“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel

“Quem não é capaz de sonhar com a história diante dos documentos não é historiador.” F. Braudel
Villa Borghese, Roma, Itália.

«Podres de Mimados»

quinta-feira, 30 de abril de 2020

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Seminário "Admirável Mundo Novo"

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Nunca a realidade foi tão complexa, instável e imprevisível. De guerras a atentados, passando pelos desastres ambientais, conspirações e pandemias, buscamos sobreviver à volatilidade na "modernidade líquida" (Zygmunt Bauman) da "sociedade de risco" (Ulrich Bech). Bem-vindo ao admirável (e assustador) Mundo Novo.

Sem a pretensão de alterar o curso dos acontecimentos, nosso objetivo é, em primeiro lugar, identificar as raízes da nossa civilização. Esse é o ponto de partida para uma compreensão clara da realidade atual - um cenário complexo, de crise, beirando o caos e para o qual não há soluções simples. Nesse sentido, proponho ao Terceiro ano do Ensino Médio, no último semestre do ano letivo, o seminário Admirável Mundo Novo. Espera-se que essa experiência seja útil não apenas para o próximo desafio acadêmico, mas para o projeto de vida de cada estudante.

Os temas a seguir sintetizam os principais conteúdos das ciências humanas abordados ao longo da educação básica. Tratam-se de capítulos de obras referenciadas ao final deste post que traduzem a diversidade teórica e ideológica dos seus autores. Tais capítulos serão apresentados por duplas, ainda que a avaliação seja individual. Tarefa individual: o fichamento manuscrito do texto escolhido. Tarefa da dupla: a apresentação do tema a partir do seguinte Modelo de PowerPoint.

1. Do topo da Montanha (Shapiro, 2019)
Assista à análise de Rodrigo Constantino.

2. Do Pó Viemos (Shapiro, 2019)
Assista à análise de Rodrigo Constantino.

3. União Improvável (Shapiro, 2019)
Assista à análise de Rodrigo Constantino.

4. As virtudes do Estado Nacional (Hazony, 2019)
Assista à apresentação de Evandro Pontes.

5. Globalização (Giddens, 2000)

6. Teorias que não funcionam (Acemoglu & Robinson, 2012)

7. Trabalho (Harari, 2018)

8. O Socialismo (Mises, 1998)
Assista à análise de Raphaël Lima.

9. Uma Perspectiva Internacional (Sowell, 2017)
Assista: Thomas Sowell

10. Crianças (Dalrymple, Podres de Mimados, 2015)

11. A Verdade no Multiculturalismo (Scruton, 2015)
Assista à apresentação de Paula Marisa.

12. Os Bárbaros nos Portões de Paris (Dalrymple, Nossa Cultura..., 2015)
Palestra sobre o livro Nossa Cultura ou O que Restou Dela

