“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

#15Fatos O Reinado de D. Pedro I

domingo, 31 de maio de 2020

A Proclamação da Independência, 1844, óleo sobre tela de François-René Moreau (1807-1860).  

1. Embora a independência tenha se consolidado em poucos anos, alguns conflitos foram relativamente graves. O oficial francês Pedro Labatut teve um papel destacado na organização das tropas leais ao príncipe regente, mas foi substituído em maio de 1823, pelo general brasileiro José Joaquim de Lima e Silva. Outro comandante importante na consolidação da independência do Brasil foi o lorde Cochrane. Os conflitos mais importantes ocorreram no Sul do país e na Bahia (onde os portugueses retiraram-se a 2 de julho de 1823, uma data tão importante para os baianos quanto o 7 de setembro).

2. Os Estados Unidos reconheceram a independência do Brasil em maio de 1824. O reconhecimento formal, por parte dos ingleses, só foi retardado porque estes tentaram conseguir a extinção imediata do tráfico de escravos. Portugal só reconheceu a emancipação da sua antiga colônia na América em agosto de 1825, quando o governo brasileiro concordou em compensar Lisboa com 2 milhões de libras. O recurso foi obtido graças ao primeiro empréstimo externo, contraído junto a Londres. 

3. A emancipação do Brasil não resultou em maiores alterações da ordem social e econômica, ou da forma de governo. Exemplo único na história da América Latina, o Brasil era uma monarquia entre repúblicas. Cumpre destacar que, mesmo no interior do núcleo promotor da independência, com José Bonifácio à frente, não havia um acordo sobre as linhas básicas que deveria ter a organização do Estado. Assim, os anos 1822-1840 foram marcados por grande flutuação política e uma série de rebeliões e tentativas contrastantes de organizar o poder.

4. Meses antes da independência, as eleições para a Assembleia Constituinte já estavam previstas. Nos dois primeiros anos após a independência, o debate político se concentrou no problema da aprovação de uma Constituição. Na abertura dos trabalhos da Constituinte, em maio de 1823, D. Pedro I parafraseou Luís XVIII ao jurar defender a futura Constituição se ela fosse "digna" do Brasil e dele próprio. A maioria dos constituintes adotava uma postura liberal moderada - pretendiam defender uma monarquia constitucional que garantisse os direitos individuais e estabelecesse limites ao poder do monarca.

5. Logo surgiram desavenças entre o imperador (apoiado a princípio por José Bonifácio) e a Assembleia. Os constituintes queriam que o monarca não tivesse o poder de dissolver a futura Câmara dos Deputados, forçando assim, quando julgasse necessário, novas eleições. Queriam também que ele não tivesse o poder de veto absoluto. Para D. Pedro I e seu círculo, no entanto, era necessário criar um Executivo forte, capaz de deter as tendências "democráticas e desagregadoras".

6. Em julho de 1823, José Bonifácio foi afastado do ministério - ele havia ficado entre o "tiroteio" da crítica dos liberais e a insatisfação dos conservadores. Daí para a frente, Bonifácio e seus irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco fariam oposição ao governo e aos democratas. A disputa entre os poderes resultou, afinal, na dissolução da Assembleia Constituinte por D. Pedro I, apoiado pelos militares. Logo a seguir, cuidou-se de elaborar um projeto constitucional que resultou na Carta outorgada em 25 de março de 1824.

7. A Constituição de 1824 definiu o governo como monárquico, hereditário e constitucional. O Império do Brasil teria uma nobreza, mas não uma aristocracia, uma vez que os títulos concedidos não seriam hereditários. A religião católica romana continuava a ser a religião oficial. O Poder Legislativo foi dividido em Câmara e Senado; a eleição para a primeira seria temporária, ao passo que a do Senado seria vitalícia. O voto era indireto e censitário, e no caso da eleição para o Senado, elegia-se uma lista tríplice em cada província, cabendo ao imperador escolher um dos três nomes eleitos.

