domingo, 10 de junho de 2018
Tarde de Verão Nórdica, 1899-1900. Richard Bergh (1858-1919), óleo s/tela, 170 x 223 cm, Goteborgs Konstmuseum, Suécia. Iluminada pelo sol do entardecer, esta obra é típica das pinturas sobre a luz nórdica: o ambiente é tranquilo e melancólico, atraindo o observador para a paisagem de fundo.
Os países escandinavos possuíam suas academias e uma longa e admirável tradição artística, mas até meados do século XIX a maioria dos artistas fazia a sua formação na Alemanha. Com a aproximação do fim do século, a arte tornou-se mais internacional e os artistas nórdicos seguiram tendências cultivadas no estrangeiro. Ao mesmo tempo, também o cenário político se alterava, fazendo surgir movimentos nacionalistas, em especial na Finlândia e na Noruega, que lutavam pela independência, após anos de jugo sueco, dinamarquês ou russo. Assim, em 1905 a Noruega tornou-se independente da Suécia; em 1917 a Finlândia libertou-se da Rússia (à qual estava anexada desde 1809; antes desta data, esteve por séculos sob domínio sueco).
Origens e influências
As primeiras sementes de um estilo escandinavo vieram da França. Os paisagistas suecos descobriram a escola de Barbizon e por volta de 1880 um grupo de suecos, entre eles Carl Larsson, organizou uma colônia de verão para pintores em Grez-sur-Loing, perto de Fontainebleau, França. Outros artistas suecos foram para Paris estudar, como o finlandês Akseli Gallen-Kallela, o dinamarquês Peder Severin Kroyer e uma série de noruegueses. No regresso, fundaram nos seus países escolas onde ensinavam as técnicas da pintura ao ar livre aprendidas na França. A luz da Noruega conferia aos quadros um ambiente tipicamente escandinavo que satisfazia os sentimentos patrióticos e nacionalistas. O Realismo e o Impressionismo francês foram influências óbvias, mas mais tarde o que influenciou os escandinavos foram movimentos vanguardistas. Munch, que também trabalhou em Berlim, descobriu o Pós-Impressionismo e o Simbolismo; no século XX, Cézanne e o Cubismo foram importantes.
Bibliografia consultada: GRAHAM-DIXON, Andrew (consultor editorial). Arte - Grande Enciclopédia, da Pré-História à Época Contemporânea. tradução de Sofia Gomes. Porto: Dorling Kindersley - Civilização, Editores, 2009, p. 388-389.
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