terça-feira, 20 de setembro de 2016
"Afirmar que Cristo fundou um reino, e que esse reino é a Igreja Romana, equivaleria a dizer que lhe deu duas espadas, uma espiritual e outra temporal e que, portanto, secularizou o evangelho. Tampouco se pode sustentar que o espírito de Cristo tem a intenção de governar os reinos terrenos. O evangelho diz: 'O reino de Cristo não é deste mundo.' Mas a igreja estabeleceu um reino neste mundo. Cristo não ordenou aos discípulos que reinassem, mas que servissem. Mas na Igreja Romana os ministros governam o mundo. Cristo afasta seus discípulos da religião e das cerimônias políticas e põe os seres humanos diante de Deus: Deus e a alma, a alma e Deus, mas aqui acontece o contrário, o ser humano situa-se numa instituição cujas cadeias não podem ser quebradas, mas obedecidas. Somente quando obedece, o fiel aproxima-se de Deus. Houve um tempo em que os cristãos romanos derramaram sangue porque se recusavam a prestar culto a César, e rejeitavam a religião política. Hoje não agem mais dessa forma. Na verdade, não oram a um governador terreno, mas se submetem às ordens despóticas do soberano papal romano."
HARNACK, Adolf von. O Que é Cristianismo? São Paulo: Reflexão, 2014, pp. 180-181.
Indico o meu mais recente artigo: O Decreto Dominical: Uma Miragem Adventista?
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