8. Eleição para a Câmara de Deputados. Nas eleições primárias, votavam os cidadãos brasileiros, inclusive os escravos libertos. Não podiam votar, dentre outros, os menores de 25 anos, os criados de servir, os que não tivessem renda anual de pelo menos 100 mil-réis provenientes de bens de raiz (imóveis), indústria, comércio ou emprego. Os candidatos, além dessas exigências, precisavam ter renda mínima de 200 mil-réis anuais e não poderiam ser escravos libertos. Os escolhidos nessas eleições primárias formavam o corpo eleitoral que elegeria os deputados.

9. Para ser candidato na segunda etapa, além dos requisitos anteriores, era preciso ser católico e ter renda anual mínima de 400 mil-réis. Não havia referência expressa às mulheres, mas elas estavam excluídas desses direitos políticos pelas normas sociais. Até 1882, era praxe admitir o voto de grande número de analfabetos, tendo em vista o silêncio da Constituição a esse respeito. Os presidentes das províncias eram nomeados pelo imperador. Os direitos individuais foram assegurados, ainda que a liberdade religiosa tivesse algumas restrições.

10. O Conselho de Estado era um órgão composto por conselheiros vitalícios nomeados pelo imperador. Sua função era assessorá-lo nos "negócios graves e medidas gerais da pública administração". O Poder Moderador, no caso brasileiro, não se separou claramente do Poder Executivo. Disso resultou uma concentração de atribuições nas mãos do monarca. Cabia a ele, entre outras coisas, a nomeação dos senadores, a faculdade de dissolver a Câmara e convocar eleições para renová-la e o direito de sancionar as decisões do Senado e da Câmara.

11. A dissolução da Assembleia Constituinte e a outorga da Constituição de 1824 provocaram violentas reações em diversas províncias. Na Bahia, em dezembro desse ano, ocorreram manifestações de lusofobia e ameaças de secessão. Nesse mesmo ano, em Pernambuco, eclodiu uma grande revolta, a Confederação do Equador. O Frei Caneca e Paes de Andrade foram os principais líderes da revolta. No dia 2 de julho, proclamou-se em Pernambuco a Confederação do Equador. Uma Junta Governativa, presidida por Paes de Andrade e apoiada na aristocracia rural. Pretendiam os revolucionários estabelecer a República, o federalismo, o sistema representativo, a Constituição colombiana, os Poderes Executivo e Legislativo apenas (com o predomínio deste) e a abolição do tráfico negreiro para o porto de Recife. 

12. A repressão esteve a cargo dos mercenários liderados pelo almirante Cochrane, bem como das tropas brasileiras de Francisco de Lima e Silva e durou seis meses. A violência da repressão e a dureza com que o tribunal militar de exceção instaurado tratou os rebeldes (ordenando a execução cerca de dezessete envolvidos, inclusive o Frei Caneca), acirraram bastante os ânimos da oposição liberal a D. Pedro, tanto na Corte como nas várias províncias. O crescente desgaste que o monarca passou a sofrer tinha a ver também com a estreita ligação entre ele e os burocratas e comerciantes lusitanos, que era seus favoritos na concessão de honrarias e títulos de nobreza e no preenchimento dos cargos públicos, sobretudo na ocupação dos postos de confiança e de comando das forças armadas e na composição dos ministérios. 

13. A Questão Cisplatina. Em 1825, quatro anos após a sua incorporação oficial ao Brasil, essa província iniciou uma rebelião, de que se aproveitou Buenos Aires para anexá-la às Províncias Unidas do Reio da Prata. Diante disto, o Brasil declarou guerra à Argentina, a qual se estendeu até 1828, quando, no mês de outubro, foi implantada a Banda Oriental do Uruguai. O novo Estado surgiu com a mediação inglesa, e seria uma espécie de Estado tampão entre o Brasil e a Argentina. O saldo desse conflito, para o Brasil, foi uma alta carga aos cofres públicos já exauridos do país (mais uma vez, foi preciso recorrer a mercenários para reforçar as tropas brasileiras), além de outros problemas econômicos e desgastes políticos.

