“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Joaquim Nabuco (1849-1910)

domingo, 19 de agosto de 2018

Joaquim Nabuco em 1902.

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo 
Recife, 1849 - Washington, 1910. 

Nascido no Recife no dia 19 de agosto (razão pela qual se lembra, hoje, o Dia do Historiador) de 1849, era filho do jurista e político José Tomás Nabuco de Araújo Filho e de Ana Benigna de Sá Barreto de Araújo. Até os oito anos, Joaquim Nabuco conviveu com os escravos no Engenho Massangana, propriedade dos seus padrinhos. Lá ele testemunhou os sofrimentos dos negros, o que foi crucial para a sua formação moral, incorporando um sentimento de repugnância que norteou sua futura luta política. 

Em 1857, Nabuco foi para a Corte, onde juntou-se aos pais e irmãos. Após passar pelo colégio do barão de Tautphocus, em Nova Friburgo, ingressou no Colégio Pedro II, onde se bacharelou em Letras, em 1865. No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Direito de São Paulo, onde conviveu com Ruy Barbosa e Castro Alves. Lá ele participou da fundação dos jornais A Independência e A Tribuna Liberal. Após três anos nessa faculdade, seguiu para o Recife, onde concluiu o curso na Faculdade de Direito local (28 de janeiro de 1870). 

Em viagem à Europa, em 1873, conheceu Eufrásia Teixeira Leite, jovem bonita e rica, com a qual viveu um intrincado caso de amor. Engajando-se no serviço diplomático, atuou em Washington (1876) e Londres (1878). Com a morte do pai, em 1878, retornou ao Brasil, elegendo-se deputado geral por Pernambuco. Protagonista de debates legislativos, demonstrou grande preparo intelectual e admiráveis dotes de oratória. 

Em setembro de 1880, tornou-se presidente da recém-inaugurada Sociedade Brasileira contra a Escravidão, lançando em seguida o jornal O Abolicionista. Sendo o primeiro representante do abolicionismo no Parlamento, desempenhou seu papel com extrema competência, granjeando o respeito tanto de seus pares quanto de seus adversários. Quando não estava na tribuna, escrevia artigos para a imprensa e fazia palestras. Seu empenho e prestígio, no entanto, não foram suficientes para lhe garantir a reeleição. Seguiu então para Londres, onde foi recebido com homenagens pela Anti-Slavery Society e onde escreveu O abolicionismo

Em 1884, de volta ao Brasil, dedicou-se novamente à política. No ano seguinte, foi eleito deputado por Pernambuco; em 1886, perdeu a eleição e, em 1887, foi reeleito. Participou da campanha que culminou com a emancipação dos escravos, sendo muito festejado pelo povo por ocasião das comemorações do 13 de maio de 1888. 

Em 28 de abril de 1889, casou-se com Evelina Torres Soares Ribeiro, com quem teve cinco filhos. Monarquista, retirou-se da vida pública com o golpe da República, em novembro de 1889. Foi morar em Londres em 1892, tendo se dedicado ao jornalismo, à sua obra e aos estudos. Escreveu Um estadista do Império, biografia de seu pai, e, posteriormente, suas memórias - Minha formação. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 

Atendendo aos apelos do presidente Campos Salles, foi enviado como representante do governo brasileiro em Londres (1900), onde passou a exercer a função de embaixador do Brasil (1901). Em 1905, foi nomeado embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Um ano depois, presidiu a III Conferência Pan-Americana, realizada no Rio de Janeiro. Nabuco faleceu em Washington, em 1910, e foi enterrado em sua terra natal, com todas as honras pelos serviços prestados ao país.    

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Fonte: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, p. 902-903.

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