“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Vida e Morte entre os Trausos

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

LIVRO V

IV. Já tive ocasião de me referir aos costumes dos getas, que se dizem imortais. Quanto aos trausos, são em tudo semelhantes aos dos trácios, exceto com relação aos recém-nascidos e aos mortos. Quando nasce, entre eles, uma criança, os parentes, sentados em torno dela, enumeram os males a que está sujeita a natureza humana e lamentam, com gemidos, a sorte ingrata que fatalmente o acompanhará enquanto viver; mas, quando morre um deles, enterram-no alegremente, regozijando-se com a felicidade desse que acaba de libertar-se de tantos males.

HERÓDOTO. História. Estudo crítico de Vítor de Azevedo e tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, p. 240. 

Egípcios, citas e líbios x porcos

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

LIVRO II

XLVII. Os egípcios olham os porcos como animais imundos. Se alguém toca inadvertidamente num deles, ainda que seja de leve, vai logo mergulhar no rio, mesmo vestido. Os guardadores de porcos, embora egípcios de nascença, são os únicos que não podem entrar em nenhum templo do Egito.

Ninguém lhes quer dar as filhas em casamento, nem desposar as filhas deles. São, por isso, obrigados a casar-se entre eles, isto é, com gente da mesma categoria.

Não é permitido aos egípcios sacrificar porcos a outros deuses que não à Lua e a Baco, realizando-se a cerimônia sempre no plenilúnio. Nessa ocasião lhe é permitido comer a carne.


LIVRO IV

LXIII. É assim que esses povos [os citas] sacrificam animais e criaturas humanas às divindades de sua predileção. Nunca, porém, imolam porcos e nem deles se alimentam. 

CLXXXVI. Toda a região que se estende do Egito ao lago Tritônis é habitada pelos líbios nômades, que se alimentam exclusivamente de carne e de leite, jamais comendo, como se dá também com os egípcios, vacas ou porcos. As mulheres de Cirenes não se julgam, também, com permissão para comer carne de vaca, por causa da deusa Ísis, adorada no Egito. Chegam a jejuar, e celebram em sua honra. As mulheres de Barcéia também não comem carne de vaca e nem de porco.

HERÓDOTO. História. Estudo crítico de Vítor de Azevedo e tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, p. 102, 204 e 233. 

O Massacre dos Armênios do Artsaque

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

Uma das maiores calamidades humanitárias do século XXI ocorreu há pouco mais de um ano, em setembro de 2023. Naquela ocasião, aproveitando-se do intenso envolvimento do exército russo na invasão da Ucrânia, e após nove meses de bloqueio ao corredor humanitário que atendia aos cristãos armênios do Artsaque, as forças do Azerbaijão lançaram uma ofensiva no Alto Karabakh, completando a anexação do território. O fim oficial da República de Artsaque foi declarado no dia 1º de janeiro de 2024. A Turquia deu suporte militar e diplomático ao Azerbaijão, durante todo esse processo.

Algumas poucas semanas depois da ofensiva do Azerbaijão contra os armênios, ocorreu o terrível Massacre do 7 de Outubro. Isso desviou a escassa atenção da comunidade internacional da tragédia que assolava os cristãos armênios do Alto Karabakh para as vítimas do Hamas, em Israel.

47º Presidente dos EUA

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

A Donald Trump retornará à Casa Branca em 20 de janeiro de 2025. Além disso, contará com a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes.

Abaixo, o mapa do resultado das eleições:

Tempestade Dana, Espanha

terça-feira, 5 de novembro de 2024

 

Na Espanha, a tempestade Dana deixou um rastro de 217 mortos, até agora, a maioria na província de Valência (213). Recomendo um vídeo sobre o assunto.

Farra dos Médicos (SBT)

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

 

João Paulo II visita São Pedro (1991)

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Itália durante a ascensão dos Bórgias

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Santuário de Gatos em Roma

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

 

Fonte: Pulo do Gato. Ed. 161. Out. - nov. de 2024, p. 25. 

Varões Armados no Centro de Vitória

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

 

Em fevereiro de 2017, no último fim de semana antes do início do ano letivo, a Polícia Militar do Espírito Santo entrou virtualmente em greve. No primeiro domingo da paralisação, ocorreu um fato no mínimo inusitado no Centro de Vitória. Assista ao vídeo acima e confira. Ouça também os comentários do Caio Fábio, aqui (não reflete a minha opinião).

