quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022
Historia magistra vitae est. Cícero (106-43 a.C.)
Numa sociedade de consumidores, todo mundo precisa ser, deve ser e tem que ser um consumidor por vocação (ou seja, ver e tratar o consumo como vocação). Nessa sociedade, o consumo visto e tratado como vocação é ao mesmo tempo um direito e um dever humano universal que não conhece exceção.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para Consumo - a transformação das pessoas em mercadoria. Tradução de Carlos Alberto Medeiro. Rio de Janeiro: Zahar, 2008, Cap. 2 ("Sociedade de Consumidores").
A Atenas do século V a.C. legou ao mundo moderno a ideia de democracia, após a deposição dos "tiranos" atenienses e o estabelecimento das instituições democráticas, no final do século VI a.C. - uma correspondência cronológica com a expulsão dos reis romanos que não passou despercebida aos observadores antigos, que tiveram a perspicácia de apresentar as histórias dos dois lugares como se corressem paralelas. A Roma republicana deixou como herança a ideia igualmente importante de liberdade. A primeira palavra do segundo livro da História de Lívio, que começa com a história de Roma após a monarquia, é "livre"; e as palavras "livre" e "liberdade" são repetidas juntas oito vezes apenas nas primeiras linhas. A ideia de que a República foi fundada na libertas vibra intensamente ao longo de toda a literatura romana, e teve repercussão nos movimentos radicais dos séculos posteriores, na Europa e na América.
BEARD, Mary. SPQR: uma história da Roma Antiga. Tradução de Luis Reyes Gil. São Paulo: Planeta, 2017, p. 127.