“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Recado aos terroristas

quarta-feira, 30 de março de 2016



O maior estadista da atualidade volta a falar firme contra os inimigos da humanidade. Um chefe de governo à altura da grandeza de Israel. 

P.s. Por falar em Netanyahu, veja essa entrevista que ele concedeu em 2006 ao apresentador norte-americano Bill Maher. 

As vítimas de Stalin

terça-feira, 29 de março de 2016


Prisioneiros em Vorkuta (1945). Esse campo existiu entre 1938 e meados da década de 1960 e em alguns momentos chegou a ter mais de 73 mil prisioneiros. Eles trabalhavam num mina de carvão localizada na região. Fonte: Spiegel

Com a morte de Lênin, em 1924, Leon Trotsky e Joseph Stalin passaram a disputar o poder na União Soviética. O primeiro defendia a "revolução permanente", a ideia de que o socialismo só seria viável se fosse difundido para outros países; Stalin, por outro lado, pregava a consolidação do socialismo na União Soviética, seguindo a fórmula do "socialismo num só país".

Stalin acabou vencendo a disputa e tornou-se o líder soviético supremo. Trotsky partiu para o exílio, onde fez oposição à ditadura personalista que se instalara na União Soviética. Em 1940, contudo, foi assassinado a golpes de picareta a mando de Stalin. 

Além dos expurgos no Partido Comunista - nenhum regime superou o de Stalin na perseguição aos comunistas - a ditadura stalinista era ferrenhamente ateia. No dia 22 de maio de 1929, a Constituição soviética foi revista para tornar ilegal a propaganda "religiosa". Ao mesmo tempo, essa revisão legalizava a propaganda "antirreligiosa". Igrejas, mesquitas e sinagogas foram fechadas, e muitas delas tornaram-se clubes, cinemas ou instalações governamentais e partidárias. Milhares de padres, imãs e rabinos foram presos. Centenas de mosteiros e catedrais, muitos deles tesouros arquitetônicos e históricos de valor incalculável da Rússia medieval, foram demolidos. Enquanto isso, prosseguia a execução em massa de kulaks (camponeses abastados), com especial dimensão na Ucrânia, onde cinco milhões de camponeses foram mortos, a maioria por inanição (morte por falta de alimentos).

Entre 1929 e 1934, mais de 15 milhões de camponeses foram expulsos de quase 20 milhões de propriedades agrícolas familiares e obrigados a partir para explorações agrícolas do Estado. As quase 20 milhões de propriedades familiares foram concentradas em apenas 240 mil fazendas coletivas. A sorte dos kulaks, contudo, foi pior. Os que não foram mortos de imediato foram enviados para imensos campos de trabalhos forçados na Rússia setentrional e na Sibéria. Em 1934, já haviam sido aniquilados.

A história dos campos de trabalhos soviéticos foi narrada por Anne Applebaum em Gulag - Uma história dos campos de prisioneiros soviéticos (Ediouro, 2004). Vencedor do Prêmio Pulitzer de não ficção de 2004, está esgotadíssimo no Brasil.

A palavra Gulag é um acrônimo da expressão russa para "Administração Central dos Campos". Com o tempo, passou a indicar, além da administração dos campos de concentração, o próprio sistema soviético de trabalho escravo, em todas as suas formas e variedades. Assista: O que eram os Gulags?.

As raízes do Gulag estão na Rússia czarista, nas turmas de trabalho forçado que operaram na Sibéria do século XVII até o início do século XX. Quase imediatamente após a Revolução Russa, tornou-se parte integral do sistema soviético. Em 1921, já existiam 84 campos de concentração no país, a maioria para "reabilitar" os "inimigos do povo".