13. Caro Fanático (Oz, 2017)
Assista à apresentação de Amós Oz.

14. A Guerra entre Ocidente e Islamismo (Todorov, 2010)
Entrevista: Tzvetan Todorov

15. Os Direitos Humanos: realidade e utopia (Scaraffia, 2014)
Assista à apresentação de Ana Campagnolo.

16. Diálogo com Ulrich Beck (Beck, 2011)

17. A Verdade no Ambientalismo (Scruton, 2015)
Assista à apresentação de Paula Marisa.

18. Precaução Radical (Scruton, 2017)
Assista à apresentação de Marcela Brito.

19. A Crise da Política e a Busca de uma Linguagem da Sensibilidade (Bauman & Donskis, 2014)

20. Sem preconceitos (Constantino, 2014)
Assista à entrevista de Rodrigo Constantino.

21. Realidade Paralela na Mídia e no Mundo Acadêmico (Sowell, 2011)
Assista à análise de Tatiana Feltrin.

22. Julgando a beleza (Scruton, 2013)
Assista à análise de Tatiana Feltrin.

Referências bibliográficas
ACEMOGLU, Daron & ROBINSON, James. Por que as nações fracassam. Tradução de Cristina Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. > Baixe aqui.
BAUMAN, Zygmunt & DONSKIS, Leonidas. Cegueira Moral - A perda da Sensibilidade na Modernidade Líquida. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. > Baixe aqui.
BECK, Ulrich. Sociedade de risco: rumo a uma outra Modernidade. Tradução de Sebastião Nascimento. São Paulo: Editora 34, 2011. > Baixe aqui.
CONSTANTINO, Rodrigo. Esquerda Caviar: a hipocrisia dos artistas e intelectuais progressistas no Brasil e no mundo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2014. > Baixe aqui.
DALRYMPLE, Theodore. Nossa Cultura... Ou o que restou dela. Tradução de Maurício G. Righi. São Paulo: É Realizações, 2015. > Baixe aqui.
DALRYMPLE, Theodore. Podres de Mimados - as consequências do sentimentalismo tóxico. Tradução de Pedro Sette-Câmara. São Paulo: É Realizações, 2015. > Baixe aqui.
GIDDENS, Anthony. O Mundo na Era da Globalização. Tradução de Saul Barata. Lisboa: Presença, 2000. > Baixe aqui. 
HARARI, Yuval Noah. 21 Lições para o Século 21. Tradução de Paulo Geiger. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. > Baixe aqui.
HAZONY, Yoram. A Virtude do Nacionalismo. Tradução de Evandro Fernandes de Pontes. Campinas, SP: Vide Editorial, 2019. > Baixe aqui.
MISES, Ludwig von. As Seis Lições. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1998. > Baixe aqui.
OZ, Amós. Mais de uma luz: fanatismo, fé e convivência no século XXI. Tradução de Paulo Geiger. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. > Baixe aqui.
SCARAFFIA, Lucetta. Os Direitos Humanos: Realidade e Utopia. In: ROCCELLA, Eugenia & SCARAFFIA, LucettaContra o Cristianismo: a ONU e a União Européia como nova ideologia. Tradução de Rudy Albino de Assunção. Campinas, SP: Ecclesiae, 2014, p. 13-107. Baixe aqui.
SCRUTON, Roger. Beleza. Tradução de Hugo Langone. São Paulo: É Realizações, 2013. > Baixe aqui.
SCRUTON, Roger. Como ser um conservador. Tradução de Bruno Garschagen. 3 ed. Rio de Janeiro: Record, 2015. > Baixe aqui. 
SCRUTON, Roger. Filosofia Verde: Como Pensar Seriamente o Planeta. Tradução de Maurício G. Righi. São Paulo: É Realizações, 2017. > Baixe aqui.
SHAPIRO, Ben. O Lado Certo da História: Como a Razão e o Propósito Moral tornaram o Ocidente Grande. Traduzido por Carolina Gaio. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019. > Baixe aqui.
SOWELL, Thomas. Ação afirmativa ao redor do mundo. Tradução de Joubert de O. Brízida. São Paulo: É Realizações, 2017. > Baixe aqui.
SOWELL, Thomas. Os Intelectuais e a Sociedade. Tradução de Maurício G. Righi. São Paulo: É Realizações, 2011. > Baixe aqui.
TODOROV, Tzvetan. O Medo dos Bárbaros: para além do choque das civilizações. Tradução de Guilherme João de F. Teixeira. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. > Baixe aqui.

«Beleza», de Roger Scruton

terça-feira, 28 de abril de 2020

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A Decadência de Paris

segunda-feira, 27 de abril de 2020


Como complemento a esse vídeo (ou vice-versa), indico o artigo "Os Bárbaros nos Portões de Paris", in: DALRYMPLE, Theodore. Nossa Cultura... Ou o que Restou Dela, p. 347-362.

#15Fatos Os Pilares do Ocidente

domingo, 26 de abril de 2020

As cariátides, templo do Erecteion, Acrópole de Atenas (séc. V a.C.). 

1. O judaísmo (e, mais tarde, o cristianismo) criou o propósito individual e o coletivo. Ele o fez, em primeiro lugar, postulando que só havia um Deus, com um plano geral por trás de tudo. Segundo, afirmou que os seres humanos são submetidos a padrões comportamentais por motivos morais. Terceiro, o judaísmo postulou que a história progrediu: o homem tem a responsabilidade de buscar a Deus e promover a redenção da humanidade. Isso contrasta com a noção sem começo ou fim da história para muitas culturas. Por fim, o judaísmo postulou que Deus dera livre-arbítrio aos homens, responsáveis assim por suas escolhas, escolhas essas que importam. 