14. Entre 9 e 11 de junho de 1828, tropas alemãs e irlandeses aquarteladas na Corte rebelaram-se; durante três dias o Rio de Janeiro ficou à mercê dos rebeldes. Após retomar o controle, D. Pedro demitiu os ministros da Guerra, da Fazenda e do Império. Três dias depois, demitiu também o ministro da Justiça, o que, contudo, só aumentou os descontentamentos. Somava-se a tudo isso a aguda e prolongada crise econômico-financeira. Em 1829, o Banco do Brasil (do qual os cofres foram esvaziados quando D. João VI deixou o país) faliu. A crise foi atribuída à imperícia do governo, convertendo-se, assim, em mais um problema de ordem política. 

15. A onda revolucionária que abalou a Europa em 1830 foi amplamente noticiada e saudada pelos periódicos liberais no Brasil, o que contribuiu ainda mais para deslegitimar e desestabilizar o governo de D. Pedro. O assassinato do jornalista liberal Libero Badaró, em 20 de novembro desse ano, inflamou ainda mais o panorama político, uma vez que surgiram rumores infundados de que o crime tivesse ocorrido a mando do imperador. Entre 11 e 16 de março de 1831, nas Noites das Garrafadas, brasileiros e portugueses digladiaram-se nas principais ruas do Rio de Janeiro. A oposição cada vez mais acirrada a D. Pedro I adquiriu, assim, um forte antilusitanismo, especialmente entre as camadas populares. Na sequência, no dia 5 de abril, D. Pedro demitiu o ministério dos brasileiros. A partir daí, a crise se acelerou, vindo D. Pedro a abdicar, na madrugada do dia 7 de abril, em favor do seu filho. 

Bibliografia consultada: 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013, p. 123-136.
BASILE, Marcello Otávio N. de C. O Império Brasileiro: Panorama Político. In: LINHARES, Maria Yedda (org.). História Geral do Brasil. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1990, p. 188-245. 

A China ameaça a soberania dos países

quinta-feira, 28 de maio de 2020

«Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo», de E. J. Hobsbawm

terça-feira, 26 de maio de 2020


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#HJ26 Profissão: Rabino

domingo, 24 de maio de 2020


Três mães judias estão conversando num restaurante em Nova York.

- O meu filho - diz a primeira - vai ser médico, e já está trabalhando com o maior cardiologista de Nova York.

- O meu filho - diz a segunda - vai ser empresário e já está trabalhando com o pai.

A terceira fica em silêncio.

- E o seu filho - pergunta-lhe a primeira -, o que vai ser?

- Rabino - é a resposta.

- Rabino! - diz a outra, atônita - Que espécie de profissão é essa para um rapaz judeu?

FINZI, Patricia et al. (edição, seleção e textos). Do Éden ao divã - Humor Judaico. São Paulo: Shalom, 1990, p. 101.

Os Objetivos Escusos da URI

sexta-feira, 22 de maio de 2020


Um movimento inter-religioso, a Iniciativa das Religiões Unidas (URI), está em ascensão em todo o mundo. Esse movimento foi fundado em 1995 pelo bispo Swing, da diocese da Igreja Episcopal na Califórnia. O projeto é a culminação do movimento inter-religioso que começou com o Parlamento das Religiões Mundiais, de 1893. Tal conclave facilitou a difusão das religiões não-cristãs no Ocidente, e solapou os esforços de evangelização cristã no restante do mundo.

Dentre os adeptos da URI, contam-se indivíduos oriundos do movimento da Nova Era, aliados globalistas e utopistas dentro do State of the World Forum, e integrantes do Fórum Econômico Mundial e do movimento da Carta da Terra. A URI espera alcançar a estatura e visibilidade da ONU.