A partir de 1929, Stalin passou a utilizar o trabalho forçado para acelerar a industrialização da União Soviética e para explorar recursos naturais do extremo norte. 
Com o impulso das prisões em massa de 1937 e 1938, os campos se expandiram rapidamente, processo que permaneceu durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e nos anos seguintes, alcançando seu apogeu no início dos anos 50. Os presos trabalhavam em quase todas as atividades imagináveis e, na realidade, viviam num Estado dentro do Estado. Durante a década de 1970 e início da década de 80, alguns campos foram reformulados e usados como cárcere para ativistas democráticos, nacionalistas antissoviéticos e criminosos. Mikhail Gorbatchev, neto de prisioneiros do Gulag, só começou a dissolver os campos políticos em 1987. 

Dentre os vários aspectos que poderia destacar do livro, 
mencionarei dois. O primeiro é a grande semelhança entre o totalitarismo comunista e o totalitarismo nazifascista. Sobre isso, o trecho abaixo é emblemático:

Se não estava escuro, se não se encontravam doentes e se demonstravam interesse em olhar, a primeira coisa que os presos viam na chegada era o portão do campo. No mais das vezes, o portão exibia um slogan. Da entrada de um dos lagpunkts, "pendia um arco-íris de compensado com uma faixa por cima, na qual se lia que 'Na URSS, o trabalho é questão de honestidade  honra, bravura e heroísmo!'". Numa colônia de trabalho nos subúrbios de Irkutsk, Barbara Armonas foi acolhida com esta faixa: "Com trabalho honesto, saldarei meu débito para com a pátria." Chegando em 1933 a Slovetsky (que se tornara prisão de segurança máxima), outro preso viu um aviso que dizia: "Com mão de ferro, conduziremos a humanidade à felicidade!" Yurii Chirkov, detido aos catorze anos, também deparou com um aviso em Slovetsky: "Por meio do trabalho, a liberdade!", slogan que é tão constrangedoramente parecido quanto possível com o Arbeit macht frei ("O trabalho liberta") que se via sobre os portões de Auschwitz. (p. 221)


Assim, fica evidente que o nazismo e o comunismo são siameses até nos detalhes. Caso ainda tenha dúvidas, leia O passado de uma ilusão, de François Furet. 

Anne Applebaum lembra ainda que, se o Gulag era opressivo e desumano, a União Soviética também o era. Mas, obviamente, como um sistema de trabalhos forçados (e, sob Stalin, também de extermínio) o Gulag era um inferno sobre a Terra. Por isso certas duplas de prisioneiros, ao planejarem uma fuga, convidavam um terceiro prisioneiro para se unir a eles; a ideia era devorá-lo quando os víveres acabassem. As pessoas enlouqueciam, quebravam qualquer tabu ou princípio moral, simplesmente para se livrarem daquele sistema abjeto. Os que nele permaneciam corriam o risco de cometer atos de loucura inimagináveis, como fica claro no testemunho de Edward Kuznetsov: 

Eu vi condenados engolindo enormes quantidades de pregos e arame farpado; vi-os engolindo termômetros de mercúrio, sopeiras de peltre (...), peças de xadrez, dominós, agulhas, vidro moído, colheres, facas e muitos outros objetos semelhantes. Vi condenados costurando a boca e os olhos com linha ou arame, pregando botões no próprio corpo; ou pregando testículos na cama [...] Vi condenados cortando a pele dos braços e das pernas e puxando-a como se fosse uma meia (...); vi condenados cobrindo-se de papel e ateando-se fogo, vi condenados cortando os dedos, o nariz, as orelhas, o pênis [...]. (p. 600)

Kuznetsov lembra que tais atos (dos quais alguns tive que omitir) NÃO eram feitos em protesto. Às vezes a automutilação ocorria sem qualquer motivo aparente. Isso ilustra o nível de insanidade provocado pelo aparelho repressor do totalitarismo comunista. O "horror vermelho", com tantas vítimas e testemunhos, só é desconhecido no Ocidente devido à desinformação promovida pelo marxismo cultural. Mas essa é outra história.

Café e Urbanização em São Paulo

segunda-feira, 28 de março de 2016


Parte 1


Parte 2

Novo Templo para os deuses nórdicos

domingo, 27 de março de 2016

O neopaganismo tem ganhado cada vez mais adeptos entre os islandeses.