2. Além de tudo isso, o judaísmo postulou que Deus tem regras - o Universo não é aleatório; de forma geral, essas regras são detectáveis e amplamente compreensíveis. Deus tem um padrão, ainda que não possamos compreendê-lo plenamente. A noção de universo moral é uma criação judaica. Por fim, o judaísmo é antimaterialista; rejeita peremptoriamente a ideia de que tudo o que existe se resume ao que podemos ver, ou que o espiritual deve se manifestar fisicamente.

3. Antes da Tanach (a Bíblia hebraica), o homem era apenas poeira cósmica. Os deuses eram arbitrários, deixando pouca margem para o indivíduo seguir seu caminho no mundo. O politeísmo defendia que os deuses eram santos e, portanto, os seres humanos deveriam servir-lhes; o judaísmo, por sua vez, sustenta que devemos ser santos, imitando Deus. A Torá se concentra tanto em sacrifícios aparentemente pagãos porque eles objetivavam transformar, ensinando algo. A revelação nos ensina a ser bons: ensina-nos quais valores devemos ter, quais características devemos cultivar. 

4. Apesar disso, a Bíblia tem pouco a dizer sobre o melhor sistema para cumprir o propósito individual e o coletivo. Na melhor das hipóteses, o judaísmo é ambíguo quanto ao poder estatal. Ela expressa certo medo a respeito da monarquia. Moisés diz que o povo nomeará um rei - não diz que Deus enviará um monarca. Ao entrarem em Canaã, os israelitas tiveram juízes. Um deles, Gideão, recusou-se a se tornar um rei. Há uma ampla base na Bíblia que corrobora a noção de que várias formas de organização do Estado para resguardar o propósito individual e o coletivo funcionam. 

5. Sem Jerusalém não haveria Ocidente, mas sem Atenas, também não. A civilização grega nos ensina que somos capazes de usar nossa razão para ir além de nós mesmos. Atenas nos ensina a liberdade para florescer, e também por que deve florescer. Utilizar a razão humana para escapar da caverna e levar o conhecimento da luz: esta era a tarefa da antiga Atenas - uma tarefa que une Platão (428-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.). Os gregos nos legaram a lei natural, a ciência e a base do governo legalmente construído.

6. O cristianismo representou a primeira tentativa real de fundir o pensamento judaico com o grego. A religião cristã era mais judaica em sua visão de Deus e das buscas do homem no mundo, mas também muito mais grega em sua universalidade. O cristianismo universalizou a mensagem do judaísmo. Seu foco na graça, e menos na ação, tornou a religião muito mais acessível do que o judaísmo, em um sentido prático. No entanto, ao tornar a fé primordial, o cristianismo rebaixou o papel da razão grega na vida dos seres humanos, confundindo o logos com a pessoa de Jesus.  

7. Ao contrário do judaísmo, o messias cristão (sobretudo a partir de Paulo) é espiritual, e não político. Agostinho de Hipona (354-430) contrastou a Cidade de Deus, uma comunidade de cristãos que gira em torno da virtude, com a Cidade do Homem, a pólis tão apreciada pelos gregos, materialista e incapaz de gerar felicidade. Entretanto, quando os donatistas, uma seita cismática, ameaçou a Agostinho e ao regime sob o qual vivia, ele não hesitou em recorrer às autoridades romanas para os aniquilar, usando o argumento da emergência. Sua fundamentação seria a base da arrogação do poder pela Igreja Católica ao longo dos séculos vindouros.

8. Os cristãos foram terrivelmente acossados pelo Império Romano durante a Grande Perseguição (303-313). Entre 311 e 313, contudo, o cristianismo passou a ser uma religião tolerada. Até o fim do século IV seria uma religião promovida e, finalmente, oficial do império. Com a desintegração do Império Romano do Ocidente, em 476, a Igreja Católica surgiu rapidamente para preencher a lacuna de poder, centralizando tanto o poder temporal quanto o espiritual. Ao longo da Idade Média, a Igreja seria bastante ativa na Cidade do Homem, chegando a ser a maior proprietária de terras da Europa Ocidental no século X. Os reis encontraram sua legitimidade por meio do conduto da Igreja e lutaram com ela para expandir seu poder.

