“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

#15Fatos A Revolução Psicopedagógica

segunda-feira, 10 de junho de 2019

1. A revolução psicopedagógica é essencialmente totalitária, pretendendo levar a cabo uma revolução psicológica que será seguida, inelutavelmente, de uma revolução social. Globalista e criptocomunista, ela busca submeter o indivíduo ao Estado. Embora inicialmente tal revolução seja veiculada pelo sistema educacional, ela conta também com o apoio da mídia, da administração de empresas, de setores organizados da sociedade civil e mesmo instituições religiosas. 

2. A queda impressionante do nível escolar não é de causar espantos, uma vez que os próprios sectários da revolução pedagógica reconhecem que ela persegue objetivos políticos e sociais e que não busca, de modo algum, aprimorar a formação intelectual dos alunos. 
  
3. G. S. Hall, em 1911, defendeu que "o saber que os iletrados adquirem é, enfim, provavelmente mais pessoal, mais direto, mais próximo do seu meio e, provavelmente, para uma grande parte, mais prático." Os iletrados seriam, em sua visão, os verdadeiros indivíduos "cultos". Ora, G. S. Hall foi o professor de John Dewey, o pedagogo norte-americano que esteve à frente da revolução pedagógica em seus primórdios.    

4. John Dewey é o pai da pedagogia moderna. Sua influência sobre a pedagogia moderna e sua orientação ideológica foi, portanto, crucial. Socialista furiosamente contrário a todo individualismo, Dewey considerava que a socialização devia se fazer acompanhar da destruição da cultura, da instrução e da inteligência (sendo que esta seria uma noção "puramente individual"). 

5. Um dos alunos de Dewey, Ellwood P. Cubberly, tornou-se chefe do departamento de educação de Stanford. Esse departamento acolheu William C. Carr, um dos fundadores da Unesco. Estima-se melhor a importância dessas filiações intelectuais quando se sabe com que cuidado os estudantes são selecionados em certas disciplinas, nas quais eles são submetidos a uma intensa doutrinação. Os discípulos de Dewey criaram cátedras de "ciências da Educação por todo o território estadunidense. A partir daí, associando-se aos ramos soviéticos, "partiram para a conquista do mundo e das instituições internacionais."     

6. A introdução dos ensinamentos não cognitivos por esses pedagogos de modo algum beneficiou as classes menos favorecidas, e os resultados da "democratização" do ensino são irrefutáveis. O objetivo do sistema educacional, após ter sido radicalmente modificado, consiste agora em socializar os alunos.      

7. Em dezembro de 1989, o Dr. Povalyaev, chefe do setor de sociologia do Ministério da Bielorússia, em uma intervenção em um seminários da Unesco, se colocou desde a perspectiva de uma sociedade dual. Tal é a linha dos ideólogos globalistas. Esse conceito de base - "sociedade dual" - é fundamental para se compreender as reformas em curso, tanto no setor do ensino quanto nos demais. De acordo com esse modelo, a sociedade é dividida em dirigentes e dirigidos, elite e povo.    

8. Entende-se que a sociedade moderna não necessita de muitas pessoas instruídas. Nesse sentido, os menos capazes deveriam receber o ensino corrente, focado na socialização, enquanto que "os mais dotados e os mais talentosos devem receber o melhor."  

9. A educação futura, portanto, deveria ser direcionada para a massa, o ensino não cognitivo, "pura doutrinação esvaziada de toda substância intelectual". Para a elite, no entanto, seria fornecida uma autêntica formação intelectual, necessária ao trabalho intelectual. Essa elite, contudo, de modo algum estaria livre da doutrinação comuno-globalista.        

10. Assim, os Stanley Hale, os John Dewey - professores universitários - e outros defensores do ensino não cognitivo, têm recebido uma excelente educação, de modo que não são enganados. Integrantes das elites política e intelectual são suficientemente instruídos para saber que a revolução necessita de sábios. Deste modo, a Nova Ordem Mundial instala seus representantes sobre cada continente, surgindo assim uma casta de tecnocratas, separada do povo.

11. A elite será recrutada exclusivamente entre os globalistas. Aderir à ideologia globalista, portanto, é o passaporte que permite abandonar a manada. O termo "manada" reflete exatamente o desprezo e mesmo raiva que a maior parte dos funcionários internacionais nutrem em relação aos povos e, especialmente, às suas mentalidades. 

12. Duas filosofias totalitárias, igualmente hegelianas, o comunismo e o globalismo, chegaram definitivamente a uma síntese pela Declaração Mundial sobre a Educação para Todos, adotada unanimemente por 155 países e cerca de vinte organização internacionais. Vale a pena lembrar que o socialismo/comunismo não é um sistema econômico e sim social. Como tal, pode acomodar-se ao capitalismo, para dele logo desembaraçar-se, se necessário, uma vez que a revolução psicológica tenha sido concluída.

13. É importante destacar que tanto a direita quanto a esquerda sofrem a influência intelectual da ideologia globalista, sendo a direita mais sensível ao seu comportamento ultraliberal, e a esquerda mais aberta ao seu componente social (criptocomunista). Ambos estão de acordo sobre a necessidade de manter uma casta dirigente, instruída, separada de um povo ignorante.    

14. Além da incompetência de nossos governantes, é difícil negar que o declínio do sistema educacional e o "massacre dos inocentes" foram planificados desde longa data. Tudo isso constitui a culminância de um processo revolucionário empreendido, com muita lucidez, desde quase um século.  
  
15. Como admitir que "a sociedade moderna [...] não tem a necessidade de um grande número de pessoas instruídas", a não ser quando se resume tudo a uma perspectiva mercantil e ultraliberal, ou totalitária e criptocomunista? Deve se oferecer aos demais o que eles podem assimilar, sem lhes fechar o acesso à instrução, à verdadeira cultura e à liberdade intelectual e espiritual.      
  
Bibliografia consultada: BERNARDIN, Pascal. Maquiavel Pedagogo: ou o ministério da Reforma Pedagógica. Tradução de Alexandre Müller Ribeiro. Campinas, SP: Ecclesiae e Vide Editorial, 2012, p. 137-155.

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