Desde que o cristianismo começou a ser difundido nos países escandinavos, entre os séculos VIII e XII, a construção de templos em homenagem aos deuses do paganismo nórdico esteve suspensa. Contudo, isso começa a mudar. Uma organização islandesa para a promoção da fé nos deuses nórdicos levantou fundos para construir o primeiro templo pagão em um milênio. Ele será dedicado a deuses como Thor, Odin e Freya. 

O templo terá forma circular e será construído próximo à capital do país, Reykjavik. Casamentos, batizados, missões para adolescentes, a tradicional cerimônia de "Blot" e funerais estão previstos para as suas atividades. 

Para o alto sacerdote da religião, Hilmar Orn Hilmarsson, não se trata apenas de fé. As lendas pagãs são encaradas "como metáforas poéticas e uma manifestação de forças da natureza e da psicologia humana". Seja como for, o número de seguidores de sua sociedade triplicou na última década, e com a construção do templo a tradição pagã deve ganhar ainda mais força.  

Fonte: Galileu   


Nota: Anos atrás, li uma notícia sobre o ressurgimento do culto aos deuses helênicos. Em 2005, seus seguidores na Grécia foram calculados em cerca de 2 mil, e alguns chegam a ostentar pequenas estátuas dos deuses em suas residências. Uma reportagem mais recente aponta que os 'seguidores de Zeus' têm assumido uma postura hostil ao cristianismo. Há mais de um século, Ellen G. White escreveu: "Ao nos aproximarmos do fim do tempo, haverá maiores e sempre maiores demonstrações externas do poder pagão; deuses pagãos revelarão seu assinalado poder e se exibirão diante das cidades do mundo. E este plano já começa a cumprir-se" (Testemunhos para ministros e obreiros evangélicos, pp. 117-118). 

Saiba mais sobre a paganização da nossa sociedade.

Doc. Ao Infinito e Além

sexta-feira, 25 de março de 2016

Darwinismo e Marxismo

quinta-feira, 24 de março de 2016

Darwin e Marx: faces do mal


Em muitos sentidos o marxismo, na versão de Karl Kautsky (1854-1938), definidor de sua ortodoxia, foi o último triunfo da confiança científica positivista do século XIX. Era materialista, determinista, inevitabilista, evolucionária, e identificava firmemente as "leis da história" com as "leis da ciência". O próprio Kautsky considerou inicialmente a teoria da história de Marx como "nada além da aplicação do darwinismo ao desenvolvimento social", afirmando, em 1880, que o darwinismo nas ciências sociais ensinava que "a transição de uma concepção de mundo velha a uma nova ocorre inelutavelmente".

Eric J. Hobsbam, Era dos Impérios (Cap. 11). 

Morte ao Rei - O Filme

terça-feira, 22 de março de 2016



Direção: Mike Barker
Ano: 2003 

O filme é uma ilustração da situação da Inglaterra logo após a Guerra Civil (1642-1649). Destaque para a execução do rei Carlos I e o Protetorado de Oliver Cromwell. 

Recomendado sobretudo aos alunos do 8º ano (Ensino Fundamental) e 2º ano (Ensino Médio). Após terminarem todas as tarefas de casa, é claro. 

Genes extintos no DNA humano atual

domingo, 20 de março de 2016


Dente encontrado na caverna de Denisova (divulgação/Nature)

A miscigenação na Pré-História era bem mais variada do que se imaginava. Um estudo do material genético do homem moderno e de dois ancestrais humanos neandertais e denisovanos mostrou que em vários momentos e em vários continentes ocorreram cruzamentos entre eles. 

Um pequeno percentual de genes desses ancestrais humanos extintos ainda está presente no ser humano moderno, mas em diferentes proporções, revelando a história das migrações pré-históricas. 

