“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Horrible Histories (BBC)

terça-feira, 30 de junho de 2015

Sócrates

Heliogábalo

Os Vikings

Os Etruscos

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O documentário abaixo intitula-se Ancestrais da Antiga Roma - Os Etruscos.


Os etruscos formaram a primeira alta civilização da Península Itálica, e sua importância é equivalente ao do Egito e da Grécia antigos. Eles se estabeleceram na região entre o sul do rio Arno e ao norte do rio Tibre, entre 1200 e 700 a.C. Os últimos três reis romanos foram etruscos, e a Etrúria só foi totalmente submetida por Roma no séc. III a.C. 

Louise Hitchcock: a Talassocracia Cretense

domingo, 28 de junho de 2015

A transição da Idade do Bronze à Idade do Ferro no Mediterrâneo Oriental é um dos aspetos mais apaixonantes dos albores da nossa civilização. O tipo de relações que se estabeleceram entre os povoadores destas áreas geográficas, as razões do colapso dos grandes centros de poder e a transição a uma nova era são questões que o mundo acadêmico se esforça para responder. Na semana passada conversamos com Jesse Millek, que estudou esse processo no Levante. Nesta ocasião procuramos a Louise Hitchcock, professora associada da Universidade de Melbourne, que possui uma larga experiência nestes assuntos.  


Cerêmica cretense. Museu Arqueológico de Atenas. Foto: Mario Agudo Villanueva

Pergunta - Você acaba de publicar um artigo na Biblical Archaeology Society no qual defende a influência dos povos do Egeu, especialmente na Idade do Bronze, nos povos bíblicos. Estamos falando de uma influência unidirecional ou bidirecional?
Louise - A influência foi absolutamente bidirecional. (...) Nós sabemos que os minoicos foram importando iconografia, materiais brutos, novas tecnologias como a tecnologia de casco profundo e mastro para os seus navios, reduzindo assim o espaço marítimo e levando-lhes mais longe da esfera do Oriente Próximo. (...) Símbolos iconográficos como a torneira e os gênios, foram importados do Egito e da Mesopotâmia, respectivamente. As convenções de gênero do uso do vermelho para homens e do branco para as mulheres foram trazidas do Egito e tem se argumentado que o côvado egípcio foi utilizado na arquitetura minoica. (...)

Pergunta - Quais eram as principais influências que podemos destacar nessas relações?
Louise - Podemos colocá-las na categoria de intercâmbio comercial/presentes de materiais em estado bruto, produtos manufaturados e execução de arte.

Pergunta - Você está de acordo sobre a controvertida teoria da Talassocracia Cretense?
Louise - Penso que há uns anos, os acadêmicos especializados no Egeu eram relutantes em falar da questão da talassocracia. Isso porque viam nela uma ideia que Tucídides promoveu para legitimar a talassocracia ateniense no século V a.C. Curiosamente, na última Conferência Internacional sobre o Egeu, celebrada em Viena, Malcolm Wiener sugeriu que deveríamos retomar essa ideia e eu estou de acordo. Penso que, no momento em que se celebrou a conferência, sabíamos muito mais sobre as rotas marinhas e de comércio que antes. Além disso, sabemos que quando se produziu o colapso micênico, as redes comerciais também caíram, e as costas de Creta restaram desoladas, provocando um movimento da população para as partes mais altas e seguras. Se observarmos a era dos palácios e das vilas minoicas, podemos notar que muitos deles ocupavam posições estratégicas ao lado de vales de rios e próximos da linha costeira. Eles poderiam ter constituído uma presença que criara uma sensação de segurança por um tempo. Então, penso que necessitamos revisitar essa ideia, considerando a relação dos palácios e vilas minoicas com a paisagem. 

Leia a entrevista completa AQUI.

