quinta-feira, 12 de dezembro de 2019
John Taylor Gatto (1935-2018), "professor do ano" da cidade de Nova York em 1989, 1990 e 1991, e de todo o estado de Nova York em 1991.
(...) Minha mensagem central era (e ainda é) que a escolarização institucional imposta é absolutamente irreformável porque ela já é um sucesso absoluto! Ela faz, brilhantemente, exatamente aquilo que foi projetada para fazer, ou seja, ser o componente "educacional" de uma economia de produção em massa centralizada, gerida a partir de alguns poucos centros de comando. Esse tipo de economia tem necessidades urgentes: para funcionar, necessita de um tipo específico de "recurso humano", particularmente um que seja condicionado a definir-se pela aquisição de objetos, por possuir "coisas", pela avaliação de tudo através da perspectiva de conforto, segurança física e status.
As escolas são um excelente mecanismo para condicionar as gerações mais jovens a aceitar o controle total, para impor à maioria de nós uma espécie de infantilidade perpétua, em defesa dos interesses do gerenciamento científico. Para que haja um controle eficiente, deve haver pessoas incompletas para serem controladas, porque pessoas completas, ou aqueles que aspiram à completude, rejeitam uma tutela estendida. É impossível crescer sob um controle total, quer seja um controle total de qualidade ou qualquer outro tipo. No entanto, para sobreviver, as economias de produção em massa centralizadas não podem exigir nada menos do que isso.
GATTO, John Taylor. Emburrecimento programado - o currículo oculto da escolarização obrigatória. Tradução de Leonardo Araujo. Campinas, SP: Kírion, 2019, p. 126-127.
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