“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Uma Fantástica História

quinta-feira, 8 de setembro de 2016


Nas últimas semanas eu fiz alguns posts com trechos selecionados da formidável história norte-americana. Após completar a sua leitura, meu sentimento é de enorme satisfação. Assim, eis a referência completa da obra:

DAVIDSON, James West. Uma breve história dos Estados Unidos. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: LP&M, 2016. 327 páginas. 
[Preço: R$ 29,20, no site da Saraiva

Como bem destacou o Library Journal, poucas vezes uma história foi escrita de forma tão deliciosa. Em 40 capítulos (todos eles com belas ilustrações de abertura), o Dr. Davidson condensou 500 anos de história de forma magistral (ele inicia a sua narrativa com a descoberta da América). Com o auxílio de nove mapas e um índice remissivo, aliando precisão e rigor acadêmico a uma leveza notável, o texto "dá vida" aos personagens que construíram os Estados Unidos. Discussões teóricas ou o "rosário" de estatísticas, tão comuns nas produções acadêmicas tupiniquins, não têm lugar no livro de Davidson. Não faltam reflexões ou dados ao seu texto, mas seu foco foi tornar acessível ao grande público a história de uma das mais fantásticas nações do mundo. 

Uma breve história dos Estados Unidos é uma compilação de histórias individuais. Nela poderemos conhecer os feitos dos "Pais Peregrinos", dos "Pais Fundadores", de presidentes, generais, inventores e empreendedores, mas também das pessoas comuns. Um desses "heróis desconhecidos" é Oliver Brown, afro-americano que em 1954 processou o conselho escolar porque sua filha, Linda, era forçada a caminhar por um pátio de manobras perigoso diariamente para chegar à sua escola segregada, sendo que existia uma escola para brancos bem perto de sua casa. Todos os nove juízes da Suprema Corte concordaram que a segregação era inconstitucional. Assim, como histórias tão instigantes, Davidson consegue prender a atenção do leitor do início ao fim. 

Enfim, trata-se de uma obra que se recomenda a si própria. Além de tudo, tem o mérito de suprir a falta de obras sobre a história americana no Brasil (um país que, infelizmente, padece com um antiamericanismo crônico).   

"Duas grandes ideias ecoam pela história norte-americana, dando voltas e sempre retornando: liberdade e igualdade. E as duas são unidas, como a própria nação, pelo lema gravado pela primeira vez no Grande Selo em 1782: E pluribus unum. Somos livres, somos iguais, somos um. As palavras ecoam com tanta frequência que são tidas como fato consumado." (pp. 303-304)

"Os Estados Unidos são excepcionais porque sua união continental é política. Acolhe a diversidade. Não é uma união baseada em todos os cidadãos pensando da mesma forma." (p. 309) 

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