9. Durante a suposta "Idade das Trevas" o progresso continuou. O sistema monástico centralizou o aprendizado em mosteiros, com o sistema girando em torno das Escrituras. As artes liberais ensinadas pelos gregos e pelos romanos sobreviveram, ainda que de forma espiritualizada. Enquanto isso, a Idade Média experimentava a revolução tecnológica na agricultura, a ascensão do comércio e a instituição de novas formas de arte, além de desenvolvimentos na arte da guerra. No século XI, a razão grega foi reintegrada no Ocidente. 

10. Logo surgiria a escolástica, que abriu as portas para uma investigação renovada sobre a unidade entre Deus e o Universo que criou, e entre a fé e a razão. A escolástica tornou-se uma filosofia dominante da Igreja, mas as maiores tentativas de reunir Atenas e Jerusalém vieram nos séculos XII e XIII. Maimônides (1135-1204) e Tomás de Aquino (1225-1274) encabeçaram essa emergente tentativa de unificar Atenas e Jerusalém, o que foi possível graças à redescoberta, no Ocidente, das obras de Aristóteles. Maimônides e filósofos muçulmanos, como Al-Farabi (872-950), preocuparam-se com provas da existência de Deus. O cristianismo não apresentou provas lógicas para a existência do Criador, mas Aquino procurou usar a razão para reforçar a fé.

11. No final do século XIII, a civilização ocidental estava completamente sob o domínio do catolicismo. Apesar disso, conflitos internos por vezes tomava grandes proporções, como em 1303, quando o papa Bonifácio VII foi preso pelas forças de Filipe IV, da França, resultando no exílio temporário do papado. Marsílio de Pádua (1275-1342) lutou contra a noção de plenitude do poder papal. No campo científico, porém, o ambiente era mais ameno. Ao contrário da opinião popular, as descobertas não eram vistas como heréticas ou perigosas para o domínio da Igreja. Nicole Oresme (1320-1382), bispo de Lisieux, descobriu a rotação da Terra. Já o cardeal de Brixen, Nicolau de Cusa (1401-1464), teorizou que a Terra se movia pelo espaço. Nicolau Copérnico (1473-1543), formulador da teoria heliocêntrica, estudara numa escola paroquial e foi tratado de forma digna pela Igreja em sua época.

12. Contudo, graças a uma nova onda religiosa fundamentalista, suas ideias foram proibidas em 1616. Galileu Galilei (1564-1642), também defensor do heliocentrismo, foi forçado pela Inquisição a se retratar. Contudo, apesar dessa experiência amarga, Galileu nunca abandonou a certeza de que a ciência era um caminho para Deus. Essa mesma filosofia permeou Johannes Kepler (1571-1630), o descobridor das leis do movimento planetário. Sua filosofia também flertava com a de Isaac Newton (1642-1726). Segundo o formulador da lei da gravitação universal, "oposto a [Deus] é o ateísmo, na cabeça, e a idolatria, na prática. O ateísmo é tão insano e odioso para a humanidade que nunca teve muitos mestres."

13. Francis Bacon (1561-1626) propôs que a ciência deveria ser aplicada para determinar o melhor modo de governar e a ética. Diferentemente dos modernos cientistas sociais, no entanto, a sugestão de Bacon para a governança e a ética era emprestada da tradição judaico-cristã. Embora fosse um defensor do método científico, Bacon ridicularizava a ideia de um Universo sem Deus. René Descartes (1596-1650) acompanhou Bacon ao renegar a teleologia antiga, mas manteve a fé na Bíblia e em Deus. Contudo, ambos lançaram as bases para a ascensão do deísmo. Ao extirpar as causas finais da ciência, separando Deus do mundo natural, o projeto científico moderno removeu a religião e o propósito do domínio da razão.