Doc. 'O Caldeirão do Beato José Lourenço'

domingo, 13 de outubro de 2024


Praça João Clímaco

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Vê-se a rua Nestor Gomes e a Praça João Clímaco, nos arredores do Palácio Anchieta, concluídas, por volta de 1925. As fotos deste post foram obtidas em pesquisas no Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, em julho deste ano.

No momento, a praça passa por uma reforma, e não se sabe se as características históricas que lhe restaram serão respeitadas.

#OneYear Ataques de 7/10

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Há exatamente um ano, 1,2 mil pessoas foram assassinadas pelo Hamas em Israel, e 251 foram sequestradas. Quanto aos feridos, foram contados 3.400. Foi o dia mais sangrento da história de Israel, desde da Shoá (Holocausto). 

A Praga das Moscas

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

LIVRO II

XCV. Vê-se no país uma quantidade prodigiosa de moscas, mas os egípcios encontram meios para se defenderem delas. Os que habitam ao norte dos pântanos põem-se ao abrigo desses incômodos insetos, dormindo no alto de uma torre, pois o vento impede-as de voar muito alto. Os que ocupam a parte pantanosa servem-se de outro meio: a rede. Todos ali possuem uma rede. De dia, utilizam-na para apanhar peixes; à noite, estendem-na sobre o leito, à guisa de cortinado.

HERÓDOTO. História. Estudo crítico de Vítor de Azevedo e tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, p. 113. 

A Queda da Babilônia (539 a.C.)

domingo, 29 de setembro de 2024

LIVRO I

CLXXXIX. Ciro, marchando contra Babilônia, chegou às margens do Gindo. Este rio nasce nos montes Macianos, e depois de atravessar o país dos dardaneus deságua no Tigre, que passa ao longo da cidade de Ópis e desemboca, por sua vez, no mar de Eritréia. Enquanto Ciro procurava atravessar o Gindo (não pôde fazê-lo em barcas), um dos seus cavalos brancos, considerados sagrados, impelido pelo ardor, saltou na água e esforçou-se por ganhara margem oposto; mas a forte correnteza arrastou-o, afogando-o. Ciro, indignado com a afronta do rio, ameaçou-o de torná-lo tão fraco que, dali em diante, até as mulheres poderiam atravessá-lo sem molhar os joelhos. Assim dizendo, suspendeu a expedição contra Babilônia, dividiu o exército em dois corpos, traçou com uma corda, ao longo do rio, cento e oitenta canais em diversos sentidos, fazendo, em seguida, cavá-los pelas tropas. Conseguiu realizar tão vultosa empresa por haver empregado um número imenso de soldados, mas isso lhe ocupou as tropas durante todo o verão.

CXC. Tendo-se vingado do Gindo cortando-o em trezentos e sessenta canais, continuou a marcha para Babilônia ao anunciar-se a segunda primavera. Os babilônios, pondo suas tropas em campo, esperaram de pé firme. Mal o inimigo apareceu nas vizinhanças da cidade, deram-lhe batalha, mas, batidos, encerraram-se atrás das muralhas.

Como sabiam, de longa data, que Ciro não ficaria sossegado e que atacaria igualmente todas as nações, os babilônios haviam reunido de antemão provisões para muitos anos. Por conseguinte, o cerco não os inquietava de maneira alguma. Ciro encontrava-se em grande embaraço: cercava a praça há muito tempo e não tinha conseguido outra vantagem que a do primeiro dia.

CXCI. Finalmente, ou porque concluísse por si mesmo sobre o que devia fazer, ou porque alguém, vendo-o em dificuldades, o aconselhasse, o príncipe tomou a seguinte resolução: colocou o exército, parte no ponto onde o Eufrates penetra na Babilônia, parte no local onde o rio deixa o país, com ordem de invadir a cidade pelo leito do mesmo, logo que se tornasse vadeável. Com o exército assim distribuído, dirigiu-se para o lago, com algumas tropas menos aguerridas. Ali chegando, a exemplo do que fizera a rainha Nitócris, desviou as águas do rio para o lago pelo canal de comunicação. As águas se escoaram, e o leito do rio facilitou a passagem. Sem perda de tempo, os persas postados nas margens entraram na cidade, com as águas do rio dando apenas pelas coxas. Se os babilônios tivessem sido instruídos com antecedência sobre o propósito de Ciro, ou se o percebessem no momento da execução, poderiam ter feito perecer todo o exército, evitando a invasão da cidade; bastaria fechar as portas que conduzem ao rio e atacá-lo do muro marginal; os soldados seriam apanhados como peixes na rede. A verdade é que os persas surgiram quando eram menos esperados, e, a acreditar no depoimento dos babilônios, quando os pontos extremos da cidade já se achavam em poder do inimigo, os defensores que se encontravam na parte central ainda não tinham conhecimento disso, tão grande era ela. No momento em que se deu a invasão, os babilônios estravam realizando um festim, e, longe de imaginar que um perigo iminente os ameaçava, entregavam-se aos prazeres e às danças. Quando se inteiraram da situação, era demasiado tarde. Assim Babilônia foi tomada pela primeira vez.

