal que mostra os braços e as pernas de perfil.
5. Os artistas egípcios preferiam representar as coisas tal como elas são (que é a geometria projetiva) em vez de as figurar tal como elas surgem (a geometria perspectiva), mesmo quando na apreciação final o resultado fosse uma figura com dois pés esquerdos, por exemplo.
6. Sob Tutmés IV (XVIII dinastia) ocorreu o apogeu da pintura. Nessa época, além das cores que já vinham das épocas anteriores (por exemplo, o azul, sempre presente no céu e no rio; o verde exuberante da paisagem; o amarelo das montanhas, dos cereais maduros e do sol; o preto, cor dos hieróglifos e do lodo escuro das margens do Nilo), os pintores criaram novos tons de cinzento, de rosa e de carmim. Ocorreram também algumas inovações nas posições de algumas figuras femininas.
7. Os egípcios também produziram uma imensa quantidade de objetos, desde o mobiliário a joias, destacando-se a produção de materiais destinados ao túmulo - sarcófagos, máscaras funerárias, vasos de vísceras, estatuetas funerárias, amuletos e escaravelhos.
Bibliografia consultada: ARAÚJO, Luís Manuel de. O Egito Faraônico - uma civilização com três mil anos. Revisão de Raul Henriques. Lisboa: Arranha-céus, 2015, p. 169-199.
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