A Segunda Guerra Mundial em cores

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Adin Steinsaltz: a paganização ocidental

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Segundo esse rabino "renascentista", tradutor do Talmude, nosso mundo não é judaico-cristão ou islâmico. Os valores tradicionais, ligados às três grandes religiões monoteístas, têm perdido espaço para um processo de "paganização" da sociedade humana. 

Entrevista imperdível, foi concedida ao programa Milênio, da Globo News, no ano passado. 

Tarefas de casa (23/06/2015)

terça-feira, 23 de junho de 2015


Tarefas do 6º ano A / 6º ano B:
- Responder as questões de revisão (caderno); reler (ou ler) o Cap. 6 - África. 

Tarefas do 7º ano:
- Texto complementar e atividades (pp. 137-139).

Tarefas do 8º ano:
"Seja criativo" (pp. 128-129).

Tarefas do 9º ano A / 9º ano B:
- Ler o cap. 9 - "Os tempos da Guerra Fria" (pp. 146-159).
Assista: Guerra Fria - À beira do Juízo

Tarefas do 1º ano (Ensino Médio):
- Atividades do Mód. 10 (pp. 51-56); revisar os conteúdos da prova bimestral (móds. 8, 9 e 10).

Tarefas do 2º ano (Ensino Médio):
Atividades do Mód. 30 - Expansão industrial e neocolonialismo (pp. 57-64).

Tarefas do 3º ano (Ensino Médio):
- Concluir as atividades do Mód. 42 (pp. 22-31). Revisar os Módulos 41 e 42.

As tarefas valem pontos de participação e devem ser apresentadas, completas, na próxima aula. Além das atividades, recomenda-se a leitura do capítulo ou módulo em questão.

Tarefas de casa (22/06/2015)

segunda-feira, 22 de junho de 2015



Tarefas do 6º ano A / 6º ano B:
- "História na prática" (p. 113); revisar o cap. 6 - África. 

Tarefas do 7º ano:
Questões 8, 9 e 10 (pp. 134-135).
P.s. Atividades passadas no dia 19/06.

Tarefas do 8º ano:
Questões 3 a 5 (p. 126) e "O que você vê?" (pp. 127-128).
P.s. Atividades passadas no dia 17/06.

Tarefas do 9º ano A / 9º ano B:
- Ler o cap. 9 - Os tempos da Guerra Fria (pp. 146-159).

Tarefas do 1º ano (Ensino Médio):
- Atividades do Mód. 10 (pp. 51-56).
Obs.: Os relatórios referentes aos documentários deverão ser entregues amanhã (23/06) .

Tarefas do 2º ano (Ensino Médio):
Atividades do Mód. 30 - Expansão industrial e neocolonialismo (pp. 57-64).

Tarefas do 3º ano (Ensino Médio):
- Concluir as atividades do Mód. 42 (pp. 22-31). Revisar os Módulos 41 e 42.

As tarefas valem pontos de participação e devem ser apresentadas, completas, na próxima aula. Além das atividades, o aluno deve ler, na totalidade, o capítulo ou o módulo em questão.

A concepção de infância na Grécia Antiga

domingo, 21 de junho de 2015




Em 1930, uma escavação arqueológica na Ágora, principal mercado da antiga Atenas, descobriu um poço com 450 esqueletos de bebês, além de centenas de ossadas de cães. Somente na semana passada uma pesquisa conseguiu esclarecer o enigma do achado, que é uma evidência da concepção de infância na Grécia Antiga.

Segundo Susan Rotroff, uma das coordenadoras do projeto, "o estudo deste poço nos ajuda a entender a alta taxa de mortalidade infantil na Antiguidade." Já para Mariana Virgolino, doutora em História Antiga, o fato de o poço ter sido descoberto no centro cívico da cidade, perto de residências e do comércio, "mostra que essas crianças não eram vistas como pessoas, propriamente, uma vez que não passaram pelos mecanismos de integração à família e à cidade."

A maioria dos bebês teve morte natural. Contudo, um deles morreu aos 18 meses, após sofrer fraturas e maus-tratos (imagem acima). Já os restos dos cães encontrados apontam para sacrifícios de limpeza ritual. 