Nesse sentido, a URI persegue um projeto ambicioso, que vai muito além de seu objetivo principal, e publicamente declarado, de promover a paz, a tolerância e a não-violência entre todas as religiões e movimentos espirituais. Desde 1995, a URI e seus aliados propõem o seguinte:

1. Esmagar o evangelismo cristão, em nome do objetivo de promover a paz inter-religiosa.

2. Marginalizar os cristãos praticantes, rotulando-os de "intolerantes" e "fundamentalistas".

3. Preparar o caminho para uma nova espiritualidade global. Tal espiritualidade acomodará formas domesticadas de todas as religiões e movimentos religiosos da atualidade.

4. Promover uma nova ética global, de caráter coletivista.

5. A ideia de que o principal objetivo da religião é a reforma social, e não o serviço de Deus.

6. A ideia de que todas as religiões e movimentos espirituais são igualmente verdadeiros, e igualmente eficazes enquanto caminhos para alcançar a comunhão com Deus.

7. Controle populacional - especialmente nos países do Terceiro Mundo.

8. Proporcionar destaque e respeitabilidade para as seitas, o ocultismo, a feitiçaria, a Teosofia e outros movimentos religiosos espiritualmente nocivos.

Esse programa não consta explicitamente na Carta da URI. No entanto, fica evidente nas declarações públicas e ações dos líderes da URI e de seus aliados.

Adaptado de PENN, Lee. Falsa Aurora: a Iniciativa das Religiões Unidas, o globalismo e a busca por uma religião mundial. Tradução de Márcio Stockler e Elton Mesquita. Campinas, SP: Vide Editorial, 2020, p. 19-21. 

«História da Vida Privada - Vol. 1»

quinta-feira, 21 de maio de 2020


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«Invasão Radical dos Bárbaros»

quarta-feira, 20 de maio de 2020


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Domingos José Martins (1781-1817)

terça-feira, 19 de maio de 2020

Monumento localizado na Cidade Alta, Vitória/ES.

Domingos José Martins
Itapemirim, 1781 - Nazaré, 1817. 

Nascido em Itapemirim, no Espírito Santo, no dia 9 de maio de 1781, Domingos José Martins era filho de Joana Luiza de Santa Clara Martins e de Joaquim José Martins. Estudou em Lisboa, Portugal, e de lá se transferiu para Londres, Inglaterra, onde foi trabalhar numa casa comercial da qual mais tarde se tornaria sócio. Ainda em Londres, Domingos conhece Hipólito da Costa, que era diretor do jornal Correio Brasiliense, e defendia a emancipação do Brasil de Portugal.

Em sua volta ao Brasil, Domingos Martins fixou-se em Recife, tornando-se um ardoroso defensor das ideias libertárias. Domingos participou da Revolução Pernambucana de 1817, ocasião em que representou o comércio na junta governativa revolucionária. O movimento foi liderado por Domingos Martins, com apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de Frei Caneca. O movimento conseguiu por um curto período, dominar o governo da província, se apossar de seu tesouro, instalar um governo provisório e proclamar a República.

Os acontecimentos acabaram por chegar ao conhecimento do presidente da província, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, que mandou prender os revoltosos. Domingos Martins foi então preso e enviado à Bahia, onde foi morto por fuzilamento, no dia 12 de junho de 1817. O Campo da Pólvora, bairro de Nazaré, foi o local da execução.

Com exceção de um soneto dedicado à esposa, Domingos José Martins não deixou obras publicadas. É o patrono do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e um dos percursores da Independência do Brasil. Ele também foi escolhido como patrono da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo.

No dia 16 de setembro de 2011, a então presidente Dilma Rousseff incluiu Domingos José Martins no Livro dos heróis da pátria, depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves. Também em sua homenagem, encontra-se na Praça João Clímaco, em Vitória, em frente ao prédio da sede da OAB, o Monumento a Domingos José Martins (foto acima).     

