domingo, 12 de agosto de 2018
Mulheres romanas. Afresco de Pompeia, Casa do Cirurgião (VI, 1, 10, ambiente 19). Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, Itália.
Há numerosas provas do papel ativo das mulheres correntes em suas próprias vidas, nas vidas de suas famílias e na vida fora do âmbito familiar, incluindo contratos comerciais, propriedade e administração de terras e atividades sociais e religiosas públicas. Em sua cultura não eram meras produtoras de bebês ou simples adornos. Suas atividades estavam claramente entretecidas em cada centímetro do tecido cultural. Exatamente como caberia esperar.
A elite podia fazer, e de fato fazia, todo o possível para que as mulheres fossem acessórios no lugar de companheiras. Por outro lado, no mundo da gente corrente, os homens não podiam se permitir o luxo de que as mulheres estivessem guardadas em uma urna. Todas as mãos eram poucas para que o lar funcionasse adequadamente (se as circunstâncias fossem propícias) e para ganhar o suficiente para melhorar de vida (no caso de estreiteza). A franqueza das mulheres, a influência que exerciam de diferentes formas nas vidas de seus maridos, suas contribuições econômicas e o papel que desempenhavam na socialização da geração seguinte, ainda que tivessem que existir no seio de uma cultura de dominação masculina, lhes proporcionavam uma grande margem de ação e influência. Falar de "liberação", no entanto, resultaria excessivo, já que, desde qualquer perspectiva moderna, a cultura greco-romana não poderia ser considerada liberal.
Sem dúvida, como ocorre em outras sociedades pré-industriais, as mulheres correntes tinham muito peso, exerciam grande influência e eram importantes companheiras de seus maridos e outros varões quando era preciso tomar decisões vitais.
Bibliografia consultada: KNAPP, Robert C. Los Olvidados de Roma - Prostitutas, forajidos, esclavos, gladiadores y gente corriente. Traducción de Jorge Paredes. Barcelona: Editorial Planeta, 2011, p. 113-114.
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