Fonte: O Globo

«Roma Antiga», de Thomas R. Martin

sábado, 20 de junho de 2015


O lançamento de Roma Antiga - de Rômulo a Justiniano, pela LP&M (Porto Alegre, 2014), supre, acima de tudo, a imensa lacuna de livros sobre a civilização romana disponíveis no Brasil. É verdade que em Portugal há uma oferta maior de obras sobre Roma e a Antiguidade. Contudo, só uma pequena parcela do que foi escrito sobre tais temas foi traduzido para a língua de Camões.

Confesso que titubeei quando encontrei este livro na Logos. Afinal, já li diversos livros sobre a civilização romana, e até escrevi uma dissertação de mestrado sobre o tema. Assim, o que um livro generalista poderia trazer de novo? Contudo, felizmente, me surpreendi. Thomas R. Martin, doutor em filologia clássica pela Universidade de Havard, escreveu um excelente livro, aliando erudição e linguagem acessível. 

Sendo mais específico, são qualidades do livro a farta utilização de fontes primárias, a narrativa cronológica (a "espinha dorsal" da História, segundo Barbara W. Tuchman) e a incrível capacidade de ser bastante informativo e objetivo ao mesmo tempo (o livro tem 317 páginas). Trata-se, definitivamente, de um livro para leigos e especialistas.

Para finalizar, destaco um excerto do texto da contracapa do livro:

De um pequeno, pobre e ameaçado povoamento com poucos habitantes, Roma se transformou em um império que se estendeu pela Europa, norte da África e Oriente Médio. A influência romana é igualmente penetrante: conceitos e instituições fundadores da civilização ocidental de hoje lá se originaram. Para desvendar a ascensão e a espetacular queda deste que é considerado por muitos o maior império de todos os tempos, Thomas R. Martin parte do período da fundação de Roma por Rômulo, no século VIII a.C., até o domínio de Justiniano no ano de 600 d.C., numa narrativa envolvente e multidisciplinar, que entrelaça história social, política, religiosa e cultural.    

Tarefas de casa (19/06/2015)

sexta-feira, 19 de junho de 2015


Tarefas do 6º ano A / 6º ano B:
- Atividades das pp. 114-115. 

Tarefas do 7º ano:
- Questões 8, 9 e 10 (pp. 134-135).

Tarefas do 8º ano:
- Questões 3 a 5 (p. 126) e "O que você vê?" (pp. 127-128). 
Obs.: Atividades passadas na aula anterior.

Tarefas do 9º ano A / 9º ano B:
- Revisar os conteúdos da Prova Bimestral (capítulos 7 e 8), concentrando-se nas questões de revisão passadas pelo professor.

Tarefas do 1º ano (Ensino Médio):
- Atividades do Mód. 9 (pp. 43-45).
Obs.: O prazo de entrega dos relatórios termina na próxima terça-feira (23/06) .

Tarefas do 2º ano (Ensino Médio):
- Ler o Mód. 30 - Expansão industrial e neocolonialismo (pp. 53-57).

Tarefas do 3º ano (Ensino Médio):
- Concluir as atividades do Mód. 42 (pp. 22-31).
Obs.: Atividades passadas na aula anterior.

As tarefas valem pontos de participação e devem ser apresentadas, completas, na próxima aula. Além das atividades, recomenda-se a leitura do capítulo ou módulo em questão.

Waterloo e o fim de um sonho

quinta-feira, 18 de junho de 2015

A Batalha de Waterloo (1852), de Clément-Auguste Andrieux (1829-1800).

Em 1799, a Revolução Francesa chegava ao fim com o golpe do 18 Brumário. O governo do Diretório era substituído pelo Consulado. Entre 1799 e 1802, Napoleão Bonaparte governou a república francesa como primeiro-cônsul. Em 1802, tornou-se primeiro-cônsul vitalício e, finalmente, tornou-se imperador em 1804. A partir de então, até 1815, quando foi definitivamente derrotado em Waterloo, Napoleão governou a França e boa parte da Europa. 