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Fonte: ERMAKOFF, George (org.). Dicionário Biográfico Ilustrado de Personalidades da História do Brasil. Rio de Janeiro: G. Ermakoff Casa Editorial, 2012, p. 809-810.

«Discursos que Mudaram a História»

segunda-feira, 18 de maio de 2020


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Seminário "História das Epidemias"

domingo, 17 de maio de 2020


Vírus, bactérias e outros microrganismos acompanham - e assolam - a humanidade desde os seus primórdios. A trajetória do homem ao longo da história, na sua aventura pelos continentes, convivendo com diversos animais e encontrando-se com outros homens: tudo isso pode ser desvendado com o estudo microscópico de vírus, bactérias e parasitas que cruzaram - e cruzam - o nosso caminho. Esses pequenos seres têm sido protagonistas e narradores, não meros coadjuvantes, do processo histórico.

Nesse sentido, os professores de História, Biologia e Redação propõem ao 3º ano do Ensino Médio um projeto interdisciplinar sobre alguns dos principais surtos, endemias, epidemias e pandemias da história, a saber:

1. Febre Tifoide
Indicação bibliográfica: EMMELUTH (2004); leia também a história da Mary 'Tifoide'.

2. Hanseníase
Indicações bibliográficas: BENCHIMOL & SÁ (2004); RICHARDS (1993)

3. Peste Negra
Indicação bibliográfica: KELLY (2011) 

4. Varíola
Indicação bibliográfica: Artigo de TOLEDO JR (2005); descubra também a razão da excessiva maquiagem da rainha Elizabeth I

5. Sífilis
Indicação bibliográfica: SHMAEFSKY (2003)

6. Tuberculose
Indicação bibliográfica: BERTOLLI FILHO (2001)

7. Gripe Espanhola 
Indicações bibliográficas: BARRY (2020); artigos: COSTA & MERCHAN-HAMANN e SILVEIRA.

8. Febre amarela
Indicação bibliográfica: CHALHOUB (1996)

9. HIV/AIDS
Indicação bibliográfica: WHITESIDE (2008)

10. Ebola
Indicação bibliográfica: CRAWFORD (2016)

A apresentação, inclusive, seguirá a sequência acima. Cada tema será apresentado por quatro alunos (salvo observação contrária), e cada grupo deverá confeccionar um Pôster CientíficoAs normas do pôster deverão ser rigorosamente seguidas.

Há livros gerais sobre a história das epidemias disponíveis nas bibliotecas e neste blog - obras como ADONI & UJVARI (2014),
 BENCHIMOL (2001), UJVARI (2011) e UJVARI (2013). Naturalmente, outras referências, além das indicadas aqui, devem constar no pôster de cada grupo. 

Recomendamos também a pesquisa em plataformas como a Library Genesisonde há diversos livros e artigos em PDF, sobretudo em língua inglesa.

P.s. Sobre a dengue, recomendamos FARRAR (2014). Sobre a pandemia de COVID-19, uma obra básica a ser lida é:

SANTOS, Boaventura de Sousa. A Cruel Pedagogia do Vírus. Coimbra: Almedina, 2020. > Baixe aqui.

«Sayyid Qutb and the Origins of Radical Islamism», de John Calvert

sexta-feira, 15 de maio de 2020


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«Secret Societies of America's Elite»

quarta-feira, 13 de maio de 2020


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«Ação Afirmativa ao Redor do Mundo»

terça-feira, 12 de maio de 2020

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O Manifesto de um Professor

segunda-feira, 11 de maio de 2020


Em 2017, concedi uma entrevista na qual falei sobre a minha profissão, o que me levou a escolher a carreira de historiador/professor de História, o que me motiva e outros detalhes. As perguntas e respostas estão disponíveis aqui. Ora, mapear a trajetória de um historiador, suas ideias, formação, etc. é fundamental para entender a natureza do seu trabalho, conforme defendeu Edward H. Carr no clássico Que é História?. Nesse sentido, neste post eu acrescentarei mais algumas informações sobre como eu vejo o mundo. E, em particular, revelarei como me posiciono politicamente.