Fósseis já haviam demonstrado que houve convivência entre o homem moderno e seus primos arcaicos encontrados em cavernas, o homem de Neanderthal (Alemanha) e o de Denisova (Sibéria, na Rússia). Enquanto o primeiro já era conhecido desde 1856, o segundo só foi descoberto em 2008. 

Do homem de Denisova existem somente dois dentes, um osso de dedo da mão e outro dedo do pé, com idade aproximada entre 40 e 50 mil anos. Assim, os denisovanos são conhecidos mais pelos seus genes que aparecem em humanos modernos, conforme explica Joshua Akey, líder da equipe de pesquisa da Universidade de Washington, Seattle (EUA). 

Fonte: A Tribuna (20/03/2016) 

A Perda Irrecuperável

sábado, 19 de março de 2016

"Os anos da nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa e nós voamos!" 
(Salmos 90:10, NVI).


Quando comparamos o presente do homem na Terra, com o tempo que desconhecemos, parece-me como o voo rápido de um único pardal através de um salão de banquetes em um dia de inverno. Depois de alguns momentos de conforto, ele desaparece de vista no mundo frio do qual veio. 

Henrique VIII: Nesses últimos dias, tenho pensado muito sobre a perda. Que perda, Sua Graça, é para o homem a mais irrecuperável?

Duque de Suffolk: Sua virtude.

Henrique VIII: Não. Por suas ações ele poderá resgatar sua virtude.

Duque de Suffolk: Então, sua honra.

Henrique VIII: Não. Mais uma vez, ele pode encontrar os meios para recuperá-la. Assim como um homem encontra os meios para recuperar a riqueza que perdeu.

Duque de Suffolk: Então eu não sei dizer, majestade.

Henrique VIII: Tempo, Sua Graça. De todas as perdas, o tempo é o mais irrecuperável, pois ele nunca poderá ser resgatado. 


[Este diálogo imaginário foi extraído de uma produção cinematográfica. O objetivo é promover a reflexão sobre esse bem tão valioso - e tão desperdiçado - o tempo].

Frutos da Pax Romana

segunda-feira, 14 de março de 2016

Templo de Augusto e Lívia em Vienne, França (final do séc. I a.C.)

"QUE OUTROS SINTAM SIMPATIA PELO PASSADO! EU ME FELICITO POR TER VINDO AO MUNDO SÓ AGORA. ESTE SÉCULO ME AGRADA."

Ovídio, A Arte de Amar, Livro III.

Pérola de Simón Bolívar

domingo, 13 de março de 2016


Ciro, o Grande (555-529 a.C.)

sábado, 12 de março de 2016


Os medos e persas são indo-europeus. Como se instalaram na Ásia no início do II milênio a.C., ocupando o planalto do Irã, ficaram conhecidos como arianos. Estiveram submetidos aos assírios por um longo período. No séc. VII a.C., quando os impérios entraram em declínio, eles constituíram os seus reinos: os medos ao norte, e os persas ao sul. Enquanto isso, a religião de Zoroastro dava ao seu espírito guerreiro uma força moral e uma coesão sem precedentes. 

O reino dos medos foi o mais poderoso durante cerca de um século. Seu soberano Ciaxares II (625-584 a.C) contribuiu para a ruína da Assíria e avançou até o Halis. Ele foi sucedido por Astíages, que terminou deposto por Ciro, o fundador do Império Persa. Através de uma série de conquistas, que o colocam em pé de igualdade com o brilhantismo de Alexandre Magno, Ciro controlou não só a Babilônia, a Assíria e Urartu, como também a Alta Mesopotâmia e a Lídia, a oeste, e as províncias do Irã e do Afeganistão, a leste (ver o mapa acima). Os persas entraram em contato então com as civilizações do Indo. [Nota: em Daniel 7:5 está a profecia sobre a ascensão dos medos, e a posterior preponderância dos persas] 

Explicam tais conquistas o valor pessoal do herói lendário, a sua moderação e mesmo a sua real generosidade para com os vencidos. Além disso, a dominação possuía um traço superficial e inicialmente pouco incômodo. 