O sonho desse general nascido na ilha de Córsega era unir as nações europeias numa confederação. A coesão de nações tão díspares se daria a partir de "uma unidade de códigos, princípios, sentimentos e interesses". Napoleão formaria repúblicas independentes na Inglaterra e Irlanda e libertaria a Espanha da superstição. O reino da Polônia seria restabelecido como um Estado-tampão entre os russos (a quem chamava de "bárbaros do norte") e o resto do continente. Finalmente, o império poliglota da Áustria seria separado, a Hungria seria liberta e os turcos seriam expulsos da Europa.

Para tal empreendimento (no qual Napoleão quase foi bem-sucedido), seria fundamental o exército revolucionário, formado a partir do recrutamento militar universal e exércitos de massa. Para controlar essa grande quantidade de homens, os generais revolucionários criaram o sistema de divisões (de artilharia, cavalaria e infantaria).

A estratégia era o forte do general Napoleão, e ele espalhava suas divisões extensamente, ocultando dos inimigos o seu real objetivo. Em combate, dirigia uma "cunha" entre as forças inimigas, concentrando-se em uma parte, destruindo-a antes de atacar a segunda parte. Assim, perseguindo a tática de sempre estar na ofensiva, ele levou a sua Grande Armée, formada por 75 mil franceses, a derrotarem 80 mil russos e 25 mil austríacos na Batalha de Austerlitz (02 de dezembro de 1805).

Se Austerlitz provou a genialidade e a supremacia de Napoleão no combate em terra, a batalha naval de Trafalgar, travada a 20 de outubro de 1805, mostrou que os ingleses eram imbatíveis no mar. Assim, em 1806 Napoleão emitiu o Bloqueio Continental, cujo objetivo era arruinar economicamente a Inglaterra. O país que o descumprisse, comercializando com os britânicos, seriam invadidos pelo Grande Exército.

Napoleão orgulhava-se de ser o campeão das pessoas comuns contra opressores aristocráticos, mas na Espanha e na Rússia as pessoas comuns não apoiavam as suas ações. Entre 1808 e 1812, os espanhóis travaram feroz luta contra o ocupante francês. Os franceses - que em junho de 1808 haviam substituído o rei espanhol por José Bonaparte - foram humilhados no dia 21 de julho do mesmo ano, na Capitulação de Bailén. O mito da invencibilidade do Grande Exército estava desfeito.

Portugal foi a primeira nação a desrespeitar o Bloqueio Continental. Em retaliação, em 1808 as tropas francesas cruzaram a Espanha e invadiram o país, forçando a família real portuguesa a se transferir, com apoio britânico, para o Brasil.

Entre 1810 e 1811, o Império Francês alcançou a sua máxima extensão territorial. Contudo, o ano de 1812 marcaria o começo do fim, com a invasão do Grande Exército à Rússia do czar Alexandre I, outra nação que descumpria o Bloqueio Continental.

Napoleão conduziu uma imensa força de 600 mil homens pela "terra queimada" russa. Abatidos pela guerrilha, pelo inverno rigoroso, pela fome e por doenças, 100 mil sobreviventes retornaram a Paris.

A Sexta Coalizão antinapoleônica (Inglaterra, Prússia, Rússia e Áutria) não deixou passar a oportunidade e derrotou 160 mil franceses na Batalha de Leipzig (16-18 de outubro de 1813). A seguir, os coligados iniciaram uma campanha que começou em dezembro, e terminou em março de 1814, com a Capitulação de Paris. Em 6 de abril, Napoleão abdicou, sendo enviado à ilha de Elba.

