sábado, 27 de maio de 2017
Lutero na Dieta de Worms, por Anton von Werner (1877).
"Lutero combatia a tirania e a impiedade. Em vez de condená-lo sem querer ouvi-lo, que lhe dessem juízes; que discutissem suas ideias; que lhe mostrassem em que eram perniciosas.
O provisor de Trier retomou a palavra. 'Sem discussão: retratava-se ou não?' Deu-se então a célebre declaração, cujas muitas versões passaram imediatamente a circular por toda a Alemanha. Traduzimos a mais provável: 'A menos que me convençam, por testemunhos das Escrituras ou por uma evidência da razão (pois não acredito apenas no papa e nos concílios: está provado que por vezes demais erraram e se contradisseram), tenho um compromisso com os textos que produzi; minha consciência é cativa das palavras de Deus. Não posso nem quero revogar o que quer que seja, porque agir contra a própria consciência não é seguro nem honesto. Que Deus me ajude, Amen!'
Fez-se um imenso alvoroço. Em meio às injúrias e exclamações, Lutero retirou-se. Voltou para a estalagem. E, tão logo avistou de longe seus amigos, ansiosos, ergueu as mãos. 'Ich bin hindurch!', gritou duas vezes. 'Eu saí de lá!' No dia seguinte, o mundo inteiro era informado da grande recusa do irmão Lutero, 'que escreve contra o papa'. E aqueles que julgavam conhecê-lo e o amavam surpreendiam-se com uma ousadia de que não percebiam a razão sobre-humana."
O provisor de Trier retomou a palavra. 'Sem discussão: retratava-se ou não?' Deu-se então a célebre declaração, cujas muitas versões passaram imediatamente a circular por toda a Alemanha. Traduzimos a mais provável: 'A menos que me convençam, por testemunhos das Escrituras ou por uma evidência da razão (pois não acredito apenas no papa e nos concílios: está provado que por vezes demais erraram e se contradisseram), tenho um compromisso com os textos que produzi; minha consciência é cativa das palavras de Deus. Não posso nem quero revogar o que quer que seja, porque agir contra a própria consciência não é seguro nem honesto. Que Deus me ajude, Amen!'
Fez-se um imenso alvoroço. Em meio às injúrias e exclamações, Lutero retirou-se. Voltou para a estalagem. E, tão logo avistou de longe seus amigos, ansiosos, ergueu as mãos. 'Ich bin hindurch!', gritou duas vezes. 'Eu saí de lá!' No dia seguinte, o mundo inteiro era informado da grande recusa do irmão Lutero, 'que escreve contra o papa'. E aqueles que julgavam conhecê-lo e o amavam surpreendiam-se com uma ousadia de que não percebiam a razão sobre-humana."
FEBVRE, Lucien. Martinho Lutero, Um Destino. Tradução de Dorothée de Bruchard. São Paulo: Três Estrelas, 2012, p. 200-201.
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