É interessante frisar que o nascimento Ciro foi antecipado em 150 anos na Bíblia: 

"Que digo de Ciro: é o meu pastor, e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: tu serás edificada; e ao Templo: tu serás fundado" (Isaías 44:28). 

No mesmo livro, lemos: 

"Assim diz o Senhor ao seu ungido: a Ciro, cuja mão direita seguro com firmeza para subjugar as nações diante dele e arrancar a armadura de seus reis, para abrir portas diante dele, de modo que as portas não estejam trancadas" (45:1, NVI).

************************************************************************
Bibliografia consultada:
PETIT, P. O Mundo Antigo. Lisboa: Edições Ática, 1976, p. 99-100.  

A Aniquilação da Educação Brasileira

sexta-feira, 11 de março de 2016





Há tempos tenho alertado sobre a ameaça representada pelo marxismo cultural, e em especial pela ideologia de gênero. Todo o patrimônio cultural da civilização ocidental está a ser colocado em xeque. Recentemente eu publiquei um artigo e concedi uma entrevista sobre as mudanças propostas pelo MEC para a Base Nacional Comum Curricular (confira-os aqui). 

O que me espanta, em meio a toda essa polêmica, é o silêncio ruidoso da comunidade cristã. Felizmente, hoje eu descobri um artigo sobre o assunto num portal criacionista

Meus parabéns ao Michelson Borges. Poucos têm a sua coragem.

«Grandes Questões da História», de Harriet Swain (org.)

quinta-feira, 10 de março de 2016



Jorge Luis Borges acreditava que a leitura é uma forma de felicidade. Eu também. Justamente por isso gostaria de partilhar a minha alegria em ter lido mais um livro. Trata-se dessa coletânea de artigos, publicada pela editora carioca José Olympio em 2010. 

A ideia do livro foi a de confrontar historiadores com questões que eles normalmente evitam - o que ganha as guerras? O que faz um grande líder? Como começam os movimentos intelectuais? Como acontecem os booms culturais? A História pode ter fim? Fornecer respostas a essas questões é um desafio, sobretudo em poucas páginas. Para quem aprecia temas instigantes, redigidos de forma objetiva e com farta indicação bibliográfica (para posterior aprofundamento), esse é o livro.

É interessante como os historiadores puseram de lado as suas inibições e arriscaram pontos de vista sobre alguns temas históricos gerais a respeito dos quais a maioria das pessoas possivelmente especula ao longo da vida.

Futurismo

quarta-feira, 9 de março de 2016

Visões simultâneas, por Umberto Boccioni (1912)

Movimento artístico, de implicações políticas, fundado em Milão pelo poeta italiano Marinetti em 1909. Buscando livrar a Itália do opressivo peso do passado, o movimento glorificava o mundo moderno - máquinas, velocidade, violência - numa série de exuberantes manifestos.

Uma exposição futurista, realizada em Paris em 1912, foi acompanhada do lançamento de mais um manifesto que delineava as bases teóricas do movimento. Na época da fundação do movimento, os futuristas aplicavam as técnicas neo-impressionistas de uso da cor, que Severini e Boccioni haviam aprendido de Balla. À época da exposição, porém, os futuristas adotaram técnicas cubistas para representar o movimento - uma das principais preocupações do grupo. Como disse Marinetti em 1909: "O esplendor do mundo foi enriquecido por uma nova forma de beleza, a beleza da velocidade." 

Como movimento organizado, o futurismo praticamente não sobreviveu à morte de Boccioni (1916) e ao fim da Primeira Guerra Mundial. Sua influência, contudo, foi grande, especialmente na Rússia. O futurismo serviu de inspiração aos dadaístas, particularmente no que toca a suas ruidosas técnicas publicitárias, e na Inglaterra exerceu alguma influência sobre o vorticismo e o pintor C. R. W. Nevinson. Na França, Marcel Duchamp e Robert Delaunay, entre outros, desenvolveram à sua maneira as ideias futuristas concernentes à representação do movimento. 

