“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Shoah (Holocausto)

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Restos humanos encontrados no crematório do campo de concentração de Dachau, após a libertação. Alemanha, abril de 1945. 
Créditos: US Holocaust Memorial Museum 

A terrível provação sofrida pelos judeus na Europa nazista de 1933 a 1945 é conhecido como "Shoah" ou "Holocausto". 

Convencionou-se dividir o Holocausto em dois períodos, antes e depois de 1941. No primeiro período, várias medidas antissemitas foram tomadas pela Alemanha e depois na Áustria. Na Alemanha, depois das Leis de Nuremberg (1935), os judeus perderam os direitos de cidadania, o direito de ocupar um cargo público, praticar profissões, casar-se ou ter relações sexuais com alemães. Também foram privados da educação pública. Suas propriedades e negócios foram registrados e, às vezes, sequestrados. Contínuos atos de violência era perpetrados contra eles, e a propaganda oficial incentivava os alemães a odiá-los e a temê-los. Na Europa central e oriental o antissemitismo estava solidamente enraizado, muito antes dos nazistas chegarem ao poder. Assim, Hitler e seus partidários contribuíram mais como catalisadores de um ódio popular que extravasou, por exemplo, na Noite dos Cristais, um progrom que se espalhou pela Alemanha e pela Áustria entre 9 e 10 de novembro de 1938.  

Como se pretendia, o resultado foi uma emigração em massa, reduzindo pela metade a população de meio milhão de judeus alemães e austríacos no início da Segunda Guerra Mundial. 

A segunda fase, que ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, a partir de 1941, espalhou-se para a Europa ocupada pelos nazistas e envolveu trabalhos forçados, fuzilamentos em massa e campos de concentração, sendo esses últimos a base da "solução final" (Entlösung) nazista do assim chamado problema judeu, por meio do extermínio nas câmaras de gás. Os últimos estágios da solução final foram decididos na conferência nazistas realizada em Wannsee, em 1942. Nessa conferência, o macabro plano e as programações foram estabelecidas, para serem postos em prática por Adolf Eichmann. 

Estima-se que seis milhões de judeus tenham morrido durante o Holocausto. De uma população de três milhões de judeus na Polônia, restou menos de meio milhão em 1945, enquanto que as comunidades judaicas da Romênia, da Hungria e da Lituânia também foram dizimadas. 

O Holocausto levantou muitos problemas a respeito da natureza da civilização europeia e de sua influência cristã. Por exemplo, a Igreja Católica sabia da perseguição e dos extermínios, mas falhou em se opor ao que ocorria (omissão ilustrada, por exemplo, no filme Amém, dirigido por Costa-Gavras e lançado em 2003). Até denominações protestantes colaboraram com os nazistas na Alemanha e na Áustria, como foi o caso da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que por isso se desculpou oficialmente em 2005 (fonte: Adventist News). 

Bibliografia consultada: LAW, Jonathan & WRIGHT, Edmund. Dicionário de História do Mundo. Tradução de Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica, 2013, p. 363-364.  

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