“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

Matamos os Facínoras

quarta-feira, 31 de agosto de 2016


 Hoje é um dia histórico. O Brasil se livrou de um "projeto criminoso de poder". Assim, gostaria de indicar um excelente artigo do jornalista Reinaldo Azevedo: TCHAU, QUERIDA! NÓS MATAMOS OS FACÍNORAS

Para aqueles que estão sem tempo para ler o artigo inteiro, destacarei dois trechos:

O Brasil, felizmente, venceu a tentação totalitária sem macular o regime democrático. Ainda que os petistas tenham tentado mudar os códigos do Estado Democrático e de Direito no Brasil, vamos saudar: eles foram malsucedidos nesse esforço. Vejo, por exemplo, o estrago que várias correntes do populismo de esquerda produziram na América Latina em anos recentes: Nicarágua, Venezuela, Equador, Bolívia, Argentina… E dou graças aos céus por sermos quem somos.

Pois é. Somos quem somos e "eles" são quem são. Talvez agora se auto-exilem na Venezuela, onde existe um regime que fascina os facínoras:

Em um de seus documentos, o PT lamentou não ter conseguido controlar a imprensa, não ter conseguido impor a reforma política, não ter conseguido mudar as Forças Armadas, não ter conseguido controlar o Judiciário, não ter conseguido, enfim, fazer do Brasil uma Venezuela.

E não conseguiu mesmo. Não conseguiu porque nós não deixamos.

Tchau, queridos!

Nós matamos os facínoras.

Uma Lenda do Capitalismo

terça-feira, 30 de agosto de 2016

John D. Rockefeller (1839-1937)

"John D. Rockefeller entrou no novo negócio do petróleo. As pessoas haviam começado a perfurar poços que jorravam do solo um líquido espesso e escorregadio conhecido como petróleo. Podia ser refinado para produzir querosene, que abastecia lâmpadas, ou óleo lubrificante, que ajudava os motores das máquinas a funcionar sem percalços. O petróleo se tornou ainda mais valioso quando os próprios motores foram projetados para queimá-lo como combustível. Rockefeller viu nisso uma oportunidade e a agarrou. Seu pai, presbiteriano, lhe havia ensinado a trabalhar duro e a não confiar em ninguém. 'Engano meus filhos sempre que posso', o pai se gabava. 'Quero afiá-los'. O jovem Rockefeller era muito mais que afiado. Ele levava seus concorrentes à bancarrota baixando preços, abria empresas 'fantasma' que pareciam pertencer a outra pessoa ou simplesmente subornava os concorrentes para que vendessem sua empresa. Ele usava de qualquer estratégia para vencer. Mas sua Standard Oil Company também produzia derivados de petróleo de alta qualidade porque seu proprietário inspecionava cada detalhe do negócio como uma águia." 

DAVIDSON, James West. Uma breve história dos Estados Unidos. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: LP&M, 2016, pp. 180-181.

Fim de um Fóssil da Guerra Fria

segunda-feira, 29 de agosto de 2016


Começou a vigorar hoje o cessar-fogo definitivo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). A decisão veio após a assinatura, na quarta-feira passada, de um histórico acordo de paz disposto pelo presidente Juan Manuel Santos para encerrar os 52 anos de conflitos na Colômbia. O desafio do governo colombiano agora passa a ser o de convencer a população colombiana a ratificar o acordo, a fim de torná-lo efetivo. Precisa ainda convencer um outro grupo guerrilheiro - o Exército de Libertação Nacional (ELN) - a também depor as armas. 

Na sexta-feira, os integrantes das FARC - cuja ideologia é a marxista e o financiamento é o narcotráfico - começaram a se dirigir para as 23 zonas de concentração onde ficarão até serem plenamente reintegrados à vida civil. Antes disso, os guerrilheiros já haviam implementado um cessar-fogo unilateral para demonstrar boa vontade com o processo de paz. 

Apesar das iniciativas, parte da população não acredita que a decisão do governo tenha sido correta. E serão os cidadãos colombianos que decidirão, em plebiscito, se os acordos terão validade. Encabeçam a campanha pelo "não" os ex-presidentes Álvaro Uribe e Andrés Pastrana. Seu argumento é que, caso o acordo seja aprovado pela população, as FARC serão beneficiadas com a impunidade e a representação na política. Independentemente da decisão do povo da Colômbia, uma coisa é certa: não será nada fácil curar as cicatrizes de mais de meio século de violência da narcoguerrilha.

Com informações do Estadão e da BBC Brasil.