14. O ceticismo em relação à Igreja já demonstrado por Marsílio de Pádua foi levado a um nível mais alto com Nicolau Maquiavel (1469-1527). Ambos consideravam a Igreja Católica um disfarce para a opressão. Em O Príncipe, Maquiavel propõe que os seres humanos são movidos pela paixão, e não pela razão, segundo a noção de virtude aristotélica. A Igreja Católica baniu as obras de ambos. Logo, os problemas da instituição se agravariam, com a ascensão do luteranismo, que desafiaria seu poder espiritual e temporal. Lutero rebaixou a razão como secundária à fé, menosprezando assim a soberania popular, embora fosse favorável a restrições a monarcas absolutistas. Calvino, na mesma linha, acreditava em uma aristocracia governada por freios e contrapesos.

15. A fragmentação religiosa que Lutero e Calvino acabara por promover, bem como a devolução da autoridade individual decorrente, no entanto, resultaram num verdadeiro movimento transnacional de afastamento do autoritarismo do governo. Os horrores da Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) forçaram a escolha entre a tolerância religiosa ou a carnificina em massa. Dessa escolha, nasceu a noção de direitos humanos. O precursor desse conceito foi Hugo Grócio (1583-1645) que, ao contrário de Maquiavel, Lutero e Calvino, entendia a razão humana como primordial, refletindo muito mais o pensamento antigo. Ao combinar a noção de direito de ação com a ideia de que os soberanos estão sujeitos aos ditames da lei natural, Grócio preparou o terreno intelectual para Thomas Hobbes (1588-1679). 

Bibliografia consultada: SHAPIRO, Ben. O Lado Certo da História: Como a Razão e o Propósito Moral tornaram o Ocidente Grande. Traduzido por Carolina Gaio. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019, p. 20-82. 

«Andalucía En La Historia»

sábado, 25 de abril de 2020

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«A História Secreta do Ocidente»

sexta-feira, 24 de abril de 2020

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«A Revolução em debate», de F. Furet

quinta-feira, 23 de abril de 2020

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«Mais de uma Luz», de Amós Oz

terça-feira, 21 de abril de 2020

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Leituras do 2º Trimestre de 2020

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Menino lendo, obra sem data de Alexandros Christofis (1882-1953).

A quarentena forçada pelo menos tem nos proporcionado maior tempo livre. O meu hobby é ler, e sempre indico aqui no blog boas leituras. Assim, listo, abaixo, as minhas leituras do 2º trimestre de 2020:

COSTA, Alexandre. Introdução à Nova Ordem Mundial. Campinas, SP: Vide Editorial, 2015.

ESTULIN, Daniel. A Verdadeira História do Clube Bilderberg. Tradução de Ignacio Tofiño e Marta Ingrid Rebón. São Paulo: Editorial Planeta, 2005. > Disponível AQUI.

FRANKL, Viktor. Em Busca de Sentido. São Paulo: Vozes, 2017.

LOIOLA, Alessandro. O Manual Secreto das Falácias Esquerdistas. ManhoodBrasil Edições, 2019.

PENN, Lee. Falsa Aurora: a Iniciativa das Religiões Unidas, o globalismo e a busca por uma religião mundial. Tradução de Márcio Stockler e Elton Mesquita. Campinas, SP: Vide Editorial, 2020.

PETITFILS, Jean-Christian. Jesus - a Biografia. Tradução de Lea P. Zylberlicht e Gian Bruno Grosso. São Paulo: Benvirá, 2015.

SANTOS, Boaventura de Sousa. A Cruel Pedagogia do Vírus. Coimbra: Almedina, 2020.

SHAPIRO, Ben. O Lado Certo da História: Como a Razão e o Propósito Moral tornaram o Ocidente Grande. Traduzido por Carolina Gaio. Rio de Janeiro: Alta Books, 2019.

THOREAU, Henry David. Walden ou A Vida nos Bosques. Tradução e notas de Alexandre Barbosa de Souza. São Paulo: Edipro, 2018.

Para os interessados, os PDFs da maioria dos livros da lista foram disponibilizados aqui no blog. Não encontrei a edição da Edipro de Walden em PDF, mas há outras edições disponíveis gratuitamente na internet. Não encontrei qualquer PDF de PENN (2020) e PETITFILS (2015).