Adaptado de CHILVERS, Ian. Dicionário Oxford de Arte. Tradução de Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 204.

Revoltas Camponesas na Idade Média

terça-feira, 8 de março de 2016

Os jacques são massacrados em Meaux (9 de junho de 1358). 

Em 1358, o reino da França foi alvo de uma violenta guerra social cujos protagonistas foram os camponeses. A fim de conhecerem mais sobre esse episódio, os alunos do 7º ano farão um resumo do artigo Revoltas Camponesas na Idade Média

O resumo deve ser escrito a caneta azul ou preta e constar no caderno de História. Deverá ter, no mínimo, uma lauda. O visto será dado na próxima aula da disciplina e ajudará a compor a nota bimestral de participação.

Extremos do Anticlericalismo

segunda-feira, 7 de março de 2016

Benito Pablo Juárez García (1806-1872)

As medidas mais extremas tomadas contra o clero na América Latina tiveram lugar no México, sob a presidência do liberal Benito Juárez. Na Constituição de 1857, a Igreja e o Estado foram separados, os dízimos abolidos, os padres foram forçados a jurar lealdade, os funcionários públicos foram proibidos de assistir a serviços religiosos e as terras eclesiásticas foram vendidas.* 

É curioso saber que um país tão católico como o México já teve uma constituição tão anticatólica.

* Cf. HOBSBAWM, E. A Era do Capital - 1848-1875. São Paulo: Paz & Terra, 1997, p. 177.  

Não é o fim das esquerdas

domingo, 6 de março de 2016

Veja, edição de 24 de dezembro de 2014.

Como conservador, eu bem que gostaria que as anticristãs ideologias de esquerda se desidratassem e desaparecessem. Mas, pelo contrário: elas seguem mais poderosas do que nunca. Sua influência alcança indivíduos, instituições, governos e até mesmo a ONU. Assim, surpreendi-me ao ler um artigo recém-publicado que apregoa o "fim das esquerdas". A fim de esclarecer os leitores, muitos dos quais sem formação em História ou em outras áreas das Ciências Humanas, preparei uma refutação a esse artigo. 

Ressalto que me baseio na interpretação bíblica aceita pelos adventistas e me dirijo especialmente a eles. Assim, eis porque a tese do Vanderlei Dorneles não se sustenta:

1. Do ponto de vista das profecias bíblicas, a América do Sul é inexpressiva. A Europa, os Estados Unidos, o papado e até o Islã têm o seu lugar nas profecias de Daniel e do Apocalipse, mas não as nações sul-americanas. Portanto, o primeiro equívoco do artigo é dar-lhes um certo destaque. 

2. O autor se atrapalha ao relacionar o recuo da esquerda sul-americana, fenômeno ainda em curso, ao fim do Socialismo Real, ocorrido entre 1989 e 1991. Ao ligar esses dois episódios tão distantes no tempo e no espaço, ele não explica como, no início dos anos 2000, ocorreu as ascensão de vários governos de esquerda na América do Sul. Um furo.

3. Talvez o ponto mais grave seja a desconsideração (ou ignorância) com relação ao avanço do marxismo cultural mundo afora. Vale lembrar que o movimento revolucionário já existia antes da formação da União Soviética, e continua a existir, apesar do desaparecimento desse país. Ao contrário do que defende o autor, as ideologias de esquerda estão longe de um "esgotamento quase final". Várias de suas frentes (teologia da libertação, feminismo, ideologia de gênero, movimento gay, ambientalismo, etc.) coexistem perfeitamente com a economia de mercado. Existem até ditaduras comunistas que abriram as suas economias para o livre mercado, como é o caso da chinesa. O esquerdismo é camaleônico por natureza, enganando facilmente os desinformados. 

