sábado, 24 de setembro de 2016
No mestrado eu tive a oportunidade de ler o Militia Christi, uma obra primorosa de Adolf von Harnack (1851-1930), o último grande representante da Teologia Liberal e um dos principais historiadores do cristianismo de todos os tempos. Desta vez eu tive a oportunidade de ler uma obra mais conhecida - A Essência do Cristianismo, traduzida pela paulista Reflexão em 2014 com o título O Que é Cristianismo.
A obra na verdade é uma compilação de 16 conferências públicas dadas por Harnack na Universidade de Berlim entre 1899 e 1900. Por volta de 1927 o livro já havia passado por catorze reimpressões e fora traduzida em diversos idiomas. No começo do século passado exerceu grande influência sobre a nova geração de teólogos, bem como sobre as pessoas cultas.
Na primeira conferência, Harnack deixa claro que seu objetivo é "responder a questão mais simples, embora, importante: O que é cristianismo? Como foi no passado e como é agora?" (p. 26). Assim, deixa claro que a questão só pode ser respondida em sentido histórico. E de onde o grande historiador parte? "A resposta é simples e completa. Partiremos de Jesus Cristo e seu evangelho" (p. 28). Contudo, ele não se detêm por aí. "Ouvir" a primeira geração de Seus discípulos, bem como os desenvolvimentos que o cristianismo produziu nos espíritos em todas as épocas. Portanto, o leitor pode também esperar uma análise séria (mas não enciclopédica) sobre o "cristianismo primitivo", o catolicismo, o cristianismo ortodoxo, a Reforma Protestante e um breve resumo da situação do protestantismo à época de Harnack.
O Que é Cristianismo? é uma obra imperdível para todos os cristãos, especialmente os protestantes. Opondo-se ao relativismo (um dos males da nossa época), Harnack destaca que "seria desesperador supor que Jesus pregara uma mensagem provisória capaz de ser interpretada de maneira diferente depois de sua morte e ressurreição, com elementos descaráveis. Não! Sua mensagem é mais simples do que gostariam as igrejas; bem mais simples, mas por isso mesmo mais severa e universal" (p. 109).
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