domingo, 30 de julho de 2023
Historia magistra vitae est. Cícero (106-43 a.C.)
"Em um governo que aprisiona qualquer um injustamente, o verdadeiro lugar para um homem justo é também a prisão." Henry David Thoreau, A Desobediência Civil (1849)
Os Estados Unidos são agora a grande potência do mundo. Mesmo assim, quem pode elogiar um sistema educacional que produz jovens incrivelmente ignorantes - exceto por uma pequeníssima minoria - em História, Geografia e idiomas estrangeiros, e extremamente despreparados para lidar com quaisquer problemas maiores do que os da própria vizinhança? Pior ainda, qual o futuro de um povo cuja escolaridade o capacitou, na melhor das hipóteses, a determinar o preço de tudo - mas o valor de nada? Nós, norte-americanos, encontramo-nos, hoje, politicamente dominantes e intelectualmente enfraquecidos. Os conservadores têm diante de si um trabalho complexo de restauração intelectual.
KIRK, Russell. A Política da Prudência. Tradução de Gustavo Santos e Márcia Xavier de Brito. São Paulo: É Realizações, 2013, p. 302.
"Os políticos raramente, se nunca, são eleitos apenas pelos seus méritos - pelo menos, não em uma democracia. Algumas vezes, sem dúvida, isso acontece, mas apenas por algum tipo de milagre. Eles normalmente são escolhidos por razões bastante distintas, a principal delas sendo simplesmente o poder de impressionar e encantar os intelectualmente destituídos. (...) Será que algum deles se arriscaria a dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade sobre a real situação do país, tanto em questões internas quanto em questões externas? Algum deles irá se abster de fazer promessas que ele sabe não poderá cumprir - que nenhum ser humano poderia cumprir? Irá algum deles pronunciar uma palavra, por mais óbvia que seja, que possa alarmar ou alienar a imensa turba de idiotas que se aglomeram ao redor da possibilidade de usufruir uma teta que se torna cada vez mais fina? Respostas: isso pode acontecer nas primeiras semanas do período eleitoral... Mas não após a disputa já ter ganho atenção nacional e quando a briga já estiver séria. (...) Eles todos irão prometer para cada homem, mulher e criança no país tudo aquilo que estes quiserem ouvir. Eles todos sairão percorrendo o país à procura de chances de tornar os ricos pobres, de remediar o irremediável, de socorrer o insocorrível, de organizar o inorganizável, de deflogisticar o indeflogisticável. Todos eles irão curar as imperfeições apenas proferindo palavras contra elas; e pagarão a dívida nacional com um dinheiro que ninguém mais precisará ganhar, pois já estaremos vivendo na abundância. Quando um deles disser que dois mais dois são cinco, algum outro irá provar que são seis, sete e meio, dez, vinte, n. Em suma, eles irão se despir da sua aparência sensata, cândida e sincera e passarão a ser simplesmente candidatos a cargos públicos, empenhados apenas em capturar votos. A essa altura, todos eles já saberão - supondo que até então não sabiam - que, em uma democracia, os votos são conseguidos não ao falar coisas sensatas, mas sim ao falar besteiras; e todos eles dedicar-se-ão a essa faina com vigoroso entusiasmo. A maioria deles, antes de o alvoroço estar terminado, passará realmente a acreditar em sua própria honestidade. O vencedor será aquele que prometer mais com a menor possibilidade de cumprir o mínimo."
MENCKEN, H. L. A Mencken Chrestomathy [New York: Vintage Books, 1982], p. 148-151, apud HOPPE, Hans-Hermann. Democracia, o deus que falhou. Tradução de Marcelo W. de Assis. São Paulo: Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2014, p. 121-122, disponível aqui.