sexta-feira, 9 de junho de 2017
Consagração do Imperador Napoleão I e Coroação da Imperatriz Josefina na Catedral de Notre Dame em Paris, no dia 2 de dezembro de 1804. Jacques-Louis David (1748-1825), Museu do Louvre, 1806-1807.
Ao contrário do que aparece nessa pintura, a mãe de Napoleão não participou da cerimônia da coroação. Ela preferiu ficar em Roma - um protesto contra a exclusão dos filhos Lucien e Jérôme da sucessão imperial.
No próprio princípio do Consulado "vitalício" se encontrava o embrião da transição do poder já "monárquico" de Napoleão a um poder complementado com um título real ou imperial.
Após a eliminação das câmaras, a reorganização do exército, a reconciliação religiosa, o perdão aos emigrados, o sucesso do plebiscito de 1802 e a retomada econômica, o Consulado não tinha mais inimigos interiores organizados. Com o tratado de Amiens, também não possuía mais inimigos externos. As elites e a população adulavam o primeiro cônsul, que era legítimo por seus êxitos e vitórias.
O simbolismo monárquico se desenvolveu quase naturalmente no comportamento de Bonaparte. Na primavera de 1804, o ambicioso jovem de 35 anos deu a entender que aceitava a coroa (que não poderia ser real, uma vez que havia-se decretado, onze anos antes que Luís XVI seria "o último rei"). Era preciso estabelecer o império, cuja proclamação deveria se ajustar às formas jurídicas que defendiam os postulados em voga desde a Revolução.
O Senado proclamou o Império no dia 18 de maio de 1804. O juramento civil, redigido pela Câmara constitucional, fez Napoleão se comprometer a defender a integridade do território da República, respeitando e fazendo respeitar a igualdade de direitos, a liberdade civil e de culto, o direito de propriedade e a venda dos bens nacionais. No verão, incríveis 99,99% dos eleitores que votaram no plebiscito disseram "sim" ao império.
Napoleão impôs ao Conselho de Estado que a coroação ocorresse em Notre Dame. Ali, no dia 02 de dezembro de 1804, o papa Pio VII desempenhou o papel de simples figurante. Conforme combinara previamente com o pontífice, Napoleão coroou-se a si próprio e pronunciou o juramento civil. Pelas referências históricas explícitas e repetidas, ele se apresentou como sucessor de Carlos Magno, buscando assim justificar sua legitimidade.
Após a eliminação das câmaras, a reorganização do exército, a reconciliação religiosa, o perdão aos emigrados, o sucesso do plebiscito de 1802 e a retomada econômica, o Consulado não tinha mais inimigos interiores organizados. Com o tratado de Amiens, também não possuía mais inimigos externos. As elites e a população adulavam o primeiro cônsul, que era legítimo por seus êxitos e vitórias.
O simbolismo monárquico se desenvolveu quase naturalmente no comportamento de Bonaparte. Na primavera de 1804, o ambicioso jovem de 35 anos deu a entender que aceitava a coroa (que não poderia ser real, uma vez que havia-se decretado, onze anos antes que Luís XVI seria "o último rei"). Era preciso estabelecer o império, cuja proclamação deveria se ajustar às formas jurídicas que defendiam os postulados em voga desde a Revolução.
O Senado proclamou o Império no dia 18 de maio de 1804. O juramento civil, redigido pela Câmara constitucional, fez Napoleão se comprometer a defender a integridade do território da República, respeitando e fazendo respeitar a igualdade de direitos, a liberdade civil e de culto, o direito de propriedade e a venda dos bens nacionais. No verão, incríveis 99,99% dos eleitores que votaram no plebiscito disseram "sim" ao império.
Napoleão impôs ao Conselho de Estado que a coroação ocorresse em Notre Dame. Ali, no dia 02 de dezembro de 1804, o papa Pio VII desempenhou o papel de simples figurante. Conforme combinara previamente com o pontífice, Napoleão coroou-se a si próprio e pronunciou o juramento civil. Pelas referências históricas explícitas e repetidas, ele se apresentou como sucessor de Carlos Magno, buscando assim justificar sua legitimidade.
Adaptado de LENTZ, Thierry. Napoleão. Tradução de Constancia Egrejas. São Paulo: Editora UNESP, 2008, p. 85-97.
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