A Ideia de Igualdade nos EUA

domingo, 28 de agosto de 2016


Em março de 1829, milhares de pessoas compareceram à cerimônia de posse do presidente Andrew Jackson (acima). Seus seguidores o chamavam de "o Herói", e ele se tornou um símbolo da nova política de igualdade da América.

"O que igualdade significava para esses norte-americanos? Não que todas as pessoas fossem igualmente talentosas, igualmente educadas ou igualmente ricas. Nem mesmo que devessem ser iguais de tais maneiras. O que mais importava era que cada cidadão tivesse chances iguais de progredir. Ou, como afirmou um norte-americano, 'Todo homem será livre para se tornar tão desigual quanto puder.' As pessoas não queriam igualdade, mas igualdade de oportunidades." 

DAVIDSON, James WestUma breve história dos Estados Unidos. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: LP&M, 2016, p. 119.

Guerra aos Humanos

sábado, 27 de agosto de 2016

Reflexões Sobre o Abaporu

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

A minha esposa aponta para o Abaporu: nunca refletir sobre um quadro foi tão importante a uma nação. 


Desde do dia 02 deste mês, e até o dia 30, um dos mais famosos quadros modernistas brasileiros está em exposição no Museu de Arte do Rio (MAR). Abaporu - em tupi, "homem que come gente" - é uma das principais estrelas do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba) (onde eu e minha esposa tivemos a honra de conhecê-lo, em 2014). Pintado por Tarsila do Amaral, em 1928, Abaporu foi dedicado ao seu esposo, Oswald de Andrade. A obra transformou-se no marco fundador do Manifesto Antropofágico e num ponto alto da pintura nacional.

O quadro apresenta uma figura desproporcional, com cabeça mínima e pés gigantes. Acima desse ser, um grande sol dá um tom marcante ao quadro; ao lado, um cacto nos remete ao semi-árido nordestino. As cores vivas fazem referência à bandeira nacional. 

Como a imagem é bastante polissêmica, pode ser interpretada de diferentes formas. Para alguns, as diferentes proporções podem indicar a condição das populações pobres brasileiras do início do século XX. Submetidas ao trabalho pesado, não tinham condições de estudar e desenvolver o seu intelecto, só lhes restando resignar-se à sua angustiante condição. 

Ao analisar essa imagem numa aula do 9º ano, um aluno se declarou um "ex-Abaporu". Trocando por miúdos: não era um estudante dedicado, até que um dia resolveu aplicar-se aos estudos. Deixara, portanto, de ser um "Abaporu" (a mudança foi tão genuína que ele foi um dos dois classificados da sua turma para a fase final da Olimpíada de História). 

O convite está feito. Após conhecer o Abaporu de Tarsila do Amaral, deixe de ser um "Abaporu". Não fique parado tal qual um cacto, imobilizado e embrutecido pela ignorância. Há um oceano a ser navegado pela História, Literatura, Artes, Filosofia...   

Saiba mais sobre a exposição A Cor do Brasil  

Pérola da Sabedoria Liberal

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Visita Online à Capela Sistina

segunda-feira, 22 de agosto de 2016


A obra-prima de Michelangelo, a Capela Sistina, no Vaticano, está à distância de um clique. Faça o seu tour online AQUI.

Brasil, o Anticapitalista

domingo, 21 de agosto de 2016



A cada dia eu confirmo, na prática, a máxima de Roberto Campos, para o qual o capitalismo nunca existiu no Brasil. Infelizmente, não há horizonte de mudança à vista. 

Eu poderia relatar inúmeras experiências terríveis que tive com os agentes do mercado no Brasil. Limitar-me-ei a uma para não cansar o leitor. 

No início do mês, encontrei o livro Tenho Uma Ideia numa prateleira do Supermercado Epa, localizado à Rua Eugênio Netto, em Santa Lúcia, Vitória. Como só encontrei um exemplar, procurei uma funcionária e disse que gostaria de falar com a gerência, uma vez que precisava de outros exemplares (pretendia presentear alguns alunos). Fiz o pedido sem grandes esperanças, uma vez que já havia tido experiências terríveis em outro supermercado dessa rede, e não tive o "privilégio" de ter uma "audiência" com o inacessível gerente. De qualquer modo, pensei eu, os clientes de Santa Lúcia são de "outro nível", e talvez isso sensibilizaria o(a) gerente.

Nada feito. A gerente disse à funcionária que eu só poderia conversar com o subgerente, e ainda assim teria que esperar por mais de uma hora. Como teria uma consulta médica por ali mais tarde, e teria que esperar de qualquer modo, aceitei o "chá de banco". Quando os seres de carne e osso nos relegam à solidão, um livro nunca nos abandona. E desta vez a minha companhia seria o brilhante livro do Roger von Oech. 

