terça-feira, 17 de dezembro de 2019
A Igreja do Pastor Atuante - A Igreja Secular:
Engajamento político e social
Atividades culturais
Sem religião
O princípio da liberdade religiosa - originalmente definido como o direito a mudar de religião, em referência à opção religiosa como livre opção pessoal - foi fortemente limitado. Esta atitude cerceadora tornou-se uma constante da política religiosa da ONU, como se pode deduzir do comentário do artigo 18 do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos (PIDCP, vigente desde 1976). Em tal artigo, os especialistas distinguiram a liberdade de pensamento, de consciência e de religião, e a liberdade de manifestar a própria religião ou convicção. Por outro lado, o pacto não especifica em parte alguma a necessidade de separar o Estado das instituições religiosas, não se opondo assim à tradição islâmica.
Estas regras tendem a confundir proselitismo e incitação à discriminação e à violência. Parecem resultar de uma aliança entre os países islâmicos, contrários a conceder a liberdade religiosa em seus territórios, e os países laicos (como a França), que são contrários a toda forma de "missão" religiosa em seu interior.
As religiões são colocadas todas no mesmo plano. Muitas vezes, nos documentos oficiais, é reforçado que quem considera verdadeira a própria religião em detrimento das outras é culpável de fanatismo, ainda que sua atitude não contemple o recurso à discriminação e à violência. Nesse sentido, as religiões mais penalizadas são aquelas que se destacam por seu intenso fervor missionário, tais como as testemunhas de Jeová, os mórmons e os adventistas do sétimo dia, por exemplo.
É importante destacar que a Igreja Católica atual, principalmente sob a liderança do papa Francisco, tem relacionado cada vez mais o proselitismo ao fanatismo. Assim, no dia 13 de outubro de 2016, o sumo pontífice declarou a cerca de mil luteranos em visita ao Vaticano que as tentativas de proselitismo seriam "o maior veneno contra o caminho ecumênico". Tal posição foi reiterada dias depois, em seu discurso do dia 10 de novembro de 2016, Aos participantes na Plenária do Pontifício Conselho para Promoção da Unidade dos Cristãos (disponível aqui, ver o último parágrafo).
A atitude de tolerância para com a religião somente com a condição de que todas as religiões sejam consideradas do mesmo modo, tornou a ONU predisposta para com todas as organizações inter-religiosas, inclusive para aquelas que não agem somente a favor do diálogo, mas que se propõem substituir as religiões tradicionais por uma religião única, mundial, que compreenda todas. É a concretização do projeto da "Igreja Secular", conforme retratada no cartum do topo deste post.
Bibliografia consultada: ROCCELLA, Eugenia; SCARAFFIA, Lucetta. Contra o Cristianismo: a ONU e a União Européia como nova ideologia. Tradução de Rudy Albino de Assunção. Campinas, SP: Ecclesiae, 2014, p. 59-60.
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