Para já, deixo claro que não tenho a intenção de ofender ninguém (sim, hoje toda cautela é pouca...). Especialmente você, leitor ou aluno, não se sinta constrangido a concordar comigo. Alunos, não tenham receio de discordar de meus posicionamentos, especialmente quando tocamos em questões polêmicas da experiência humana. Como disse na entrevista que indiquei acima, uma das maiores contribuições da História à humanidade é que ela nos torna mais tolerantes. Pelo menos a História com "h" maiúsculo.

Começo por observar que não separo as atividades de historiador e professor de História. Assim, entendo que um profissional sério na área de História segue os métodos mais rigorosos de pesquisa. Suas preferências pessoais e ideológicas devem se subordinar ao peso das evidências - em suma, os documentos históricos. No caso do magistério, a ementa da disciplina ou o programa curricular são seguidos da forma mais rigorosa possível. Além disso, o professor não se aproveita da audiência cativa dos seus alunos para promover seus próprios interesses, opiniões, concepções, ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias. Nesse sentido, não favorece ou prejudica seus alunos em razão dessas convicções, ou da falta delas. Em síntese, age da forma mais ética e justa possível, ainda que a objetividade plena na pesquisa histórica seja inalcançável. Isso porque, como sabemos, o sujeito se confunde com o objeto de pesquisa.

Posto isso, vamos ao meu manifesto propriamente dito. Sou monarquista. Sim, não hesito em dizê-lo. Mas não anseio por um reino deste mundo, e sim o Reino de Deus (cf. Lc 17:20-21). Todos os governos ao longo da História, da "cabeça de ouro" aos pés de barro e ferro (cf. a estátua de Dn 2), de algum modo, têm sido instrumentos do príncipe das trevas, uma vez que o mundo "jaz sob o Maligno" (1 Jo 5:19). Não compete a mim combatê-los, "pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes" (Ef 6:12). 

Isso talvez frustre aqueles que acham que cursei História para ser um revolucionário. Pois é, eu sei. Mas é Deus quem "muda os tempos e as estações; ELE remove os reis e estabelece os reis... " (Dn 2:21). Creio também que "o destino de um país não depende de como votamos nas eleições (...), não depende do tipo de papel que depositamos na urna (...), mas do tipo de homem que cada um de nós coloca na rua ao sair de casa a cada manhã" (THOREAU, H. D. A Escravidão em Massachusetts [1854]. In: A Desobediência Civil. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2012, p. 74-75).  

Mesmo que seja um forasteiro na Terra, não fico alheio às necessidades do meu próximo, muito pelo contrário. A responsabilidade de ajudar aos necessitados é dos indivíduos, famílias e igrejas; só em situações extremas deve ser delegada ao Estado. Além disso, defendo a preservação do oikos, a natureza; afinal, em breve Deus irá "destruir os que destroem a Terra" (Ap 11:18).

E em relação às autoridades, sejam elas de direita, centro ou esquerda, qual é a minha atitude? Rogo ao Pai celeste por todos, a fim de que "tenhamos uma vida tranquila e pacífica" (1 Tm 2:1-2). Ora, é indiscutível que tal paz e tranquilidade existem principalmente em países que adotam a democracia liberal. O Estado laico, o respeito aos direitos individuais e o livre comércio formam o contexto mais favorável à pregação do Evangelho Eterno, a última verdade presente (ver Ap 14:6-12). Quando este evangelho do Reino for pregado "em todo o mundo, em testemunho de todas as nações", então virá o fim (Mt 24:14). Nunca mais então a humanidade sofrerá injustiças, violência e opressão. A morte será, finalmente, "tragada na vitória" (1 Co 15:54).

