“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Perfil do Cônsul Napoleão Bonaparte

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Primeiro Cônsul Bonaparte (detalhe), c. 1802. Antoine-Jean Gros (1771-1835). 

"Napoleão Bonaparte tinha trinta anos [quando se tornou cônsul], estatura mediana (e não baixa) para sua época: 1,68 m. Era magro, cabelos à testa, a tez um pouco amarelada. Nada que chamasse a atenção, a não ser seu olhar e a vivacidade de sua expressão quando tomava a palavra. Todas as testemunhas da época disseram a que ponto haviam sido seduzidas pelo personagem, cujo sorriso vencia todas as reticências. Isso, evidentemente, não era suficiente para produzir um estadista, mas Bonaparte já tinha experiência. Na Itália como no Egito, ele havia tomado contato com o poder e dominara as dificuldades. Sabia impor sua autoridade e possuía boa visão para deslindar os casos mais complicados. Se sempre dedicava um tempo à reflexão antes de agir, detestava longos discursos e gostava que as coisas decididas fossem logo realizadas. Trabalhava muito, sobre todos os assuntos, sem negligenciar nenhum, e muitas vezes ia até os menores detalhes dos dossiês. Durante alguns anos afastou-se de qualquer referência filosófica, o que não o impediu de se apoiar no partido dos ideólogos, que havia colaborado muito para sua ascensão: Bonaparte, membro do Instituto, não era um deles? Mas, no fundo, para o primeiro cônsul mais do que para qualquer outro, a política era sobretudo (e antes de tudo) a arte do possível." 

LENTZ, Thierry. Napoleão. Tradução de Constancia Egrejas. São Paulo: Editora UNESP, 2008, p. 65-66.

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