«O eleito de Deus», de Cristopher Hill

domingo, 19 de abril de 2020

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«As Profecias do Apocalipse»

sábado, 18 de abril de 2020

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#HJ25 Judaísmo x Assimilação

sexta-feira, 17 de abril de 2020

As tensões entre judeus assimilados e judeus praticantes constituem uma das fontes do humor judaico nos Estados Unidos.

Duas tendências contrárias atuam sobre a identidade judaica nos Estados Unidos. De um lado, os judeus são tentados a se assimilar, saindo do estreito círculo da comunidade. De outro, querem preservar seus laços étnicos (especialmente valorizados entre os americanos). Um conflito que, às vezes, resulta em situações cômicas.

Finkelstein vai ao juiz.

- Gostaria de trocar de nome - diz.

- Muito bem, que nome o senhor gostaria de ter?

- Stewart.

O juiz toma nota.

- Está bem, está trocado.

Cinco minutos depois, volta o ex-Finkelstein.

- Gostaria de trocar de nome.

- De novo? - reclama o juiz. - Mas o senhor acabou de mudar de nome!

- Eu sei. Mas é que eles podem me perguntar como é que eu me chamava antes.

FINZI, Patricia et al. (edição, seleção e textos). Do Éden ao divã - Humor Judaico. São Paulo: Shalom, 1990, p. 96.

#HJ24 Humor Judaico nos EUA

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Fazer a América tornou-se, no final do século XIX, o sonho de milhões de judeus pobres da Europa Oriental. Milhões cruzaram o oceano nos navios de emigrantes, tendo como principal destino os Estados Unidos. Na terra da liberdade, os judeus engrossaram o grande contingente de emigrantes - alemães, italianos, irlandeses, poloneses - que deram decisivo impulso à industrialização daquele país.

Familiarizados com a manufatura, as ocupações artesanais e o comércio, os judeus atenderam exatamente às necessidades da economia americana daquele momento. As condições de vida não eram das melhores nos míseros pardieiros do Lower East Side, em Nova York, o que explica a dura luta pela ascensão social (às vezes dando lugar à transgressão) e também à militância política de esquerda, o que aliás tornou os judeus um alvo predileto da perseguição macarthista nos anos 1950.

Com o tempo, porém, a vida dos judeus norte-americanos (cerca de seis milhões de pessoas) foi melhorando. Eles conseguiram, finalmente, fazer a América. Tornaram-se ricos empresários, profissionais liberais, professores, intelectuais. Adquiriram respeitável expressão política e demonstraram sua inclinação liberal votando nos Democratas.

Nos anos 1960, os judeus participaram dos protestos contra a Guerra do Vietnã e na defesa dos direitos civis. É verdade que o movimento neoconservador cresceu tanto entre os judeus quanto entre os não-judeus, uma vez que o neoconservadorismo é uma ideologia da classe média, à qual pertence a maioria dos judeus. Mas, pode-se dizer que o progressismo persiste na intelectualidade judaica.

Toda esta conjuntura se refletiu na ficção judaica e, naturalmente, no humor. Não é o humor de Sholem Aleichem; já não há mais aldeiazinhas. Mudou tanto o judaísmo quanto o humor. As principais aflições do judaísmo ocidental são agora, principalmente, os pesadelos da classe média: a neurose, o medo de perder status, o preço da análise. As frequentes alusões à psicanálise explica-se pelo fato de a neurose ser a "doença judaica" no Ocidente do século XX.

Nos Estados Unidos estão hoje os principais centros da cultura judaica da Diáspora. O que acontece lá estabelece uma espécie de paradigma, sobretudo para as comunidades da América Latina. E nos Estados Unidos vive-se hoje uma época que o crítico Leslie Fiedler denomina de pós-judaica. Isso tem tudo a ver com o humor, não só porque o humor judaico é um componente importante na literatura de um Philip Roth, de um Bernard Malamud, de um Saul Bellow, de um Bruce Jay Friedman, como também porque a anedota é, afinal, ela mesma uma forma de literatura oral.

