quinta-feira, 9 de agosto de 2018
O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês, Mamoru Shigemitsu assina o termo de rendição do Japão, no dia 2 de setembro de 1945. À sua frente, de branco, está o general estadunidense Richard K. Sutherland.
Os soviéticos romperam o Pacto de Neutralidade Nipo-Soviético em 5 de abril de 1945. Na sequência, no mês de junho, romperam relações diplomáticas com o Japão. Os japoneses então resistiam desesperadamente ao avanço norte-americano, com destaque para os pilotos suicidas (kamikaze) que se lançavam como mísseis contra os navios de guerra estadunidenses. No dia 11 de julho, em Potsdam, Alemanha, os líderes aliados exigiram a rendição incondicional de todas as forças do Japão.
Graças ao Projeto Manhattan, os Estados Unidos tornaram-se a primeira nação a ter a bomba atômica. Com a justificativa de acelerar o fim do conflito e poupar vidas de ambos os lados, no dia 6 de agosto de 1945 o bombardeiro B-29, batizado como Enola Gay, despejou a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima. No dia 7, os soviéticos iniciaram a invasão da Manchúria, e acabariam por derrotar rapidamente o Exército Imperial Japonês que ocupava essa região da China, bem como a Península da Coreia.
Ainda assim, os japoneses não se renderam. Os americanos planejaram lançar uma segunda bomba atômica no Japão, em 11 de agosto, caso eles não apresentassem sua rendição incondicional. Dadas as previsões de mau tempo, contudo, a data foi antecipada em dois dias. Foi então que num dia 9 de agosto, tal como hoje, os americanos lançaram seu segundo ataque nuclear, dessa vez contra Nagasaki. A bomba foi detonada 500 metros acima da cidade, matando em instantes 40 mil pessoas. Passados trinta anos, o número total de mortos de Nagasaki era calculado em 48.857.
Apesar de toda a devastação, e também das duas bombas atômicas que os Estados Unidos ainda poderiam usar, o conselho japonês de guerra deteve-se num impasse. Foi a declaração soviética de guerra, do dia 7, que finalmente convenceu metade do conselho a votar pela rendição. Com o empate (três generais a favor da rendição e três a favor da continuação da guerra), o imperador Hirohito desempatou a votação, decidindo encerrar a guerra. Segundo ele, "continuar na guerra levará somente ao aniquilamento do povo japonês e ao prolongar dos sofrimentos de toda a humanidade."
Na manhã do dia 10 de agosto, enquanto começavam os contatos diplomáticos, o presidente norte-americano Harry Truman deu ordens para que não fossem lançadas novas bombas atômicas. Enquanto isso, na Manchúria, o Exército Vermelho avançava contra os japoneses num duro combate. No dia 11 de agosto, as forças da marinha soviética iniciavam um bombardeamento à região sul da ilha de Sakhalin. No dia seguinte, os japoneses utilizaram soldados de infantaria suicidas para tentar deter os tanques soviéticos. No dia 13 de agosto, no entanto, os tanques conseguiram atingir os reforços de infantaria, em Hualin, matando 900 homens que pudessem escapar dos vagões.
Na manhã do dia 14 de agosto, mais de 800 bombardeiros americanos atacaram instalações militares japonesas na ilha de Honshu. Na noite desse dia, mais de mil militares japoneses atacaram o palácio imperial, na esperança de descobrir uma gravação do imperador que comunicaria a rendição de seu país. Tudo o que conseguiram, no entanto, foi assassinar o comandante da guarda imperial. Por volta da meia-noite de 14 de agosto, as forças soviéticas haviam avançado mais de 400 quilômetros pelo interior da Manchúria. Sem qualquer condição de continuar resistindo, o governo japonês anunciou a rendição no dia 15 de agosto.
A cerimônia oficial de rendição do Japão aconteceu no dia 2 de setembro de 1945, a bordo do navio de guerra norte-americano USS Missouri, na Baía de Tóquio. Além do Japão, o documento foi firmado pelos representantes dos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, do Governo Provisório da França, da União Soviética, dos Países Baixos, da China, da Austrália e da Nova Zelândia.
Bibliografia consultada: GILBERT, Martin. A Segunda Guerra Mundial - os 2174 dias que mudaram o mundo. Tradução de Ana Luísa Faria e Miguel Serras Pereira. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2014, p. 877-887.
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