quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Em outubro de 1917, quando os bolcheviques tomaram o poder em nome do "proletariado", a expectativa era de que não tardariam melhorias, se não da condição econômica dos trabalhadores, pelo menos, do seu status legal e social. Na realidade, os operários russos foram privados de todos os direitos conquistados sob o czarismo, incluindo os de eleger seus representantes sindicais e fazer greves. É evidente que, uma economia controlada, com planejamento central da produção e monopólio estatal do comércio, não podia coexistir com um mercado de trabalho livre. Os controles tinham de abarcar a mão-de-obra. Trótski, que costumava passar para o papel o pensamento de Lênin, apresentou a questão da seguinte forma: "Pode-se dizer que o homem é uma criatura bastante preguiçosa. Em geral, empenhada em evitar o trabalho (...). O único modo de atrair a força de trabalho exigida pelas tarefas econômicas é introduzir o serviço de trabalho compulsório."
PIPES, Richard. História Concisa da Revolução Russa. Tradução de T. Reis. Rio de Janeiro: BestBolso, 2018, p. 221.
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