Nisto acredito, e essa será a pedra cortada "sem auxílio de mãos" (Dn 2:45) que encerrá o drama deste mundo.         

«A Guerra antes da Civilização»

domingo, 10 de maio de 2020


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«A Criação do Ocidente», de C. Dawson

sexta-feira, 8 de maio de 2020


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«The Bohemian Grove», de Mark Dice

quinta-feira, 7 de maio de 2020


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«Introdução à Nova Ordem Mundial»

quarta-feira, 6 de maio de 2020


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Seminário "As Barbas do Imperador"

terça-feira, 5 de maio de 2020

D. Francisca, D. Pedro II, D. Januaria: Nojo do Augusto Pai D. Pedro I, 1843 [?], gravura de Félix-Émile Taunay (1795-1881). Museu Imperial, Rio de Janeiro.

No 3º bimestre, os alunos do 2º ano do Ensino Médio do CAV apresentarão o seminário interdisciplinar As Barbas do Imperador. Para tal, se basearão na referência bibliográfica abaixo:


SCHWARCZ, Lilia M. & SPACCA [ilustrações]. As barbas do imperador - D. Pedro II, a história de um monarca em quadrinhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.
> Disponível aquiExiste um exemplar físico disponível para empréstimos na Biblioteca do CAV.

A biografia do imperador D. Pedro II (1825-1891) é pano de fundo para a compreensão da consolidação do Estado brasileiro e da formação da nossa nacionalidade. Além disso, As Barbas do Imperador destaca as transformações econômicas, sociais, culturais e tecnológicas que marcaram a segunda metade do século XIX no Brasil. 

Nesse sentido, para cada capítulo do livro acima, há um tema correspondente a aspectos filosóficos e/ou sociológicos que também deverá ser apresentado. A nota final será aplicada tanto à disciplina de história quanto de filosofia. 

Cap. 1 + republicanismo (Confederação do Equador e revoltas regenciais)

Cap. 2 + Friedrich von Schiller (1759-1805)

Cap. 3 + Liberalismo (Luzias)

Cap. 4 + Conservadorismo (Saquaremas)

Cap. 5 + Cap. III de Elias (2001) 

Cap. 6 + Cap. IV de Elias (2001) 

Cap. 7 + Cap. V de Elias (2001) 

Cap. 8 + Cap. VI de Elias (2001) 

Cap. 9 + Cap. 7 de Hobsbawm & Ranger (1997)

Cap. 10 + "Que é o abolicionismo" até "O tráfico de africanos" (Nabuco, 2012)

Cap. 11 + "Ilegalidade da Escravidão" até "Influência sobre o território e a população do Interior" (Nabuco, 2012)

Cap. 12 + "Influências sociais e políticas da escravidão" até "Anexos" (Nabuco, 2012)

Cap. 13 + positivismo

Cap. 14 + republicanismo 

Cap. 15 + movimento monarquista brasileiro atual             

A primeira parte do trabalho consistirá na elaboração de um fichamento manuscrito, a caneta azul ou preta, e em folha de papel almaço, sobre os textos lidos. Essa atividade é individual. A seguir, as duplas deverão preparar a apresentação do seminário.

Cada apresentação será realizada entre 12 e 15 minutos. Elas deverão ser pautadas numa apresentação em PowerPoint, a fim de exibir as principais imagens referenciadas no livro (mas, atenção, NÃO as reproduza do PDF; no caso das pinturas, busque as originais). O domínio do tema, a clareza e a objetividade serão os principais critérios a serem avaliados. 

A fim de facilitar vosso trabalho, e também para uniformizar os slides das apresentações, indico o seguinte Modelo de PowerPoint. Todos deverão segui-lo.  

O seminário foi organizado para ser apresentado em duplas, salvo casos especiais. Porém, as avaliações dos fichamentos e das apresentações será sempre individualizada.