Contudo, Napoleão ainda não estava vencido. Retornou à França, onde iniciou o Governo dos Cem Dias. Quando isso ocorreu, o Congresso de Viena estava em curso, e os inimigos da revolução planejavam uma ampla campanha pela Europa, a fim de eliminar definitivamente a ameaça napoleônica. No entanto, Napoleão estava de volta ao seu posto, e deu o primeiro passo. Em junho de 1815, ele conduziu 72 mil homens à Batalha de Waterloo.

Sua intenção era derrotar os ingleses (comandados por Wellington) e os prussianos (comandados por Blucher), antes que eles pudessem se unir. Depois, Napoleão abateria os russos e os austríacos. 

Infelizmente para Napoleão, sua estratégia não funcionou em Waterloo. Os Aliados conseguiram se unir e colocar um ponto final ao Primeiro Império da França. O seu imperador abdicou e foi enviado ao exílio em Santa Helena, onde morreu, em 1821. 

Era o fim de uma Era. Hoje, uma Europa quase tão unida quanto sonhava Napoleão, lembra a batalha travada duzentos anos atrás:

Tarefas de casa (17/06/2015)

quarta-feira, 17 de junho de 2015


Tarefas do 3º ano (Ensino Médio):
- Concluir as atividades do Mód. 42 (pp. 22-31).

Tarefas do 9º ano A:
- Revisar os conteúdos da Prova Bimestral (capítulos 7 e 8), concentrando-se nas questões de revisão passadas pelo professor.

Tarefas do 7º ano:
- Questões 1 a 5 (pp. 133-134).

Tarefas do 8º ano:
- Questões 3 a 5 (p. 126) e "O que você vê?" (pp. 127-128).

Tarefas do 2º ano (Ensino Médio):
- Atividades do Mód. 29 (pp. 44-52).

As tarefas devem ser apresentadas, completas, na próxima aula. Vale lembrar que contam pontos de participação.

História do Brasil, por Boris Fausto

sábado, 13 de junho de 2015

A Era Napoleônica (1799-1815)

sexta-feira, 12 de junho de 2015

NAPOLEÃO BONAPARTE [Série]
Diretor: Yves Simoneau
Ano de lançamento: 2002

Parte 1

Parte 2

Parte 3
P.s. Há um erro na legenda (37min15 s). O correto é: "Porque você não está lá."

Parte 4

- Ouça também o podcast do Prof. Rodolfo Neves sobre a Era Napoleônica (nº 30).

História do Petróleo

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Episódio 1 - A Era de Ouro das Grandes Companhias

Episódio 2 - Nacionalismo do Petróleo

 Episódio 3 - O Petróleo como Arma

Episódio 4 - O Esgotamento do Petróleo

Assista também: O Segredo das Sete Irmãs

O Brasil é capitalista?

quarta-feira, 10 de junho de 2015

O capitalismo nunca existiu no Brasil. Somos um país pré-capitalista, ou mesmo anticapitalista. Isso se traduz em nossa notória incompreensão da função do lucro e da concorrência. Somos uma sociedade patrimonialista. O patrimonialismo não é mais que a forma ibérica do mercantilismo europeu do começo da Idade Moderna, isto é, o mercantilismo piorado pela influência cultural da Contrarreforma, dos confiscos da Inquisição e dos resquícios do despotismo árabe. Há quatro características essenciais ao capitalismo: 

1) reconhecimento da propriedade privada; 

2) sinalização mediante o sistema de preços; 

3) livre acesso ao mercado pelos agentes econômicos, e 

4) regra estáveis do jogo num Estado de direito. 

O Brasil preenche apenas a primeira dessas condições e assim mesmo com ressalvas. O Brasil não sofre de excesso de capitalismo, mas da falta dele. 

ROBERTO CAMPOS (1917-2001) 

O Globo, 29/11/1992.

A Caminhada do Homem

terça-feira, 9 de junho de 2015

Parte 1

Parte 2

Parte 3

70 Anos da Rendição Alemã

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Grandes Castelos da Europa

domingo, 7 de junho de 2015

Episódio 1

Episódio 2

Episódio 3

Episódio 4

Frederico, o Grande (BBC)

sábado, 6 de junho de 2015

O documentário abaixo mostra a trajetória de um dos maiores nomes do Despotismo Esclarecido - Frederico, o Grande (1740-1786).