Após mais de uma hora, o subgerente finalmente fez sua aparição triunfal. Em nenhum momento demonstrou preocupação com a minha longa espera. Sem qualquer deferência para com seu cliente, atendeu-me em pé, à entrada da loja. Expliquei-lhe que queria comprar mais exemplares do livro que havia acabado de adquirir. Além disso, proporia à rede educacional onde trabalho que fizesse o mesmo. O subgerente anotou os meus dados e disse que me atenderia em breve. Dias depois, como não havia recebido qualquer resposta, retornei ao supermercado. Disse que precisava falar mais uma vez com o subgerente, mas que então não dispunha de tanto tempo como da outra vez. Iria fazer compras e o ilustre "sub" que me procurasse algures. De fato, encontrei-o depois, por acaso, entre as prateleiras. Num esforço de persuasão homérico, deixei claro que atuo numa vasta rede educacional; considerando que o livro é bom e estava à venda por um preço módico, talvez fizéssemos uma grande compra. Disse que, pela lógica, clientes e vendedores têm o mesmo interesse em fechar um negócio. Afirmar o óbvio talvez o despertaria para a realidade do mercado. Debalde. Apesar de novas promessas de entrar em contato comigo o mais rápido possível, até hoje não recebi qualquer contato. Não estão interessados em vender.  

Esse é o Brasil, um país onde o comprador precisa implorar que se lhe vendam. Em terras tupiniquins, o vendedor acredita estar num patamar superior aos reles mortais - uma espécie de Olimpo do Mercado - e só concede alguma "graça" após receber os salamaleques de praxe. Muito mais que pré-capitalista, o Brasil é anticapitalista.

Itens Sagrados do Judaísmo

sábado, 20 de agosto de 2016


No bimestre passado, os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio conheceram a cultura judaica. Felizmente, os alunos do 6º ano tiveram seu aprendizado enriquecido com a contribuição de uma família do "seio" de Abraão. Graças a ela, tivemos contato com alguns dos itens mais caros à sua religião: a Tanakh (a Bíblia hebraica); o shofar (instrumento de sopro, geralmente feito do chifre de carneiro); a quipá ("cobertura", utilizada como símbolo de temor a YHWH); e a hamsá (no canto inferior direito da foto; é utilizada para afastar o mau-olhado). 


"Orai pela paz de Jerusalém; prosperarão aqueles que te amam." 
Salmos 122:6.

Dia do Historiador

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Dia do Patrimônio Histórico

quarta-feira, 17 de agosto de 2016


Hoje é o Dia do patrimônio Histórico. A data foi escolhida em homenagem ao historiador e primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Rodrigo Melo Franco de Andrade. Quando esse dia começou a ser celebrado, em 1998, Rodrigo completaria 100 anos de nascimento. 

E você, aprecia o patrimônio histórico da sua cidade? Na capital capixaba existe um projeto de turismo cultural, o Visitar Vitória, que oferece visitas monitoradas gratuitas por sete pontos históricos. Conheça, aprecie, conserve! As futuras gerações agradecerão.

Escravos Brancos em África

domingo, 14 de agosto de 2016

Namouna, 1887, Henri Adrien Tanoux (1865-1923). As mulheres brancas capturadas pelos piratas islâmicos normalmente alimentavam o mercado da escravidão sexual.

Segundo o historiador americano Robert Davis, autor de Christian slaves, Muslim masters, mais de um milhão de europeus foram escravizados por traficantes norte-africanos entre 1530 e 1780. Essa época foi marcada por intensa pirataria costeira no Mediterrâneo e no Atlântico. 

O número é pequeno perto do total de escravos africanos negros levados para as Américas ao longo de quatro séculos - entre 10 e 12 milhões - mas é bem maior do que até então se imaginava. Assim, Davis refuta com a sua pesquisa a ideia de que a escravidão na Idade Moderna tenha sido essencialmente de natureza racial. "Ser escravizado era uma possibilidade muito real para qualquer pessoa que viajasse pelo Mediterrâneo ou que habitasse o litoral de países como Itália, França, Espanha ou Portugal, ou até mesmo países mais ao norte, como Reino Unido e Islândia", afirma. 

Os ataques dos piratas eram tão violentos que cidades costeiras do Mediterrâneo foram abandonados por seus apavorados moradores. Os seus algozes partiam de cidades como Túnis e Argel. As pessoas capturadas eram levadas para trabalhar em pedreiras, na construção pesada e como remadores nas galés dos próprios piratas. 

