“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Como os armênios foram dizimados

terça-feira, 25 de outubro de 2022

 

Em 1915, no então Império Otomano, a população armênia, cristã, foi vítima de um genocídio. No mapa acima, é possível verificar como os armênios foram dizimados, limitando-se praticamente ao território da atual Armênia.

Edifício do Parlamento Húngaro

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

 

O edifício foi construído entre 1885 e 1904, em estilo neogótico. Também é conhecido como Parlamento de Budapeste.

A Beleza importa. 

Filme «Khartoum»

domingo, 23 de outubro de 2022

Filme disponível na plataforma Brasil Paralelo. 


A Inglaterra vitoriana viu no martírio de Charles George Gordon (1883-1885) um gesto a mais de grandeza legitimando o fardo do império. O diretor Basil Dearden, de Khartoum (1966), viu no sacrifício de Gordon (interpretado por Charlton Heston) uma mensagem reconfortante para o mundo europeu do final dos anos 1960: a civilização, tal como a conhecemos, dependia profundamente dos valores europeus emblemáticos e correlatos. Mas, em última análise, a verdade histórica subjacente deste filme subverte a premissa eurocêntrica, pois a saga cinematográfica de Khartoum, assim como a saga histórica em que se baseou, recorreu, ao nível de mediação, às crenças dogmáticas e à força carismática de dois homens notáveis.

Gordon era segundo-tenente durante a Guerra da Crimeia (1853-1856) e distinguiu-se por sua coragem inexcedível, tornando-se herói nacional na Grã-Bretanha e ganhando o apelido de Gordon chinês por seu papel na repressão à rebeião de 1864 em Taiping. O Gordon da vida real, se aceitarmos como fiel o famoso retrato pintado por Lytton Strachey, era um pedófilo reprimido sujeito a crises de depressão profunda e paralisante, seguida de transes de inspiração misteriosa e realizações de rara concentração, durante as quais o conhaque com soda e a Bíblia eram consumidos em quantidades mais ou menos iguais.

O produtor de Khartoum, Julian Blaustein, era um fanático pela autenticidade, e muita coisa no filme, desde as armas até as roupas, é exata. Nas areias do deserto, a contrapartida de Gordon chamava-se Muhammad Ahmad (Laurence Olivier), um árabe Dunqulawi de 37 anos de idade. Ahmad conclamara uma guerra santa a fim de expulsar do Sudão os britânicos e seus aliados egípcios. Em novembro de 1881, os egípcios enviaram uma guarnição de infantaria para prender Ahmad na ilha em que se escondia no Nilo, mas as forças de Ahmad massacraram os atacantes, abatendo os egípcios e intrigando os paladinos do Império Britânico. Um asceta que se tornou cada vez mais exaltado pelo seu baraka (poder sobrenatural), Ahmad audaciosamente se proclamou o mádi, o Guia Aguardado, alegando ter sido enviado pelo Profeta, para devolver aos ansar (os fiéis) os verdadeiros mandamentos de Alá - e, acima de tudo, para livrar o Sudão da exploração voraz dos egípcios e, em última análise, dos britânicos. Nos dois anos seguintes, o mádi e suas hordas varreram todo o Sudão conquistando, uma após outra, vitórias impressionantes contra os infiéis, e obrigando os egípcios a cederem territórios aos sudaneses.

Em 1884, quando Cartum, a capital administrativa do Sudão dominado pelo Egito, é ameaçada pelas forças do mádi, o governo de Sua Majestade despacha Gordon para evacuar as populações europeias e egípcias da cidade. O general Gordon jamais pretendeu obedecer àquelas ordens. Ao contrário, Gordon apostou a sua vida e a vida de milhares de cidadãos de Cartum num jogo de lances altos para preservar a influência britânica no Sudão. Decidiu manter a cidade em vez de evacuá-la. A queda de Cartum em 26 de janeiro de 1885 levou a uma reversão sem precedentes do imperialismo britânico - dois dias depois chegaram dois canhoneiros enviados à frente do vasto exército que se aproximava sob o comando do general Garnet Wolseley.

No final de Khartoum, Gordon está sozinho no alto da escadaria do seu palácio. Com seu sabre desembainhado, o governador-geral do Sudão observa impassível os invasores fiéis ao mádi sudanês escalarem as muralhas do forte e passarem pelos defensores egípcios para atacá-lo pessoalmente. Eles hesitam por um instante. Este confronto de alta tensão entre o eminente vitoriano e os dervixes sudaneses torna-se então o clímax esplêndido de um clichê do cinema ocidental: o homem branco solitário que tenta apaziguar, com sua simples presença os perigosos tumultos provocados pelos povos de pele escura. Os dervixes atravessam o peito do comandante branco com uma lança. Arrancam-lhe a cabeça, fincam-na numa estaca de dois metros. Ouve-se uma voz sepulcral que adverte: "Um mundo sem Gordons seria um retorno às areias", enquanto o sol poente perpassa uma estátua equestre de bronze do general e os créditos se desenrolam na tela que escurece.

Bibliografia consultada: CARNES, Mark C. (org.). Passado Imperfeito - a história no cinema. Tradução de José Guilherme Correa. Rio de Janeiro: Record, 1997, p. 162-165.

Dia pela Erradicação da Pobreza

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

 

Neste dia, recomendo o artigo Para erradicar a pobreza, mais capitalismo.

Pérola de George Washington

domingo, 16 de outubro de 2022

Filme «Doutor Gama»

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

 

Acesse gratuitamente aqui.

O Ensino nos Colégios dos Jesuítas

domingo, 9 de outubro de 2022

 

Palácio Anchieta, em 1909. O prédio foi construído em 1551, por Afonso Brás, para ser o Colégio dos Meninos de Jesus e a Igreja de São Tiago.

Um colégio jesuíta compreendia cinco classes: três classes de gramática, uma classe de humanidades (correspondente à Quarta) e uma classe de retórica (correspondente à Quinta). Os alunos tinham quase sete horas de aula por dia: duas horas e meia de manhã, duas horas e media à tarde, uma hora e três quartos após o jantar. Nos grandes colégios, como o de Paris, fundado por volta de 1560 e que tomou, sob Luís XIV, o nome de Colégio Luís o Grande, as classes estavam superlotadas: frequentemente 200 alunos. O professor era ajudado por alguns alunos nos quais ele tinha confiança e que se chamavam os decuriões. Cada um tinha autoridade sobre nove de seus colegas: sentavam os dez no mesmo banco. "Os decuriões, diz o Regulamento, serão encarregados pelo mestre de fazer recitar as lições, de recolher as cópias, anotar num caderno os erros de recitação, apontar os que não entregaram o dever e todas as outras coisas que o mestre lhes ordenar."

Os jesuítas desenvolviam em seus alunos o sentimento de emulação. No Colégio da Flecha, os alunos mais bem classificados em composição recebiam respectivamente os títulos de: Imperador, Ditador, Cônsul, Tribuno, Senador, Cavaleiro, Decurião, Edil. "Os primeiros nas composições", diz o Regulamento, "ocuparão as magistraturas mais elevadas... a fim de excitar a emulação pode-se dividir a classe em dois campos; cada um terá seus magistrados que serão reciprocamente opostos uns aos outros, e cada aluno terá um adversário que lhe será designado. Os primeiros magistrados dos dois campos sentarão nos primeiros lugares."

O latim era a única língua empregada no colégio e, mesmo entre si, os alunos deviam falar em latim.

ALBA, André. Tempos Modernos. Tradução de Elzon Lenardon. São Paulo: Mestre Jou, 1968, p. 52-53.