sexta-feira, 2 de outubro de 2020
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Historia magistra vitae est. Cícero (106-43 a.C.)
Num importante estudo, o sociólogo Norbert Elias defende que o século XVI foi um período crucial no Ocidente devido àquilo a que chama "processo civilizacional", ou, por outras palavras, o aperfeiçoamento do autodomínio, referindo, entre muitas outras demonstrações, os trabalhos de Erasmo e do bispo italiano Giovanni Della Casa sobre boa educação, ambos regularmente impressos em várias línguas. Há poucas dúvidas de que a preocupação com o comportamento civilizado à mesa (evitando cuspir, lavando as mãos antes das refeições, e assim por diante) era, naquele tempo, vastamente partilhada - pelo menos em alguns meios -, mas (como o autor admite) é impossível traçar uma linha precisa entre o Renascimento e a Idade Média. Os livros sobre "cortesia" remontam até o século X.
BURKE, Peter. O Renascimento. Tradução de Rita C. Mendes. Lisboa: Texto & Grafia, 2008, p. 98-99.
Saiba mais: O Refinamento das Maneiras à Mesa
Neste terceiro trimestre, dediquei-me muito mais a fichar livros que já havia lido. Devido aos seminários do Ensino Médio, alguns deles inéditos, algumas leituras ainda não foram concluídas. Assim, listarei abaixo apenas as leituras inéditas e concluídas nos meses de julho a setembro.
BACCHIOCCHI, Samuele. Crenças Populares: o que as pessoas acreditam e o que a Bíblia realmente diz. Tradução de José B. da Silva. Tatuí, São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2012.
BURKE, Peter. O Renascimento. Tradução de Rita C. Mendes. Lisboa: Texto & Grafia, 2008.
RICHÉ, Pierre. Grandes Invasões e Impérios - Séculos V a X. Tradução de Manuel J. Palmeirim. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1980.
Oficialmente, a campanha eleitoral começa hoje. Na pré-campanha, já vimos algumas "pérolas", como o presidente municipal do PT em Laje do Muriaé, RJ, que prometeu "trabalhar muito e roubar pouco". Rimos também com o ex-prefeito de Cocal, PI, que se gabou de ter roubado menos do que o atual. E, agora, aparece essa figura aí em Brusque, SC, "Donald Trump Bolsonaro"... ahahah... (fonte: O Município).
Brincadeiras à parte, é importante destacar que essas eleições serão diferentes das anteriores. Este houve uma combinação de fim das coligações e estabelecimento da cláusula de barreira. A cláusula de barreira vigorou em 2018. Os partidos precisavam atingir 1,5% dos votos - dentre outros requisitos - para se manterem. Aqueles que não atingirem o desempenho terão restrições de estrutura no Congresso, perderão acesso a parte do fundo partidário e tempo de televisão. Com o fim das coligações proporcionais, os partidos menores não poderão mais se juntar a um partido maior para a disputa de cargos legislativos.
A combinação simultânea dessas duas regras é a maior mudança eleitoral desde sempre. Isso significa que é cada um por si - cada partido terá que atingir com as próprias pernas o QP (Quociente Partidário, que equivale ao número de cadeiras que o partido tem direito ao final das eleições).
Como será mais difícil atingir o QP e com a cláusula de barreira batendo à porta, os partidos precisarão mudar seu comportamento na disputa por votos. A eleição para prefeito tende a ser fragmentada, já que todos buscarão lançar seu candidato a prefeito para conduzir o apelo a votar na bancada. Já entre os candidatos a vereadores, os partidos buscarão atrair pessoas de grande projeção na sociedade para atuarem como "puxadores de votos". O objetivo final será sobreviver à cláusula de barreira e chegar bem posicionado para as eleições de 2022.
As eleições de 2022, a propósito, será dura para os partidos, uma vez que a cláusula de barreira subirá para 3%, com requisitos ainda mais restritos. Não restam dúvidas de que muitos partidos precisarão se fundir para evitarem a extinção de uma forma ou de outra.
Apesar disso, coligações majoritárias ainda podem ocorrer. O candidato a prefeito pode fazer alianças (ou prometer secretarias, ou qualquer outro arranjo) a partidos menores para incorporar seu tempo de propaganda eleitoral obrigatória. Não há como negar, contudo, que a propaganda na televisão e no rádio perderam importância das eleições de 2018 para cá. É muito mais interessante, desde então, ter um exército aguerrido de militantes para pedir votos no WhatsApp. Existe pouca regulamentação no campo virtual.
Fonte: TSE e @ceciliadolago