O fracasso do intervencionismo

sexta-feira, 5 de junho de 2015


Os comunistas tornaram públicos os meios de produção. Tentaram controlar tudo do centro. Não funcionou. Foi uma bagunça, um fracasso. Nós, nos Estados Unidos, por outro lado, tornamos públicos os frutos da produção. Significa que o governo toma o dinheiro de alguns, aqueles que produzem bens e serviços, e entregam a outras pessoas, que não os produzem. É provável que o resultado seja a mesma perda de incentivos e organização, se isso for levado adiante. É uma lição que devemos aprender desses países.

Hitler: A Ascensão do Mal

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Parte 1
 

Parte 2

Myanmar à beira de um genocídio

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Protestos na Indonésia contra o monge Wirathu

Há pouco mais de um mês, escrevi um artigo sobre o centenário do genocídio armênio. Naquela ocasião, alertei para os riscos do esquecimento de uma tragédia dessas proporções. Como se sabe, o genocídio armênio foi apenas um dos primeiros de diversos outros que ocorreram ao longo do século XX. Como verão na reportagem abaixouma minoria religiosa está prestes a sofrer um genocídio em Myanmar, país asiático de maioria budista e chamado pelos portugueses de "Birmânia".  

Os sermões racistas do influente [monge budista] Wirathu que caracterizam a minoria muçulmana como um perigo coincidiram com o início da onda de violência contra os rohingya, a minoria muçulmana a que o Estado birmanês retirou a cidadania em 1982. Em 2012, quando se deram os primeiros episódios graves de violência contra os rohingya, em Sittwe, e 140 mil pessoas foram obrigadas a fugir das suas casas, os discursos do monge gravados em DVD já eram distribuídos por todo o país. Em Sittwe, a maior parte das mesquitas da cidade foram incendiadas, e as zonas da cidade onde viviam muçulmanos foram completamente destruídas pelo fogo, transformadas em cinzas.

Wirathu tinha sido condenado em 2003 a 25 anos de prisão, por incitamento ao ódio religioso [...]. Mas foi libertado numa das várias amnistias concedidas pela junta militar a partir de 2010 e tornou-se o líder do movimento 969, um grupo nacionalista radical que incita à violência contra os rohingya e ao boicote das empresas e lojas dos muçulmanos.

Os rohingya ultrapassam um milhão de pessoas, e representam, no máximo, 5% da população do Myanmar. Embora desconhecidos nos Ocidente, a ONU considera os rohingya "a minoria étnica mais reprimida do mundo". Infelizmente, nem os anos de prisão arrefeceram o desprezo de Wirathu por esse grupo, que chegou ao seu país em duas levas, no século XVI e no século XIX, provenientes do Bangladesh. 

Contudo, apesar de estarem há tanto tempo em Myanmar, os rohingya passaram a ser marginalizados após a independência do seu país de adoção e, sobretudo, após o golpe militar de 1962. A partir de 1982, foram declarados apátridas, pavimentando o caminho para a situação atual. A reportagem detalha o nível de discriminação ao qual estão submetidos:

Não têm quaisquer direitos civis reconhecidos, nem sequer direito a um médico, ou a ir escola. Por isso tentam fugir em massa do país – e se tornaram protagonistas este mês de uma crise humanitária, com milhares de pessoas à deriva no mar, sem que nenhum país aceitasse recebê-las.

Talvez muitos estejam surpresos com o fato de existirem radicais dentre os budistas. A sequência da reportagem deixa claro que a pregação de Wirathu em nada fica a dever aos discursos antissemitas de Hitler: 

Apesar de ser um monge budista, de quem se espera ouvir mensagens de paz e tolerância, a sorte dos rohingya não inquieta Wirathu – aliás, não esconde que quer expulsá-los a todos do território birmanês ou eliminá-los, numa espécie de solução final. “Se não protegermos o nosso próprio povo tornar-nos-emos fracos, e vamos ter de enfrentar assassínios em massa, quando eles se tornarem tantos que nos vão ultrapassar” [...].

