“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Setembro Negro

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Refugiados palestinos buscam retomar a rotina, após o Setembro Negro.


O ano de 1970 foi dominado pela tentativa de radicais palestinianos de provocar uma revolução na Jordânia. Rivalizaram em atos espetaculares de terrorismo internacional, que culminaram, no início de setembro, no desvio de quatro aviões civis internacionais, tendo três dos quais sido levados para uma pista deserta no norte da Jordânia, onde os fizeram explodir. Nesse mês, que ficou conhecido como Setembro Negro, a Organização de Libertação da Palestina tentou derrubar o rei Hussein. A resposta implacável do rei, em que foram mortos 2000 elementos da OLP e vários outros milhares de civis palestinianos, levou a Síria a ameaçar invadir a Jordânia. Para pôr fim a essa ameaça, Israel concentrou os seus tanques nos montes Golã, ameaçando Damasco. Israel sentia-se capaz de desafiar a Síria, em defesa de Hussein, porque os EUA tinham dado a garantia de socorrer Israel caso a União Soviética interviesse.

O segundo efeito da reação de Hussein foi a fuga da OLP para o Líbano, apoderando-se da região sul do país.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 459.

O Peso da Vitória para Israel

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Israel após a Guerra dos Seis Dias.

O cessar-fogo nos montes Golã entrou em vigor às 18:30 do dia 10 de junho [de 1967]. A Guerra dos Seis Dias chegara ao fim. Dois dias mais tarde, soldados israelitas foram transportados de helicóptero para assumirem o controle do forte sírio abandonado no cume do monte Hermon. Este foi o único caso de expansão territorial conseguida após o cessar-fogo. "Podíamos ter alargado a área sob o nosso controle", escreveu Rabin mais tarde. "Não havia uma força egípcia capaz de deter as FDI se tivéssemos decidido ocupar o Cairo. O mesmo era verdade em relação a Amã, e a 11 de junho teríamos tomado Damasco sem grande esforço. Mas não tínhamos partido para a guerra para conquistar territórios e aqueles que ocupáramos já nos sobrecarregavam bastante."

Seria um pesado fardo para Israel ao longo das três décadas seguintes. Rabin descreveu o problema sucintamente 12 anos mais tarde. "Israel via-se agora a braços com três grandes problemas", escreveu, "dois dos quais nos perturbaram continuamente desde a Guerra dos Seis Dias até hoje. O primeiro problema foi vermo-nos, de um dia para o outro, com uma vasta extensão de território em nosso poder. A área ocupada pelas FDI era três vezes superior ao Estado de Israel pré-guerra, pelo que tivemos dificuldade em estabilizar novas linhas defensivas em cada uma das três frentes (especialmente no canal de Suez). Até então, nunca tínhamos pensado a distância em termos de centenas de quilômetros. Além disso, tivemos de superar os problemas de logística e transporte daí resultantes com recursos humanos limitados, uma vez que dezenas de milhares de reservistas regressaram aos seus campos, fábricas e escritórios."

Israel passara a ter sob a sua alçada um milhão de árabes palestinos, incluindo centenas de milhares de refugiados dos combates de 1948.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 434.

Live «Ucrânia: Três Anos de Invasão»

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Link AQUI.

Três anos atrás, o mundo assistia estupefato a invasão da Ucrânia pela Rússia, eufemisticamente chamada de "Operação Militar Especial". Desde então, centenas de milhares de vidas foram ceifadas, bilhões de dólares foram gastos dilapidados e milhões de ucranianos vivem como refugiados em outros países.

No domingo, compreenderemos melhor os desdobramentos desse conflito a partir das excelentes análises do Dr. Ruben Dargã Holdorf.

Dia Mundial do Gato

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

 

Israel após a Campanha do Sinai

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

 

O major-general Moshe Dayan, chefe do Estado Maior israelense, e o cel. Avraham Yoffe, durante o desfile da vitória em Shemr El-Shiekh, no sul do Sinai, no dia 11 de outubro de 1956.

Com a campanha do Sinai [em 1956], Israel destruiu a sua anterior imagem de um mini-Estado impotente e cercado, com os dias contados, e dependente, para a sua sobrevivência, da vontade e dos caprichos do seu mais vasto vizinho árabe [o Egito]. Oito anos depois de ascender à posição de Estado, um muito curto espaço de tempo, afinal, na história das nações, Israel já não parecia vulnerável ou com uma existência temporária. A sua posição internacional melhorou dramaticamente em resultado da campanha, tal como a coragem e a reputação do seu exército de cidadãos, as Forças de Defesa de Israel. A força militar israelita, a força real tanto quanto a ideia que dela se fazia, tornar-se-ia, nos dez anos seguintes, o seu mais importante trunfo nas relações com o mundo árabe.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 366.

O Cotidiano do Terror em Israel

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Eli Sharabi, 52 anos, judeu feito refém pelo Hamas no ataque de 7 de outubro de 2023, por ocasião de sua libertação, no dia 8 de fevereiro de 2025.

A vida em Israel foi sempre pontuada por incidentes de terror. Todos eles deixam o país de luto e criam uma sensação de desconforto. Sendo um país pequeno, muitas pessoas conhecem as vítimas, ou familiares, e amigos das vítimas. Os jornais falam das vidas (muitas vezes demasiado breves) daqueles que perderam a vida. A vida quotidiana, com todos os problemas que passam por ganhar o sustento, criar os filhos, cuidar de pais idosos e desfrutar das férias, regidas tanto pelas épocas do ano como pelos acontecimentos históricos do passado - tudo isto constitui a ordem normal da vida em muitas nações. São, no entanto, poucas aquelas em que estes objetivos, desafios, dificuldades e alegrias não se fazem acompanhar, ano após ano, de perigos internos e externos, e de forças internas e externas hostis ao impulsos da condição de um Estado e do seu desenvolvimento.

GILBERT, Martin. História de Israel. Tradução de Patrícia Xavier. Lisboa: 70: 2009, p. 332.

Tolerância Zero à Mutilação Genital

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A mutilação genital feminina compreende todos os procedimentos que envolvem alteração ou lesão da genitália feminina por razões não médicas e é reconhecida internacionalmente como uma violação dos direitos humanos, da saúde e da integridade de meninas e mulheres.

Meninas que passam por mutilação genital feminina enfrentam complicações de curto prazo, como dor intensa, choque, sangramento excessivo, infecções e dificuldade para urinar, bem como consequências de longo prazo para sua saúde sexual e reprodutiva e saúde mental.

Embora concentrada principalmente em 30 países na África e no Oriente Médio, a mutilação genital feminina é uma questão universal e também é praticada em alguns países da Ásia e da América Latina. A mutilação genital feminina continua a persistir entre populações imigrantes que vivem na Europa Ocidental, América do Norte, Austrália e Nova Zelândia.

Fonte: ONU. 

O Sofrimento dos Animais

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

"(...) A única fronteira legítima para a nossa consideração pelos interesses de outros seres é aquela em que não é mais verdadeiro afirmar que o outro ser tem interesses. Para ter interesses, em sentido estrito e não metafórico, um ser precisa ser capaz de sofrer ou de sentir prazer. Se ele sofre, não pode haver justificativa moral desconsiderar esse sofrimento ou para nos recusar a lhe atribuir um peso igual ao do padecimento de qualquer outro ser."


SINGER, Peter. Libertação Animal. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010, p. 251-252.