HERÓDOTO. História. Estudo crítico de Vítor de Azevedo e tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, p. 81-82. 

Aspectos da Sociedade Persa

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

LIVRO I

CXXXVI. Depois das virtudes guerreiras, encaram como grande mérito o ter muitos filhos. O rei gratifica todos os anos os casais prolíficos. A razão dessa tendência para uma prole numerosa está em considerarem os persas que a força viril é demonstrada pelo grande número de filhos. Estes eles começam a instruir aos cinco anos de idade, e daí até os vinte só lhes ensinam três coisas que consideram as mais importantes: montar a cavalo, atirar com o arco e dizer a verdade. Antes de completar cinco anos, um filho não se apresenta ao pai; permanece sempre junto à mãe e sob os cuidados dela. Adotam esse costume para que, no caso do filho morrer criança, a perda não cause desgosto ao pai.

CXXXVII. Tal costume me parece louvável. Aprovo também a lei que não permite a ninguém, nem mesmo ao rei, mandar matar um homem por um só crime, nem a nenhum persa punir rigorosamente um dos seus escravos por uma só falta. Se depois de refletido exame o senhor achar que as faltas do servo são em maior número e mais consideráveis do que os serviços, pode então dar expansão à sua cólera. Asseguram os persas nunca ter alguém, entre eles, matado o pai ou a mãe, pois todas as vezes que se tem notícia de um tal crime, descobre-se, depois de rigorosas pesquisas, que o filho criminosos, ou era suposto ou adulterino. Isso porque os persas não podem admitir a possibilidade de um homem matar o verdadeiro autor dos seus dias.

CXXXVIII. Não lhes é permitido falar das coisas que não podem fazer. Nada lhes parece mais vergonhoso do que a mentira, e depois da mentira, contrair dívidas; isto por várias razões, mas sobretudo porque quem possui dívidas mente por força. Um cidadão contaminado da lepra branca não pode entrar na cidade e nem ter qualquer espécie de contato com o resto dos persas, pois veem nisso uma prova de haver o indivíduo pecado contra o Sol. Todo estrangeiro atacado desse mal é afastado do país; e, pela mesma razão, não podem tolerar os pombos brancos. Não urinam nem escarram nos rios; ali não lavam nem mesmo as mãos e nem permitem que alguém o faça, pois adotam o culto dos rios.

HERÓDOTO. História. Estudo crítico de Vítor de Azevedo e tradução de J. Brito Broca. Rio de Janeiro: Ediouro, s/d, p. 69. 

«O Fim está Sempre Próximo»

sexta-feira, 20 de setembro de 2024

 

                                      Baixe essa obra gratuitamente aqui.

A Questão de Olivença

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Na sexta-feira, o ministro da Defesa Nacional de Portugal, Nuno Melo, afirmou que a localidade de Olivença é portuguesa, e "não se abdica" dos "direitos quando são justos". Quando foi eurodeputado, Nuno defendeu esta questão, da qual não abre mão.

Olivença é uma cidade na zona raiana reivindicada por direito por Portugal, desde o Tratado de Alcanizes, em 1297. Porém, a Espanha a anexou e mantém integrada na província de Badajoz, na comunidade autônoma da Estremadura, apesar de ter reconhecido a soberania portuguesa sobre a cidade quando subscreveu o Tratado de Viena, em 1817. 