O humor integra as formas de cultura que, no Ocidente, substituem o ritual religioso antes fundamental para a vida de muitos judeus não-praticantes. Nem todos os judeus podem ler e compreender uma página do Talmud, mas até mesmo os mais assimilados têm um carinho especial pelas anedotas judaicas. Ao mesmo tempo, o humor judaico continua a ocupar uma posição especial na cultura popular americana e a contribuição judaica ao humor americano no século XX é das mais impressionantes.

Embora os judeus representem apenas 3% da população estadunidense, 80% dos comediantes dos Estados Unidos são judeus. Muitos destes humoristas - Art Buchwald, S. J. Perelman, Woody Allen, Groucho Marx, Mel Brooks e muitos outros - celebrizaram-se graças ao cinema, ao teatro ou às colunas em grandes jornais e magazines. Apesar disso, seu humor é basicamente o mesmo que se encontra nas historietas sobre a vida judaica norte-americana e também nas tiradas de escritores, jornalistas e artistas judeus.

Bibliografia consultada:
FINZI, Patricia et al. (edição, seleção e textos). Do Éden ao divã - Humor Judaico. São Paulo: Shalom, 1990, p. 73-75.

«O Declínio da Cultura Ocidental»

quarta-feira, 15 de abril de 2020

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#HJ23 Pragas e Provérbios Judaicos

terça-feira, 14 de abril de 2020

Caricatura de um judeu com estereótipos grosseiramente exagerados. Trata-se possivelmente de um shnorrer, um homem baixo de cartola e roupas mal ajustadas, com terno e sapatos surrados.
Coleção Katz Ehrenthal, Museu do Holocausto dos Estados Unidos.

PRAGAS JUDAICAS

Praguejar é um antigo hábito judaico; mas, curiosamente, não envolve agressividade, ou não envolve só agressividade.

As maldições em ídiche na Europa Oriental reúnem, de modo singular, ingenuidade, maldade e graça; acabam se tornando, portanto, uma faceta a mais do humor.

- Que um devore o outro e que os dois se engasguem.
***
- Que tenha dez barcos carregados de ouro e que gaste tudo em médicos.
***
- Que lhe caiam todos os dentes, menos um; que vai doer terrivelmente.
***
- Que sejas como a lamparina: de dia fique pendurado e de noite ardendo.
***
- Que nenhum mau-olhado se esqueça dele.
***
- Que tenhas em tua casa dois empregados; que um saia gritando: um médico, e que o outro vá atrás dizendo: não precisa, é tarde demais.


PROVÉRBIOS

Theodor Reik em seu ensaio O eco dos provérbios judaicos, diz que: "na vida cotidiana judaica é difícil diferenciar a linha divisória entre um provérbio e uma anedota; que os provérbios e preceitos dos tempos bíblicos ou talmúdicos foram modificados posteriormente e aplicados com espírito humorístico." De qualquer modo, tem-se, nestes provérbios, uma combinação de sabedoria e humor.
  • Quando a moça não sabe dançar, diz que os músicos não sabem tocar.
  • Todos os mudos querem falar muito.
  • Se um judeu não consegue ser sapateiro, sonha em ser professor.
  • Um azarado cai de costas e machuca o nariz.
  • Pede um conselho ao teu inimigo e faz o contrário.
  • Antes que um judeu compre um livro, é mais fácil que escreva um.
  • O coração de um homem pode ser comparado a uma salsicha: ninguém sabe exatamente o que há lá dentro.
  • Se queres ganhar a fama de sábio, dá razão para todo mundo.
  • Pobre é aquele que não tem nada além de dinheiro.
  • Nem tudo o que reluz é ouro; por exemplo, uma careca. 
(E aqui, quatro provérbios dos ladrões judeus de Varsóvia)
  • Quem não rouba, não tem.
  • Um ladrão é um comerciante na escuridão.
  • Quando um ladrão vai roubar, também pede que Deus lhe ajude.
  • Se não fosse a polícia os ladrões enriqueceriam: mas, se não fosse a polícia, teriam muitos concorrentes. 
FINZI, Patricia et al. (edição, seleção e textos). Do Éden ao divã - Humor Judaico. São Paulo: Shalom, 1990, p. 66 e 67.