domingo, 25 de junho de 2017
O grande historiador Edward Gibbon (1737-1794) considerava a História "um pouco mais do que o registro dos crimes, loucuras e desventuras da humanidade." No final da sua vida, ele pode ter confirmado esse diagnóstico ao saber dos horrores do Terror, na França revolucionária. Contudo, tudo isso pareceria irrisório perto das guerras mundiais e dos genocídios do século XX.
Nesse sentido, estudar a Segunda Guerra Mundial, o Holocausto e o pós-guerra é extremamente desagradável e até perturbador. Entretanto, é necessário: não podemos correr o risco de repetir os erros do passado. É o que lembra Norman Ohler, autor de um dos mais recentes livros sobre Hitler publicados no Brasil. Ao justificar a importância da sua investigação em entrevista à Veja, Ohler reconheceu que "algumas pessoas ficam saturadas desse assunto", mas defende que isso é preferível ao esquecimento de tamanhas atrocidades.
Contrariando os mais otimistas, a derrota do III Reich e o fim da guerra na Europa não eliminaram do horizonte a violência, o ódio e o antissemitismo. Não bastasse o caos resultante da guerra mais destrutiva da História, os sobreviventes precisariam conviver com esses "fantasmas" durante algum tempo. Isso foi muito bem analisado por Ian Buruma em seu livro Ano Zero. Além disso, recentemente um documentário excelente, dividido em duas partes, foi disponibilizado no YouTube. Em tom aterrador (portanto, cautela ao visualizá-lo), ele mostra como o mundo mal se livrava de um pesadelo (a Segunda Guerra Mundial) e já iniciava outro (a Guerra Fria). Aproveitem, ele é dublado e duvido que fique por muito mais tempo no YouTube:
0 comentários:
Enviar um comentário