domingo, 15 de dezembro de 2019
O humor também tem seu lugar no indefinido espaço que separa o "povo eleito" dos "outros". É aí que surge a figura do gói objeto de temor, de inveja, de admiração. Uma tensão que se resolve em numerosas historietas.O melhor ouvinte para uma piada, dizem os judeus, é um aristocrata russo, porque ri três vezes: quando ouve o gracejo, quando este lhe é explicado e quando finalmente, ele o entende.
O oficial russo já não é tão bom ouvinte, ri apenas duas vezes: quando ouve a pilhéria e quando ela lhe é explicada. Nunca chega a entendê-la.
O camponês russo é ainda pior: só ri ao ouvir a anedota. Não tem tempo para esperar a explicação; e ainda que o tivesse, não entenderia.
Mas o pior ouvinte é qualquer judeu, pois este não ri nem uma vez. Mas se começa a contar a história ele interrompe:
- Ora! Essa eu já sei desde que nasci!
FINZI, Patricia et al. (edição, seleção e textos). Do Éden ao divã - Humor Judaico. São Paulo: Shalom, 1990, p. 58.
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