domingo, 11 de novembro de 2018
Segundo um estudo publicado na última quinta-feira (08/11), o Brasil é o pior de 35 países no quesito prestígio do professor. Apenas 9% dos brasileiros acredita que os alunos respeitam os professores em sala de aula e 88% dos entrevistados consideram o magistério uma profissão de "baixo status", índice apenas superado pelo de Israel, onde 90% têm essa percepção (aliás, Israel, o segundo país onde os professores são menos valorizados, foi a minha grande surpresa). O desempenho dos alunos está ligado à valorização e à remuneração dos docentes, razão pela qual os governos e a sociedade precisam estar mais atentos a essa questão caso queiram uma evolução do desempenho dos alunos no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês). A fonte é o G1.
Como tenho dito, todos têm a sua parte no combate a esse problema. É importante frisar essa obviedade, uma vez que normalmente o brasileiro é ágil para criticar o Estado, mas se "esquece" das suas responsabilidades. Voltando ao assunto, como recuperar o prestígio do professor e, consequentemente, melhorar o desempenho dos alunos brasileiros no PISA? Em primeiro lugar, aos pais cabe educar seus filhos e apoiar os professores, responsáveis pela instrução dos mesmos. Desde ensinar-lhes os valores e os princípios básicos da educação, a supervisionar a realização das tarefas de casa, comparecer a reuniões de pais e mestres e investir na aquisição de livros e em cursos extracurriculares, o papel dos progenitores é fundamental. Difícil? Sem dúvida. Mas como certa vez disse o falecido Içami Tiba, "a educação não pode ser delgada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre."
Aos alunos, cabe compreender que os principais beneficiados pela educação são eles próprios. Sem humildade, disciplina e leitura não há aprendizado - tudo o que, brilhantemente, Hugo de São Vitor já havia prescrito no século XII (leia aqui). Quanto a nós, professores, cabe uma dedicação incansável ao papel de instruir, independentemente se os outros valorizam ou não a educação. É triste, mas muitos que ocupam a cátedra, com a escusa de que são desvalorizados, não agem como profissionais. Ainda que nos limites de nossas forças, devemos fazer o possível para espalhar o conhecimento, caso nossa intenção seja a de seguir lecionando. Afinal, ainda que sejam dois ou três numa sala de aula, sempre existirão interessados em vencer na vida. Lembro-me que, numa de suas palestras, o historiador Leandro Karnal disse que a maior "vingança" que um professor pode promover contra o sistema é preparar-se devidamente para dar uma boa aula. Fica a reflexão.
Finalmente, ao administradores públicos é dever valorizar, em todos os sentidos, a carreira do magistério. Os leitores deste blog vão se lembrar como, tempos atrás, uma série de propagandas divulgadas na mídia incentivavam os alunos a respeitarem seus mestres. Aí está uma iniciativa relativamente barata e mais que louvável. Enfim, nada que proponho aqui é utópico. De resto, todo professor por paixão sabe que magistério e otimismo são sinônimos.
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