Fonte: Folha Online

Pérola de Montesquieu

sábado, 13 de agosto de 2016


Vencedores do Prêmio Clio 2016

sexta-feira, 12 de agosto de 2016


Meus parabéns ao Henrique (6º B), à Luana (9º B) e à Mariana Samara (1º A), bem como a todos os demais que participaram. O grande agraciado sou eu, que tenho a honra de lhes ensinar a "ciência dos homens no tempo". 

Vejam as fotos da premiação no site do CAV.

Despertamento X Iluminismo

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Jonathan Edwards (1703-1758)

No século XVIII, por razões diversas, "dois movimentos atípicos" marcaram os Estados Unidos: o Grande Despertar, um movimento religioso que tratava de encontrar a certeza e a fé, e o Iluminismo, cujo foco era o questionamento e a dúvida. 

Dentre os defensores do Iluminismo nos Estados Unidos, destaca-se Benjamin Franklin. Ele teve contato com livros de filósofos iluministas na gráfica do irmão, onde trabalhava antes de fugir para a Filadélfia, em 1723. Os pensadores ilustrados eram deístas, e Franklin foi influenciado por eles, interessando-se imensamente por este mundo, e não pelo próximo. Aos 42 anos, como já usufruía de uma vida abastada, passou a se dedicar a projetos que visavam ao bem público. Além disso, se interessou pela ciência do governo (nesse ponto ele foi influenciado por John Locke). 

Outro leitor de Locke (e também de Newton) foi Jonathan Edwards. Ele, contudo, preferiu a carreira de pastor. Em 1735, começou a ter sucesso no seu esforço para levar os jovens de Northampton, Massachusetts, a um "novo nascimento". Em pouco tempo, o revivalismo religioso dessa cidade se generalizou e alcançou os vilarejos vizinhos. Tais despertamentos, entretanto, seriam largamente superados cinco anos depois, quando George Whitefield passou a pregar do Maine à Geórgia. Após ler escritos de Edwards, convenceu-se de que até 2016 "nações inteiras" seriam despertadas. 

Os defensores do Grande Despertamento pretendiam aperfeiçoar o mundo mediante o avivamento espiritual. Tal entusiasmo, naturalmente, era visto com desconfiança pelos defensores do Iluminismo, que estavam mais interessados em entender como funcionava um sistema político eficiente.

Bibliografia consultada: DAVIDSON, James West. Uma breve história dos Estados Unidos. Tradução de Janaína Marcoantonio. Porto Alegre, RS: LP&M, 2016, p. 60-65.

Socialismo (Nada) Científico

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

"(...) Marx não estava disposto a investigar, ele próprio, a situação da indústria nem a aprender nada com trabalhadores que a tenham vivido. Por que deveria? Em todos os pontos essenciais, usando a dialética hegeliana, chegara a suas conclusões - em fins da década de 1840 - sobre o destino do homem. O que restava era encontrar as informações para fundamentar essas conclusões, e isso podia ser tirado de reportagens de jornais, de livros azuis do governo ou de dados coletados por antigos autores; todo esse material era encontrado em bibliotecas. Por que ir mais longe? O problema, do modo como apareceria para Marx, era encontrar o tipo certo de informação: as informações adequadas. (...) 

Nesse sentido, então, os 'dados' não eram centrais ao trabalho de Marx; eles estavam subordinados, reforçando conclusões que já tinham sido alcançadas independentemente deles. O Capital, o monumento em torno do qual girava sua vida de erudito, deveria ser visto, portanto, não como uma investigação científica sobre a natureza do sistema econômico que pretendeu descrever, mas como um exercício de filosofia moralista, um tratado comparável aos de Carlyle ou Ruskin. Trata-se de um sermão gigantesco e no mais das vezes incoerente, um ataque ao sistema industrial e ao princípio de propriedade feito por um homem que tinha criado um ódio intenso, embora essencialmente irracional, em relação a ambos. Curiosamente, essa obra não tem um argumento central que atue como um princípio organizador."

JOHNSON, Paul. Os Intelectuais. Tradução de André Luiz Barros da Silva. Rio de Janeiro: Imago Ed., 1990, pp. 74-75.