Praça Cecília Monteiro

terça-feira, 3 de setembro de 2024

No Centro de Vitória, ES, perto do Palácio Anchieta e ao lado da EEEFM Maria Ortiz, encontra-se uma bela praça, porém em estado de abandono. Eis, acima, o único banco da mesma. Pelos algarismos romanos, é possível identificar a data da praça: 1925. Logo, ela fez parte de uma série de medidas voltadas à urbanização da capital, promovidas pelo governador Florentino Avidos (sobre isso, ver o seguinte artigo). No entanto, não consegui obter maiores informações dessa praça.

Acima, está o pedestal da estátua de mármore do deus Hermes. Numa reportagem de 2018, o sr. Raimundo de Oliveira denunciava o sumiço da mesma. Pelas informações que levantei, recorrendo, inclusive, ao Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, sabe-se que a estátua foi retirada da praça em 1979, após ter sido danificada com a queda de um Flamboyant. Em breve, quando puder reunir informações mais consistentes, atualizei este post.

A Essência dos Problemas da Gestão

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

 

Em outubro, elegeremos representantes para as câmaras municipais e prefeituras. Dentre as muitas propostas que normalmente são apresentadas pelos candidatos, raríssimas tocam na questão central que deveria ocupar qualquer legislador ou administrador, além de nós, eleitores.

Leia o artigo completo aqui.

Parque Moscoso

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Parque Moscoso, em 1936.

O Parque Moscoso, na região administrativa do Centro de Vitória, ES, foi construído no início do século XX, numa área denominada Lapa do Mangal, formado por terrenos alagados pelas marés, próximo ao porto, cujo canal constituía um dos limites da cidade. Era foco de epidemias graves, como febre amarela, devido à falta de saneamento básico na cidade. Como forma de facilitar o acesso à construção da Santa Casa de Misericórdia, foi realizado um aterro na parte interna da região. Isso começou em 1888, no governo de Henrique Ataíde Lobo Moscoso.

Em homenagem a Henrique Moscoso, a Câmara de Vitória deu ao Campinho (denominação correspondente à área de mangue aterrada) o nome de Villa Moscoso, já demarcado para edificações e arruamento. Em 1889, foi inaugurado um chafariz chamado Fonte dos Cavalos, assinalando o fim das obras do aterro. Nesse mesmo ano, no governo Afonso Cláudio, foi erguido um busto em homenagem a Henrique Moscoso. As obras do parque se iniciaram em 1910, em 30 mil metros quadrados de superfície. A inauguração ocorreu no dia 19 de maio de 1912.

O projeto do Parque Moscoso é de autoria do paisagista Paulo da Motta Teixeira, e segue o estilo eclético de Art Nouveau, em voga durante a Belle Époque; foi inspirado nas formas orgânicas da natureza. Foram incluídos no jardim: fontes luminosas, repuxos, ruínas de templos greco-latinos, caminhos sinuosos e lagoas com ilhotas artificiais com sapos e pontes em concretos cujos parapeitos imitavam troncos de árvores. Também foram projetados coreto, orquidário e alamedas que dividiam o parque em quatro partes bem definidas.

O Parque Moscoso foi artisticamente construído e era um lugar aprazível e poético, que passou a ser o ponto de encontro dos capixabas. Ao longo de cem anos, o parque passou por algumas transformações, como a eliminação do coreto e do orquidário. A Fonte dos Cavalos, infelizmente, se encontra em situação de abandono. Ainda assim, o "Parque Gostoso", como é carinhosamente chamado pela população, ainda é uma referência como um espaço de lazer urbano em Vitória e, de certo modo, no Espírito Santo.

Bibliografia consultada:

LEITE, Priscila de Souza C. & PINHEIRO, Larissa Franco de Mello Aquino. O Parque Moscoso como espaço-memória da cidade de Vitória. Vitória, ES: Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, 2018.

A 2ª Morte da Escadaria Maria Ortiz

terça-feira, 20 de agosto de 2024

 

A antiga Ladeira do Pelourinho, mais tarde batizada como escadaria Maria Ortiz, foi inaugurada no dia 15 de novembro de 1924, durante a administração Florentino Avidos (foto acima). Em 1987, durante a gestão do prefeito Hermes Laranja (1986-1988), a escadaria sofreu sua primeira grande descaracterização, perdendo o status de histórica, como denunciou o historiador Gabriel Bittencourt.

Leia aqui o artigo do historiador Gabriel Bittencourt. Leia aqui o artigo do professor José Cirillo.

Agora, a escadaria sofre a sua segunda morte. A atual gestão municipal, aproveitando-se do fato de escadaria não ter tombada pelo Conselho de Cultura, removeu a pedraria portuguesa. Assim, infelizmente, a escadaria sofre a sua segunda morte.

