“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

«O Egito no tempo de Ramsés»

sábado, 13 de outubro de 2018

Arqueólogo renomado, Pierre Montet (1885-1966) reconstituiu nesse livro o dia-a-dia dos habitantes das cidades e do campo do Egito antigo. Para esta visão do cotidiano egípcio, foi escolhido o período dos Séthi e dos Ramsés - de 1320 a.C. a 1100 a.C., ainda que o autor tenha recorrido com frequência a fontes mais antigas e ao relato de historiadores e biógrafos, como Heródoto e Plutarco. 

Nesta apresentação, destacarei alguns pontos da introdução da obra. Os antigos egípcios eram para com os deuses e para com os mortos muito mais exigentes que para com eles próprios. Nada era mais belo ou mais sólido que seus templos ou suas "casas da eternidade". Assim, os templos e os túmulos duraram mais que as cidades. Como, então, nessas condições, descrever a vida cotidiana dos súditos do faraó sem se limitar à superficialidade? Como evitar os julgamentos pueris dos viajantes gregos e romanos? 

A população que se reunia à beira dos pântanos dedicava-se sobretudo à caça e à pesca. O papiro fornecia-lhes os materiais necessários para construir cabanas e, principalmente, canoas leves e cômodos que lhes permitiam seguir, por entre as plantas aquáticas, o crocodilo e o hipopótamo. O cultivador semeava a lavoura, colhia o linho, ceifava e amarrava os feixes. Jumentos transportavam-nos à aldeia, onde eram espalhados para serem pisoteados por bois e jumentos. 

Os artesãos trabalhavam o barro, a pedra, a madeira e os metais. Como a madeira era rara, os utensílios de que necessitavam os agricultores, os vinhateiros, os cervejeiros, os padeiros e os cozinheiros eram de terracota. O serviço de mesa era de pedra (sobretudo o granito, o xisto e o alabastro). Os egípcios apreciavam os adornos. Da oficina de ourivesaria saíam colares, braceletes, anéis, diademas, peitorais e amuletos. 

MONTET, Pierre. O Egito no tempo de Ramsés. Tradução de Célia Euvaldo. São Paulo: Companhia das Letras / Círculo do Livro, 1989.   

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