A Intervenção Americana na Coreia

terça-feira, 9 de agosto de 2016


O Brasil segundo os Viajantes

segunda-feira, 8 de agosto de 2016


Parte 1


Parte 2


Parte 3


Parte 4

A História e o Caráter

domingo, 7 de agosto de 2016

A Verdade sobre a Guerra do Vietnã

sexta-feira, 5 de agosto de 2016


Os Jogos da Antiguidade

quinta-feira, 4 de agosto de 2016


Até o dia 02 de outubro de 2016, o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, abrigará a exposição Os Jogos da Antiguidade - Grécia e Roma. Com obras de grandes museus gregos e italianos, a exposição exibe esculturas que representam atletas, objetos usados por eles, ânforas e mosaicos que retratam cenas esportivas. São cerca de 60 obras, algumas com mais de 2500 anos de idade.

Aproveito para deixar a seguinte citação, sobre o espírito de competição entre os gregos: 

"A competição, as exibições públicas de condição e poder e orgulho em ajudar os amigos e prejudicar os inimigos não são os termos com que explicamos o nosso comportamento para nós mesmos e para os demais. Um grego ficaria desconcertado com o nosso sistema de valores que parece (segundo o modelo do jogo) ter sido concebido de modo que o resultado mais provável seja um empate (o que pode explicar por que o críquete é o jogo inglês par excellence). Para nós, com nossos valores predominantemente cristãos, os valores gregos podem parecer estranhos. Para eles, porém, o sistema funcionava." 

JONES, Peter V. (org.). O Mundo de Atenas: uma introdução à cultura clássica ateniense. Tradução de Ana Lia de Almeida Prado. São Paulo, 1997, p. 134-135.

«Tenho uma Ideia», de Roger von Oech

quarta-feira, 3 de agosto de 2016



Jorge Luis Borges dizia que a leitura é uma forma de felicidade. É exatamente a convicção que tenho, sempre que "devoro" um livro. E o último foi esse aí, escrito por Roger von Oech, fundador e presidente da Creative Think. Roger é doutor em História das Ideias pela Stanford University. A publicação, datada de 2011, ficou a cargo da carioca BestSeller.

Trata-se de um livro "alto astral" do início ao fim. Esse clássico do pensamento criativo, em edição revista e atualizada, pretende fornecer uma rota para o desenvolvimento da criatividade. Nesse sentido, está repleto de diversas histórias, exercícios, dicas e citações (sobretudo de Heráclito, considerado o precursor dos professores de criatividade). Os professores, em especial, poderão se valer de diversas orientações, normalmente entremeadas com histórias brilhantes, como a da professora que passou a tratar seus alunos como superdotados e eles realmente passaram a ter rendimento como tais.

Uma das facetas da obra que mais me atraiu foi a do autor enquanto historiador das ideias. Ele explica como surgiram algumas das maiores invenções da humanidade, como a imprensa. Gutenberg simplesmente teria combinado a prensa de vinho e a cunhadora de moedas. Como já amplamente conhecido, muitos dos inventores acumularam amargos fracassos antes de triunfarem, como lembra Roger:

"De fato, a história das descobertas está repleta de pessoas que usaram hipóteses errôneas e ideias fracassadas como ponto de partida para outras. Colombo achava que estava descobrindo um caminho mais curto para a Índia. Johannes Kepler deparou com a ideia de uma gravidade interplanetária por causa de hipóteses que estavam certas por motivos errados. Thomas Edison descobriu 1800 modos de como não se faz uma lâmpada. Freud teve grandes fracassos antes de elaborar a psicanálise. Um dos fracassos de Madame Curie foi o rádio." (p. 217) 

Enfim, "a marca registrada das pessoas criativas é a flexibilidade mental" (p. 239), a capacidade de prestarem atenção em suas ideias menores (p. 231) e as que não têm medo de experimentar algo novo por receio do fracasso (p. 215), dentre outros aspectos. Em suma, os criativos assumem quatro posições:

I. A de Explorador, que procura novas informações e recursos.
II. A de Artista, que transforma esses recursos em novas ideias.
III. A de Juiz, que avalia os méritos da ideia e decide o que fazer com ela.
IV. A de Guerreiro, que põe a ideia em prática. (p. 244)

Descoberta no Templo das Inscrições

terça-feira, 2 de agosto de 2016


Escavações no sítio arqueológico de Palenque (México) revelaram um sítio subterrâneo construído sob o Templo das Inscrições (acima). Esse templo guarda a tumba de Pacal, um antigo imperador da civilização maia, e teria sido construído de propósito sobre uma fonte entre 683 e 706 d.C. Os túneis levavam a água do subsolo da câmara funerária à explanada no exterior, dando ao imperador falecido um caminho para o "mundo dos mortos". 

Fonte: O Globo