“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Outro Lado do Renascimento

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Ilustração do livro francês conhecido como Danse Macabre, impresso antes de 1501. Mais informações em: Lambeth

"A representação da morte como um esqueleto segurando uma ampulheta não é propriamente medieval. Surgiu no século XV, juntamente com a imagem de cadáveres decompostos assombrando os vivos, e se tornou frequente nas primeiras décadas do século XVI. Ou seja, tais imagens mórbidas se popularizaram na mesma época em que Michelangelo realizou as espetaculares pinturas no teto da Capela Sistina, Rafael recriou a claridade serena da Escola de Atenas e Leonardo da Vinci sonhou com protótipos de máquinas voadoras e submarinas. 

Um dos maiores mitos sobre o Renascimento é o de que foi um período otimista, alegre e solar, em oposição às 'trevas' medievais. Longe disso - a percepção aguda da passagem do tempo herdado da tradição clássica, somada a uma consciência histórica particularmente sensível, povoou a literatura e as artes visuais de imagens tristes, mórbidas ou melancólicas, nas quais a morte e a velhice obscurecem a alegria de uma juventude breve demais." 

BERBARA, Maria. Renascer para a morte. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Disponível em HistóriaNoVest.   

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