Saiba mais sobre isso assistindo ao documentário Agenda: Triturando a América

4. O ateísmo e o materialismo não são exclusividades de "Estados socialistas". Democracias como o Japão, a Suécia, a República Tcheca, a Holanda, o Reino Unido, Israel e Alemanha estão entre os países menos religiosos do mundo. Além disso, nos últimos anos a distinção entre "direita" e "esquerda" perdeu o sentido. Governos em tese conservadores tomam medidas esquerdizantes (alguns exemplos: o premiê britânico, David Cameron, apoiou o casamento gay; a chanceler alemã Angela Merkel tem defendido o multiculturalismo). Governos de esquerda existem tanto no "Norte" (veja o exemplo de Barack Obama, nos Estados Unidos) quanto no "Sul" . O mundo é mais complexo na realidade do que na esquematização de Dorneles. 

5. Não foram "os poderes políticos capitalistas" aliados ao papado que derrubaram o Socialismo Real. Em primeiríssimo lugar, foram as reformas liberalizantes promovidas a partir de 1985 pelo líder soviético, Mikhail Gorbachev, que "abriram as comportas" para que movimentos nacionalistas, separatistas e pró-democracia varressem o socialismo da União Soviética e do Leste europeu. A CIA e o papa João Paulo II tiveram um papel secundário, no máximo, e agiram mais como catalisadores de um processo em curso.

6. As ideologias de esquerda não só não perderam força, como também não se enfraquecerão até que Jesus volte e ponha um fim ao drama deste mundo. Sobre o papel escatológico que os esquerdistas terão, atesta-o Ellen G. White, que profetizou sobre o poder dos sindicatos na perseguição final. Segundo a mensageira do Senhor, "os sindicatos serão um dos instrumentos que trarão sobre a Terra um tempo de angústia tal como nunca houve desde o princípio do mundo." Leiam mais em Eventos Finais, p. 116-117.

Recomendo o meu artigo sobre A Subversão dos Valores Cristãos

7. Com todas essas evidências, devemos acreditar que as ideologias de esquerda terão forte influência nos Estados Unidos, no papado e no mundo durante a crise final. O papa Francisco, de modo especial, é considerado por muitos como um papa político, populista de esquerda e até foi eleito como personalidade do ano de 2013 por uma revista gay. E quanto à orientação marxista do atual governo norte-americano? Basta conferir a capa da revista Veja no início deste post para se ter uma ideia... Para mobilizar tantas forças mundiais, o engano final será mais agregador e ecumênico do que supõe Vanderlei Dorneles - de esquerdistas ateus a fanáticos católicos, passando por protestantes e espíritas, toda a Terra se maravilhará "seguindo a besta" (Apocalipse 13:3).

Jesuítas e Bandeirantes

sexta-feira, 4 de março de 2016


Missões Jesuíticas


Entradas e Bandeiras
 

Origem da Civilização

quinta-feira, 3 de março de 2016


Episódio 1


Episódio 2

Cinco Anos de Blog

terça-feira, 1 de março de 2016



Este 300º post é especial. Amanhã este blog completará cinco anos de existência. Desde do início, tem sido um privilégio atualizá-lo com dicas de leituras, artigos e diversas outras coisas. O conhecimento deve ser difundido, e creio que este blog tem cumprido com louvor a sua missão. 

É óbvio que eu não teria conquistado isso sozinho. Devo muito aos alunos, com os quais sempre aprendo e encontro motivação para seguir adiante (aliás, alguns deles já tiveram suas resenhas publicadas aqui). Assim, nada mais justo do que premiar nesta semana um aluno que esteja cursando o Ensino Fundamental II ou o Ensino Médio no Colégio Adventista de Vitória

A premiação será concedida ao primeiro desses alunos que me entregar pessoalmente e por escrito o título do 1º post deste blog. Caso seja um título em língua estrangeira, o mesmo deve vir acompanhado da sua tradução, que se encontra no próprio post em questão. A folha deve estar assinada, com o nome completo, série e turma do aluno. Será considerado vencedor o concorrente cuja folha respeitar todos os critérios acima. 

O desafio está lançado!    

P.s. A Mayara, do 3º ano, foi a vencedora do desafio.