domingo, 7 de novembro de 2021
De 17 para 18 de março de 1882, joias da imperatriz e da princesa Isabel, avaliadas em quatrocentos contos, foram furtadas do palácio de São Cristóvão. Foram rapidamente achadas e devolvidas a d. Pedro. Mas o caso virou escândalo, o único durante todo o reinado a envolver a família imperial. O principal suspeito do furto era Manuel de Paiva, ex-empregado do paço, que foi solto logo após o encontro das joias. Tirando vantagem da grande liberdade de imprensa então vigente, quase licença graças ao anonimato, os pasquins e os jornais republicanos exploraram ao máximo o fato. Atribuiu-se a soltura de Manuel de Paiva a interferência pessoal do imperador. Não interessaria a este, acusava-se, que as investigações prosseguissem. Pasquins como O Mequetrefe sustentavam que Pedro II era refém do ex-empregado, que teria sido seu alcoviteiro e o acompanharia em aventuras amorosas noturnas. Os alvos de tais aventuras seriam a condessa de Barral, Mariquinhas Guedes, a viúva Navarro e mocinhas púberes. O Mequetrefe afirmou, grosseiramente, que o monarca era "doido por um caldinho de franga."
CARVALHO, José Murilo. D. Pedro II. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 70-71.
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