“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Ilíada e Odisseia

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Ulisses amarrado ao mastro do seu navio para salvar-se das sereias, um episódio da Odisseia. Mosaico romano do século III d.C., encontrado em Túnis, Tunísia.

Por volta do século VIII a.C., as póleis (cidades-estado) estavam surgindo na Grécia. Apesar da divisão política, contudo, existia uma unidade cultural, garantida pelo idioma grego, pela religião politeísta antropomórfica e, principalmente, pelas obras de Hesíodo e de Homero. 

Apesar de sua importância, desde a Antiguidade pairam dúvidas sobre quando Homero viveu e o local exato de seu nascimento, sendo que alguns questionam mesmo se ele teria existido. De modo geral, concorda-se atualmente que suas obras representam o resultado de uma longa tradição oral, como é particularmente atestado pelo emprego de fórmulas repetitivas. 

Importantes fontes históricas sobre o Período Homérico (1150 a.C. - 800 a.C.), a Ilíada trata da Guerra de Troia, enquanto que a Odisseia é um poema sobre as aventuras de Ulisses, herói da Guerra de Troia e rei de Ítaca, punido por ter ofendido ao deus Posêidon. Para o grande historiador Moses Finley, "o mundo de Ulisses" era o dos "séculos obscuros", mais precisamente o início do primeiro milênio, quando, após o choque de destruições do fim do século XIII e do século XII, os estabelecimentos humanos reconstituíam-se lentamente em um mundo grego a partir de então estendido às ilhas e à costa asiática do Egeu. 

Esse ponto de vista é hoje admitido por um grande número de historiadores, e as descobertas mais recentes da arqueologia parecem confirmá-lo. Mesmo assim, Homero permanece um enigma para nós. Quanto aos dois grandes poemas transmitidos com seu nome, até hoje permanecem como um dos mais brilhantes testemunhos da riqueza da civilização grega.

Bibliografia consultada: MOSSÉ, Claude. Dicionário da Civilização Grega. Tradução de Carlos Ramalhete, com a colaboração de André Telles. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 2004, p. 171-172.

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