“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

A Moderna Babilônia

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

No dia 24 de setembro de 2015, o papa Francisco foi o primeiro pontífice a discursar no Congresso da "Moderna Babilônia".


"Hoje está bastante claro para todos, católicos e não católicos, cristãos e não cristãos, que vivemos numa época de crise. Talvez seja perigoso definir a natureza dessa crise com muita precisão, uma vez que os assuntos são demasiado complexos e de grande amplitude. Não obstante, creio ser possível dizer que neste país e no presente século chegamos a um ponto decisivo no movimento rumo à unidade cristã. Como tenho dito, durante três séculos, desde a Reforma até o século XIX, o catolicismo e o protestantismo permaneceram em campos opostos e hostis, um empenhado na destruição do outro. (...) Todo católico em um país protestante ou todo protestante em um país católico era visto como potencial traidor e inimigo público. 

No entanto, hoje, nos Estados Unidos encontramos uma situação completamente diferente. Em uma mesma sociedade vivem todas as diferentes formas de religião e a falta de religião coexiste e partilha de uma cultura comum. (...) Igrejas e ritos que no passado e no Velho Mundo existiam tão isolados que dificilmente tinham consciência da existência da alteridade, foram confrontados e colidiram nas ruas da moderna Babilônia."

DAWSON, Christopher. A Formação da Cristandade - das Origens na Tradição Judaico-cristã à Ascensão e Queda da Unidade Medieval. São Paulo: É Realizações, 2014, p. 99.

Nota: Christopher Dawson (1889-1970) foi um dos historiadores mais influentes do século XX na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos. A Formação da Cristandade foi publicada originalmente em 1967. Embora tenha recebido uma formação anglicana, Dawson tornou-se um católico engajado a partir de 1914, quando foi batizado em Oxford. Segundo consta em sua biografia, em 1909 ele fez uma viagem a Roma e lá, nos degraus do Capitólio, "no lugar mais sagrado das sete colinas da antiga Roma", sentiu-se desafiado a escrever sobre a história da cultura. Tal inspiração lhe acompanhou ao longo da vida.

0 comentários:

Enviar um comentário