“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Egito dos Ptolomeus

sábado, 2 de dezembro de 2017

O mundo mediterrânico em 218 a.C., um ano antes da Batalha de Ráfia. Clique no mapa para melhorar a visualização.

Os herdeiros de Ptolomeu I Sóter, filho de Lagos (origem do nome da dinastia - "lágida"), mantiveram o Egito durante o século III a.C. em sua categoria de primeiro reino helenístico. Isso se deu pela riqueza, organização e pelo lugar do país no mundo mediterrânico. 

Ptolomeu II Filadelfo (284-246 a.C.) e sua irmã-esposa Arsinoe recuperaram a Celessíria, prudentemente abandonada por Sóter e, por meio de empreendimentos egeus, anexaram ao Egito suas "possessões exteriores" - Chipre, Cirene, Panfília, Lícia, várias ilhas, Samos, Éfeso e mesmo Samotrácia. Filadelfo foi ainda o criador do sistema de monopólios estatais e comerciais que fizeram a fortuna da dinastia. 

O sucessor de Filadelfo foi Ptolomeu III Evérgeta. Após um excelente início de reinado, no qual firmou a paz com os selêucidas (140 a.C.), marco do apogeu exterior do Egito, apagou-se no meio de voluptuosidades (246-221 a.C.). 

O período de 221-181 a.C., sob os reinados de Ptolomeu IV Filopátor e Ptolomeu V Epifânio, assinalou a mudança do regime. Após o belo êxito logrado na Batalha de Ráfia (217 a.C.) contra Antíoco III (223-187 a.C.), obtido graças à mobilização de tropas indígenas, multiplicaram-se as perturbações "nacionalistas" e as revoluções palacianas. 

Os selêucidas e seus elefantes indianos (à esquerda) combatendo tropas ptolomaicas e seus elefantes africanos. Artista desconhecido.

Aproveitando-se desse enfraquecimento interno, o rei selêucida Antíoco III obteve a sua revanche, recuperando a Celessíria (198 a.C.) e tomando ao Egito as suas possessões exteriores, com exceção do Chipre e da Cirenaica. Comentaristas bíblicos apontam os versos 5-14 do 11º capítulo de Daniel como uma profecia desses embates entre os ptolomeus e os selêucidas.   

Os séculos II e I a.C. foram de uma longa decadência, cujo ritmo foi moderado pelas hábeis concessões de Ptolomeu Evérgeta II (150-116 a.C.), acelerando-se depois pelas faltas de Ptolomeu Aurele (80-51 a.C.), vítima da cupidez romana. Este soberano foi sucessivas vezes destronado e finalmente restabelecido por um lugar-tenente de Pompeu, em 55 a.C. Em 30 a.C., depois da vitória de Áccio, Otávio, insensível à sedução de Cleópatra, a última grande representante da monarquia lágida, apoderou-se tranquilamente do país. 

Bibliografia consultada: PETIT, Paul. O Mundo Antigo. Tradução de Pedro Moacyr Campos. Lisboa: Ática Lisboa, 1976, p. 167-168.

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