Conflitos no Campo (2023)

quarta-feira, 14 de agosto de 2024


Baixe o relatório aqui.

É comum as pessoas que vivem nas metrópoles terem uma imagem das zonas rurais brasileiras como lugares perigosos, povoados por pistoleiros e jagunços. Reportagens sensacionalistas e telenovelas, divulgadas na velha imprensa, contribuíram para cristalizar essa visão. Porém, os dados apontam em outra direção. Isso consta no relatório acima, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), um organismo ligado à Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB.

Em 2023, no Brasil, ocorreram 4.328 mortes violentas intencionais, sendo que apenas 31 delas foram registradas no campo.

Dia Internacional do Gato

quinta-feira, 8 de agosto de 2024

"Se souberem ser dignos de um gato, ele tornar-se-á vosso amigo, mas nunca vosso escravo." Théophile Gautier (1811-1872)

Assista: Gato no Titanic

Caos no Reino Unido

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

 

Desde a semana passada, várias cidades britânicas têm sido palco de protestos anti-imigração. Distúrbios ocorreram na capital Londres e em cidades como Hull, Liverpool, Bristol, Manchester, Belfast, dentre outras. Alguns manifestantes têm proferido insultos islamofóbicos enquanto enfrentam contra-manifestantes, e a polícia teve dificuldade para manter a ordem.

Centenas de pessoas foram presas, e comentaristas independentes falam em princípio de guerra civil.

Os protestos começaram na semana passada, após um ataque a faca em Southport, no noroeste da Inglaterra. As vítimas fatais das facadas foram três meninas, entre seis e nove anos. O crime brutal, ocorrido durante uma aula de dança, chocou o Reino Unido.

A imigração é um tema sensível entre os britânicos e um dos principais desafios para o governo trabalhista que acabou de assumir o poder no país.

Dia do Mico-Leão-Dourado

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Hoje, 2 de agosto, é o Dia do Mico-Leão-Dourado (Leontopithecus rosalia). Essa é uma espécie endêmica de primatas, encontrados apenas na Mata Atlântica, com distribuição restrita nas remanescentes florestas do estado do Rio de Janeiro. O total de região florestal onde estes símios são encontrados, no entanto, não passa de 500 quilômetros quadrados. 

Os micos são animais onívoros, e destacam-se por serem brincalhões e sociáveis. Os micos-leões-dourados jovens, por exemplo, roubam comida de pais ou irmãos apenas por diversão.

Devido à destruição do seu habitat, os micos figuram em listas de animais ameaçados de extinção há décadas.

Em 2023, o geógrafo Luís Paulo Ferraz, da Associação Mico-Leão-Dourado, celebrou o crescimento do número de animais na natureza. Eles teriam passado de 2,5 mil, em 2019, para 4,8 mil, em 2023.

Com informações da National Geographic Brasil.

Desafios dos Sobreviventes da Shoá

quarta-feira, 31 de julho de 2024

 

Soldados alemães capturados removem corpos de dentro de um quartel em Gunskirchen, campo de concentração austríaco onde Edith Eva Eger e que foi libertado por soldados do 3º Exército dos EUA. 7 de maio de 1945. Créditos do US Holocaust Memorial Museum.

Aprendi a diferença entre liberdade negativa e liberdade positiva em maio de 1945, aos 17 anos. Eu estava caída na lama, junto a uma pilha de pessoas mortas e moribundas, quando a 71ª Infantaria chegou para libertar o campo. Lembro-me dos olhares horrorizados dos soldados, com o rosto coberto por lenço para não sentirem o cheiro de carne podre. Naquelas primeiras horas de liberdade, vi meus colegas ex-prisioneiros - aqueles que conseguiam andar - saírem pelos portões da prisão e, momentos depois, voltarem para se sentar na grama encharcada ou no chão sujo dos barracões, incapazes de seguir adiante. Viktor Frankl percebeu o mesmo fenômeno quando as forças soviéticas libertaram Auschwitz. Não estávamos mais presos, mas muitos não conseguiam reconhecer, física ou mentalmente, a liberdade. Corroídos por doenças, pela fome e pelo trauma, não tínhamos capacidade de assumir a responsabilidade por nossa vida. Mal conseguíamos nos lembrar de como ser nós mesmos.

