“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Prolífico Lutero

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Lutero com o alaúde. 
Créditos: Fondo Antiguo de la Biblioteca de la Universidad de Sevilla.

"No fim das contas, Lutero era o chefe de um partido poderoso. Alguns chamavam-lhe o Papa Protestante, cuja orientação devia ser procurada em todas as questões. Lutero abominava estes encargos. (...) Durante 28 anos, Lutero pregou três ou quatro sermões, todos os domingos, além de escrever os inumeráveis folhetos, comentários à Bíblia, traduções e cartas já mencionadas. A sua obra perfaz 55 volumes na edição inglesa corrente. Não admira que deixasse para Kathie as questões de dinheiro e outros assuntos domésticos. 

Para alívio do seu heróico trabalho de secretária, recorria às vistas da natureza. Tinha um amor intenso pelas coisas vivas e tornou-se quase um naturalista. Tocava flauta e guitarra, compondo e adaptando músicas às suas próprias letras. São-lhe atribuídos cerca de 40 hinos, incluindo o soberbo Ein feste Burg ist unser Gott. Os contemporâneos consideravam que estes hinos faziam tanto pela causa como os seus livros. Na verdade, para Lutero a música ocupava o mesmo plano que a teologia."  

BARZUN, Jacques. Da Alvorada à Decadência - 500 anos de vida cultural no Ocidente (de 1500 à actualidade). Tradução de António Pires Cabral e Rui Pires Cabral. Lisboa: Gradiva, 2003, p. 37.

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