“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Pôncio Pilatos

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Sobre esse anel e sua inscrição, leia mais em: Estadão.

No final dos anos 1960, foi encontrado um anel na Cisjordânia. No entanto, só recentemente, com avançada técnica fotográfica, a inscrição em grego do objeto foi decifrada - "de Pilates". 

Pilatos foi prefeito, ou governador, da província da Judeia, nas margens orientais do Império Romano, entre 26 e 36 d.C. Filo diz que ele tinha "natureza inflexível e era rude, devido à teimosia" (Embassy to Gaius, p. 38). Certa vez, fez seus soldados marcharem em Jerusalém portando estandartes com imagens do imperador. Em outra ocasião, colocou escudos dourados com o nome do imperador gravado no antigo palácio de Herodes. Nos dois casos, foi forçado a retirar os objetos ofensivos por causa da obstinada resistência dos judeus. 

Mais sério que esses incidentes foi quando Pilatos usou dinheiro do tesouro do templo para custear a construção de um aqueduto destinado a levar água para Jerusalém. A oposição pelo uso indevido dos recursos sagrados foi confrontada com crueldade impiedosa. Em meio a uma situação tão tensa, não é de se admirar que Pilatos tenha consentido, após relutar, em condenar a Jesus de Nazaré à morte por crucifixão. À época ele estava no meio do seu mandato. 

A ruína política do governador ocorreu quando ele ordenou o massacre de muitos samaritanos que seguiam um impostor que havia prometido arranjar vasos sagrados de ouro para eles, supostamente escondidos por Moisés no monte Gerizim. Os samaritanos reclamaram da violência desnecessária ao superior Vitélio, embaixador da Síria, que ordenou Pilatos ir a Roma justificar sua conduta diante do imperador. Além disso, Vitélio nomeou um novo procurador para a Judeia. 

Antes de Pilatos chegar a Roma, o imperador Tibério morreu. Exilado em Viena, Ródano, no sul da Gália, o antigo governador da Judeia cometeu suicídio. 

Além do anel mencionado no início deste artigo, em 1961 foi descoberto um outro achado arqueológico envolvendo Pilatos. Trata-se de um fragmento de uma inscrição em pedra num teatro romano em Cesareia que menciona, em latim, "Pôncio Pilatos, Prefeito da Judeia" como construtor de uma estrutura pública chamada Tiberium, em homenagem ao imperador Tibério. Essas descobertas têm grande valor, pois a veracidade dos evangelhos com relação às informações sobre Pilatos levantou frequentes questionamentos por parte dos críticos. 

Bibliografia consultada: Dicionário Bíblico Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2016, p. 1071-1072.    

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