Tínhamos finalmente sido libertados dos nazistas. Mas ainda não estávamos livres.

Hoje reconheço que a prisão mais nociva está em nossa mente, mas sei que a chave está em nosso bolso. Não importa o tamanho do sofrimento ou do portão das celas, é possível nos libertarmos de qualquer coisa que esteja nos aprisionando.

Não é fácil, mas vale muito a pena.     

EGER, Edith Eva. A Liberdade é uma Escolha. Tradução de Débora Chaves. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2021, Introdução. 

Busto de Santos Dumont

sábado, 20 de julho de 2024

Hoje se completam 51 anos do ato inaugural do busto do Pai da Aviação, no Parque Moscoso, no centro histórico de Vitória, ES. A foto do topo mostra a situação atual do monumento, que está sem a placa de inscrição original (foto de baixo). Seguiremos atentos e cobrando por providências às autoridades municipais.

Justo, o Monge

segunda-feira, 15 de julho de 2024

Uma ilustração do séc. XII relativa à vida de São Cuteberto (634-687).

Vivia lá [no mosteiro de Gregório, o Grande] um monge chamado Justo, especialista em medicina. Justo caiu doente sem esperança de cura e foi assistido pelo seu irmão carnal Copioso, também ele médico. Justo confessou ao irmão que escondera três moedas de ouro a este mais não pôde fazer do que informar os monges.

Encontraram as moedas de ouro escondidas com os medicamentos. Contaram isto a Gregório que reagiu vivamente, pois a regra do mosteiro estipulava que os monges tivessem tudo em comum. Gregório, perturbado, perguntou-se o que poderia fazer de útil ao mesmo tempo para a "purgação" do moribundo e para edificação dos monges. Proibiu aos monges que respondessem aos apelos do moribundo se este os desejasse junto de si e ordenou a Copioso que dissesse ao irmão que os monges, sabendo do seu ato, sentiam por ele repulsa, até que se arrependesse no momento de morrer. E quando o seu corpo estivesse morto não seria enterrado no cemitério dos monges mas lançado para um buraco do lixo e os monges atirariam para sobre o seu corpo as três moedas de ouro, gritando: "Que o teu dinheiro fique contigo, para tua perdição."

Tudo se passou e foi feito como previsto. Os monges, aterrados, evitaram todos os atos repreensíveis. Trinta dias depois da morte de Justo, Gregório pôs-se a pensar com tristeza nos suplícios que devia estar a sofrer o monge defunto e ordenou que, durante os trinta dias seguintes, fosse celebrada diariamente uma missa em sua intenção. Ao fim de trinta dias, o morto apareceu ao irmão, de noite, e disse-lhe que até àquele dia tinha sofrido, mas que acabava de ser admitido à comunhão (dos eleitos). Foi evidente que o morto escapara aos tormentos graças à hóstia salutar.     

LE GOFF, Jacques. O Nascimento do Purgatório. Tradução de Maria Fernanda Gonçalves de Azevedo. Lisboa: Estampa, 1993, p. 113. 

Recorde de Incêndios na Amazônia

quinta-feira, 11 de julho de 2024

A Privação como Estratégia de Poder

terça-feira, 9 de julho de 2024

Uma população famélica não pensará em outra coisa senão em sua própria sobrevivência. A liberdade, naturalmente, ficará em segundo plano. Em regimes tirânicos, a fome - e outros tipos de privação - sempre é um instrumento de controle da população.

Orações pelos mortos

domingo, 7 de julho de 2024

O mais importante é que os cristãos adquiriram, parece que muito cedo, o hábito de rezar pelos seus mortos. Em relação à Antiguidade esta atitude era uma novidade. Segundo uma fórmula feliz de Salomon Reinach, "os pagãos pediam aos mortos, enquanto os cristãos pedem pelos mortos" É claro que, como os fenômenos de crenças e mentalidades não aparecem subitamente, a intervenção dos vivos a favor dos seus mortos que sofrem no além encontra-se em certos meios pagãos, sobretudo ao nível popular. Tal foi o caso do orfismo:

Orfeu diz: Os homens... praticam ações sagradas para obter a salvação dos antepassados ímpios; tu, que tens poder sobre eles... tu liberta-los das grandes penas e da imensa tortura.

