“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

O Colonizador Português e os Escravos

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Representação de um engenho do Brasil colônia. Destaco a Casa-Grande (1), a Capela (2), a Senzala (3), o Roçado (9), o Canavial (11) e a "Brecha camponesa" (12). Nota-se ainda que o engenho aproveitava a força hidráulica (4). 

Estima-se que durante a "Diáspora Africana", entre os séculos XVI e XIX, 11 milhões de negros foram transferidos de forma compulsória ao continente americano. De acordo com o historiador Boris Fausto, entre 1550 e 1885, entraram pelos portos brasileiros cerca de 4 milhões de escravos, na sua vasta maioria jovens do sexo masculino. Assim, para Gilberto Freyre, o colonizador português no Brasil foi um escravocrata terrível que só faltou transportar da África para a América, em navios imundos, a população inteira de negros.  

Por outro lado, o português foi o colonizador europeu "que melhor confraternizou com as raças chamadas inferiores. O menos cruel na relação com os escravos. É verdade que, em grande parte, pela impossibilidade de constituir-se em aristocracia europeia nos trópicos: escasseava-lhe para tanto o capital, senão em homens, em mulheres brancas. Mas independente da falta ou escassez de mulher branca o português sempre pendeu para o contato voluptuoso com mulher exótica. Para cruzamento e miscigenação. Tendência que parece resultar da plasticidade social, mais no português que em qualquer outro colonizador europeu." 

Bibliografia consultada: FREYRE, Gilberto. Casa Grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. Apresentação de Fernando Henrique Cardoso. 51ª ed. rev. São Paulo: Global, 2006, p. 265.

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