A preocupação com a taxa de natalidade dos rohingya, superior à do resto da população, é uma constante no discurso do monge, que fala na “explosão populacional” dos muçulmanos birmaneses como um dado seguro [...]. Por isso tem feito lobby durante os últimos anos – e conseguiu, recentemente, fazer aprovar uma lei sobre o controlo da natalidade que gerou protestos internacionais, por se considerar que está redigida de forma a ser usada contra as minorias.

Mais adiante, a reportagem relata outras estratégias de Wirathu, as quais classifica de neonazistas: 

“Os muçulmanos só se comportam bem quando estão fracos”, afirmou à BBC, olhando para um dos cartazes que forram os muros exteriores do seu mosteiro, em Mandalay, a segunda maior cidade birmanesa: todos mostram cenas de enorme violência que ele afirma ter sido praticada pelos rohingya, como corpos cobertos de sangue e templos destruídos. [...]

Esta desumanização da minoria étnica e religiosa que são os rohingya é uma característica do seu discurso, e algo que leva as organizações de direitos humanos a chamar-lhe “neo-nazi”, ou a afirmar que este discurso não ficaria mal ao pé das leis raciais do regime nazi.

Ele assume o gosto de chocar – diz que tem prazer em ser conhecido como “radical”. [...] Em 2013, disse que gostaria de ser conhecido como “o Bin Laden birmanês”. [...]

A numerologia é a base do movimento 969, liderado por Wirathu. O 969 estabeleceu relações com o Bodu Bala Sena, outra organização budista radical que persegue os tâmiles, minoria do Sri Lanka. O 969 busca a "pureza racial e religiosa" de Myanmar, elegendo os rohingya como bodes expiatórios de todos os problemas econômicos, e pela decadência social e cultural do país. Segundo a reportagem,     

Tudo isto é bastante semelhante à diabolização de um grupo étnico e religioso, como aconteceu na Alemanha nazi dos anos 1930. E as instituições do Estado, toleram, quando não cooperam, com a discriminação e a violência cometida contra a comunidade rohingya.

Confrontado com tal situação, o líder budista Dalai Lama se manifestou:

“É impensável matar pessoas em nome da religião. É muito triste. Rezo para que [os monges] pensem no rosto de Buda, que foi um protector dos muçulmanos” [...].

Contudo, a despeito de todas as evidências, Wirathu nega responsabilidade pela violência contra os rohingya, embora constantemente use termos depreciativos ao referi-los. Ele ainda os acusa de estuprarem frequentemente mulheres birmanesas. Segundo o grupo Justice Trust, a violência contra os rohingya muitas vezes ocorre após Wirathu postar essas supostas histórias no Facebook. 

Para finalizar, a reportagem destaca a existência de verdadeiros campos de concentração, onde atualmente a maioria dos rohingya vivem. Esses campos se encontram na costa do estado de Raknine, de onde a minoria era originária. Alguns permanecem num gueto cercado, localizado próximo à cidade de Sittwe, no centro do país. Para agravar a situação, as agências de ajuda internacional foram expulsas de Rakhine em 2014, deixando a região sem médicos ou escolas. O jornalista Alex Preston considerou a visita à região um "passeio pelo inferno". 

Saber que existem hoje lugares como este – algo como só se imaginava nos campos de concentração nazis da II Guerra, é um choque [...]. Mas sobretudo saber que existem num país que recebe ajudas ao desenvolvimento dos Estados Unidos e da União Europeia, para apoiar a transição para a democracia, e que de forma tão flagrante namora com o genocídio – é uma bofetada capaz de arrancar o nosso mundo do eixo.

Fonte: Público