Estas práticas desenvolveram-se cerca da era cristã e mais uma vez se trata de um fenômeno de época, particularmente sensível no Egito, local de encontro por excelência das nações e das religiões. Diodoro da Sicília, que viajou para lá cerca de 50 a.C., ficou espantado com os costumes fúnebres dos egípcios: "No momento em que a caixa que contém o morto é colocada sobre a barca, os sobreviventes invocam os deuses dos infernos e suplicam-lhes que o admitam na morada reservada aos homens piedosos. A multidão acrescenta isto as suas aclamações acompanhadas de votos por que o defunto goze no Hades da vida eterna, em companhia dos bons."

Deve-se, sem dúvida, recolocar neste contexto a passagem do Segundo Livro dos Macabeus feito por um judeu de Alexandria durante o meio século que precedeu a viagem de Diodoro. Testemunha ele da ausência do hábito de rezar pelos mortos na época de Judas Macabeu (cerca de 170 a.C.), cujas inovações surpreendem, e da realidade desta prática entre certos judeus um século depois. Devemos, sem dúvida, ligar a crenças deste gênero o estranho costume de que fala S. Paulo em I Coríntios (XV, 29-30) onde afirma a realidade da ressurreição: "Se assim não fosse, o que ganhariam aqueles que se fazem batizar em vez dos mortos? Se os mortos não ressuscitam mesmo, porquê então fazerem-se batizar em vez deles?" Este batismo para os mortos não era o batismo cristão mas o batismo que recebiam os prosélitos gregos que se convertessem ao judaísmo.

O enorme processo epigráfico e litúrgico sobre as orações pelos mortos foi muitas vezes explorado para provar a antiguidade da crença cristã no Purgatório. Estas interpretações parecem-me abusivas. As graças que se suplica a Deus sejam concedidas aos mortos invocam essencialmente a bem-aventurança paradisíaca, em todo o caso um estado definido pela paz (pax) e pela luz (lux). É preciso esperar pelo fim do século V (ou princípio do século VI) para encontrar uma inscrição que fale da redenção da alma de um defunto. Trata-se de uma inscrição galo-romana de Briord, cujo epitáfio contém a fórmula pro redemptionem animae suae. Por outro lado, nestas inscrições e nestas preces, não se trata de um lugar de redenção ou de espera que não o tradicional segundo o Evangelho, o "seio de Abraão". Mas é essencial para a constituição do terreno onde se desenvolverá mais tarde a crença no Purgatório que os vivos se preocupem com a sorte dos dos mortos, que para além da sepultura mantenham com eles laços que não sejam os da invocação da proteção dos defuntos mas da utilidade das preces feitas em sua intenção.     

LE GOFF, Jacques. O Nascimento do Purgatório. Tradução de Maria Fernanda Gonçalves de Azevedo. Lisboa: Estampa, 1993, p.64-65. 

Convento de São Francisco

quinta-feira, 4 de julho de 2024

 

O Convento de São Francisco foi construído no final do século XVI. A fachada da Igreja Conventual (acima, na foto tirada ontem) sofreu reformas em 1744 e em 1784. É a única parte original que restou do conjunto que formou o primeiro Convento Franciscano na parte Sul do Brasil Colônia. O monumento foi tombado pelo Conselho Estadual de Cultura em 1984, juntamente com a Capela Nossa Senhora das Neves, erguida na primeira metade do século XIX, no terreno do antigo convento.

Atualmente, o Convento de São Francisco, a Catedral Metropolitana e o Convento do Carmo são os únicos monumentos contemplados pelo Visitar Centro Histórico, da Prefeitura de Vitória. 

Reabertura do Mercado da Capixaba

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Após duas décadas de abandono, o Mercado da Capixaba será reaberto. Mais de R$ 8 milhões foram investidos no restauro pela Prefeitura de Vitória, a partir de amanhã a população poderá usufruir desse espaço dedicado à gastronomia, ao artesanato e à cultura.

A Invasão da Europa

segunda-feira, 1 de julho de 2024

 

O perfil no X @EuropeInvasionn (invasão europeia) tem denunciado aquilo que a velha imprensa se recusa a fazer. A imigração desordenada para o Velho Continente, especialmente por parte de muçulmanos, tem gerado choques culturais, além de problemas sociais e econômicos. Isso explica a ascensão a direita europeia, que obteve mais uma vitória ontem (30/06), nas eleições legislativas da França. Assim, vale a pena seguir a @EuropeInvasionn, ainda que todas as informações precisem ser verificadas e analisadas criticamente.